sábado, 22 de março de 2008

Chamava-se Peter Revson

Hoje passam-se 34 anos sobre a morte do piloto americano Peter Revson (à esquerda, na foto).

Era de uma espécie rara: rico e com talento. Herdeiro do império dos cosméticos Revlon, de origem judaica, adorava correr. E continuou a correr, mesmo depois de ver morrer o seu melhor amigo, Timmy Mayer, numa prova da Tasman Series, em 1964, e o seu irmão Douglas três anos mais tarde, numa prova de Formula 3 na Dinamarca.


Sabia viver. Nunca casou, mas teve um namoro publicitado com uma ex-Miss Universo, Marjorie Wallace. Correu com Steve McQueen (sim, o actor) nas 12 Horas de Sebring, onde ficou em segundo lugar, num Porsche 908. E a Formula 1 foi uma paixão tardia nele, depois de uma primeira tentativa frustrada em 1964. E aí, teve dois excelentes anos, ganhando duas corridas em 1973, que passaram para a história com das mais confusas de sempre na Formula 1...


Em 1974, foi para a Shadow. Em Kyalami, tentava melhorar as prestações do seu carro, quando perdeu o controlo dele na curva antes da meta. O carro passou por debaixo do guarda-rail e teve morte imediata. O seu substituto foi o galês Tom Pryce, que teve um destino irónico: morreu três anos mais tarde, no mesmo carro, e na mesma pista...


Já escrevi exaustivamente sobre ele. Se quiserem ler a sua biografia, podem clicar aqui. Se quiserem ver os pormenores dantescos do seu acidente mortal, carreguem aqui. Uma coisa é certa: personagens como ele já não existem mais...

Resultados da Sondagem CC - Malásia

À pergunta sobre o vencedor do Grande Prémio da Malásia, a resposta foi inequívoca: 69 por cento dos inquiridos (curioso número...), aposta na vitória de Lewis Hamilton. Gato escaldado, da água fria tem medo? Não sei, mas que ele neste momento é o líder do campeonato, lá isso é...


Para além disso, 15 por cento dos inquiridos apostam na vitória de Felipe Massa, enquanto que 7 por cento apostam ou em outro concorrente (Fernando Alonso?), ou no Kimi Raikonnen.


Pelo que se viu nos treinos, parece que a maioria não vai acertar. Mas se chover em Sepang, a lotaria vai ser grande, ai vai, vai!


Segunda feira, nova sondagem.

Formula 1 - Ronda 2, Malásia (Qualificação)

Depois da McLaren, é a vez da Ferrari. Felipe Massa e Kimi Raikonnen monopolizaram a primeira fila do Grande Prémio da Malásia em Formula 1, no circuito de Sepang.

Logo a seguir, na segunda fila, deveriam estar os pilotos da McLaren, Heiki Kovalainen e Lewis Hamilton, mas um erro na última volta antes das boxes, ao desacelerarem, prejudicando os andamentos do BMW de Nick Heidfeld e do Renault de Fernando Alonso, fê-los penalizar cinco lugares na grelha a cada um. Assim sendo, Kovalainen partirá do oitavo lugar, Hamilton do nono.

Entretanto, os grandes beneficiados com a penalização da McLaren foram o Toyota de Jarno Trulli, que subiu para terceiro, e o BMW de Robert Kubica, que partirá amanhã do quarto lugar. Para além disto, o 10º lugar do seu companheiro, Timo Glock, fazem com que a Toyota mostra que está em recuperação, pelo menos nos treinos...

Os Renault melhoraram a sua performance em relação à Austrália. Fernando Alonso foi oitavo, passando para a última parte da qualificação, enquanto que Nelson Piquet Jr. conseguiu também passar para a Q2, ficando na 13ª posição da grelha de partida.

Os Honda ainda não conseguiram passar para a Q3, mas desta vez foi Jenson Button a ficar "à porta", ao ficar na 11ª posição da grelha, dois lugares mais à frente que Rubens Barrichello. Entre eles ficou outro veterano, o Red Bull de David Coulthard. Já agora, falando em Red Bull, Mark Webber foi sexto na grelha.

A grande desilusão nos treinos foram os Williams. Nico Rosberg falou a passagem para a Q3, ficando na 16ª posição, enquanto que Kazuki Nakajima foi pior: 18º, ficando atrás, até, do Force India de Giancarlo Fisichella...

O Grande Prémio ocorrerá às 7:00, hora de Lisboa, e já há novidades: Felipe Massa tem o depósito mais leve, logo, poderá parar em primeiro lugar. Estará a via aberta para uma vitória de Kimi Raikonnen?

GP da Australia - A nossa avaliação

O Jorge Pezzolo mandou-me uma mensagem, perguntando se queria participar numa votação , em que davamos as notas ao desempenho dos pilotos no fim de semana das corridas. Aceitei a ideia, e lá fiz os calculos para dar as notas que achava que eles mereciam. O resultado saiu hoje, e este é o quadro:


O que é que vocês acham? Justo ou não justo?


Já agora, os participantes no quadro, para além de mim e do Pezzolo, são o Gustavo Coelho, do Blog F1 Grand Prix, e o Thiago Raposo, do Café Com F1. Uma experiência para repetir, sem dúvida!

sexta-feira, 21 de março de 2008

Jean Todt, futuro presidente da FIA?

Como sabem, esta semana a Ferrari anunciou as suas mudanças a nivel de directoria, e uma delas é a "reforma" de Jean Todt como director desportivo da marca, significando de uma certa forma, o final de uma era dominadora, cujos outros dois vértices deste triângulo eram Michael Schumacher (reformado), e Ross Brawn (agora na Honda).

Agora pensam: o que fará o "pequeno Napoleão", depois de uma carreira que começou como navegador de Ralies, passado para ser director desportivo da Peugeot, primeiro nos Ralies e depois nos Sport-Protótipos (vencendo as 24 horas de Le Mans e o Mundial de Sport-Protótipos em 1992), e acabando como director-desportivo da Ferrari (desde o dia 1 de Julho de 1993)? O AC, do Blogtorsport, deu uma ideia que não pode ser de todo menosprezada: candidatar-se a presidente da FIA.

Então e porquê? Vejamos: Max Mosley está na FIA desde 1991 (17 anos), substituindo outro "dinossauro", de seu nome Jean-Marie Ballestre (1979-91). Tem como grande aliado Bernie Ecclestone, que esse tem toda a sua vida investida no automobilismo. Só um exemplo: sabiam que ele tentou qualificar-se como piloto no GP do Mónaco de 1958?

Pois bem: Bernie tem 77 anos, e Max é dez anos mais novo. Mas andam por aqui há uns valentes anos. Até acho que andam aqui há tempos demais. Acho que é altura de dizer a ambos que é altura de merecerem uma agradável reforma. Já ganharam dinheiro suficiente para sutrentar três gerações das suas familias...

Mas como este cargo tem uma espécie de "poder absoluto", quase como se fossem os representantes do "Rei Sol" do século XXI, temo que saiam somente quando morrerem. Contudo, Max Mosley tem uma boa chance de ficar bem na história, que é de não se recandidatar a mais um mandato. Apoiar Todt, caso ele queira o cargo, até seria bonito. Mas acho que tal coisa, a acontecer, iria mais para os lados de Flavio Briatore, que esse tenta disfarçar (mal e porcamente) tais ambições.

Não sei se isso acontecerá, mas uma coisa é certa: Todt é uma reserva moral. Não tem feitio para ficar parado e tem aliados de peso...

Formula 1 - Ronda 2, Malásia (Treinos)

Uma semana depois de Melbourne, as coisas continuam mais ou menos na mesma: Lewis Hamilton conseguiu o melhor tempo, com os Ferrari a terem problemas com os seus carros. Mas na primeira sessão de treinos livres não foi assim: os Ferrari foram para a frente, com Felipe Massa a dar mais um segundo a Kimi Raikonnen. Contudo, ambos os caros ficaram parados a meio da sessão, com vários problemas não especificados.

Na sessão da tarde, foram os McLaren a reagir. Lewis Hamilton foi o melhor, apesar da sessão ter sido bastante mais equilibrada, pois o Ferrari de Massa ficaram logo atrás, a pouco mais de 150 centésimos de segundo. A sessão trouxe algumas surpresas: Jenson Button foi quarto com o Honda, enquanto que logo a seguir ficou o Toro Rosso de Sebastien Vettel. Heiki Kovalainen foi sétimo, enquanto Giancarlo Fisichella meteu o seu Force India no nono lugar da tabela. Já agora, dizer que os dois Renault foram 14º e 15º na tabela de tempos, com o espanhol a superiorizar-se ao brasileiro Nelson Piquet Jr.

Por fim, uma palavra aos Red Bull. Eu li há uns dias que o RB4 esteve em risco de não serem aprovados no "crash test" da FIA, e consequentemente, em não correr na pista australiana. Hoje vi um filme sobre a quebra de suspensão do carro de David Coulthard, apenas porque subiu umas "zebras". Será que andam a poupar dinheiro no material?

Ayrton Senna, o herói

Se estivesse vivo, Ayrton Senna faria hoje 48 anos.


Para muitos da minha geração, foi o nosso herói das tardes de Domingo. Muitos sabem o que estavam a fazer quando viram aquela "serenata à chuva", no Autódromo do Estoril, naquele já distante 21 de Abril de 1985. Muitos como eu vibraram com as suas vitórias, as suas "pole-positions", algumas delas quase impossíveis. E sei que muitos como eu odiaram Alain Prost e Jean-Marie Ballestre, no dia em aconteceream os eventos de Suzuka, no já distante ano de 1989. E sei também que muitos ainda se recordam, como se fossem ontem, onde estavam e o que faziam, naquela tarde de 1 de Maio de 1994.

Nesse dia, deixei de ver Formula 1 pelos olhos dele, mas sim pelos olhos de um amante da modalidade, como um todo. E descobri que houve outros génios, outros mágicos, outros príncipes. Descobri que os artistas vão, as equipas vão, mas o espectáculo fica. E que a cada dia que passa, esta modalidade ganha cada vez mais adeptos, apesar de todos nós o criticarmos. Mas fazemos isso por amor.

Confesso que tenho dúvidas sobre se algum dia iria escrever uma biografia dele. Sei que não faltam por aí fontes biográficas sobre ele (só para terem uma ideia, tenho três biografias dele em casa), mas um dia pegar e fazer algo exaustivo sobre ele dava para fazer, não um livro, mas sim uma tese de mestrado numa Universidade. É uma carreira rica de pormenores, e já bastante dissecada, mas que merece sempre a pena visitar.

Já agora, todas as fotos que estão aqui neste post foram tiradas no Autódromo do Estoril. Foi a unica maneira que encontrei para ligar o meu país ao meu herói de infância.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Noticias: Massa e Coulthard ainda discutem Melbourne

Felipe Massa e David Coulthard ainda não resolveram muito bem o incidente entre os dois, no passado Domingo, no Grande Prémio da Austrália, e no qual levou à desistência do escocês e a mais uma entrada do Safety-Car...


Na entrevista colectiva que houve hoje em Sepang, antes do fim de semana do GP da Malásia, o piloto brasileiro disse que não pediu desculpas pela ultrapassagem mal calculada:


"Não fiz nada de errado. Quando faço algo errado, peço desculpas, mas desta vez não precisei", afirmou o piloto brasileiro à Reuters.


"Bem claramente meus olhos apontam para frente, não apontam para trás", disse o veterano escocês, comentando o toque ocorrido quando Massa tentou ultrapassá-lo por dentro, ao final da recta principal. "Ele tinha uma visão muito mais clara de quanto espaço havia, e eu não assumi um traçado diferente do que havia feito na volta anterior. Eu estava plenamente preparado para que ele me passasse na curva 3, porque uma Ferrari tem uma velocidade máxima bem melhor, é um carro muito mais rápido. Ele tomou a decisão dele. Se tomar a mesma decisão outra vez, vai ter o mesmo resultado", acrescentou Coulthard.


Em relação a quem foi o culpado ou não, a discussão foi abordada de uma maneira leve pelo Wagner Brandt, do blog Carros, Coisas e Causos, tem uma maneira divertida em relação à troca de acusações...

PTCC: As novidades da competição

Depois do adiamento, no fim de semana passado, da primeira jornada dupla do campeonato, no Autódromo do Estoril, a Full Eventos, organizadora do PTCC, anunciou novidades.


Primeiro que tudo: conseguiu um contrato com a RTP para que passe em directo quatro das jornadas duplas previstas no campeonato. Ainda não se sabe quais serão as corridas, mas não me admiraria que as jornadas em pistas como o Estoril, Braga, Vila Real e o futuro Autódromo de Portimão mereçam cobertura por parte do canal do Estado.


Até que enfim! Depois da "fuga" da Formula 1 para canal fechado, voltarei a ver automóveis em sinal aberto...


Oura noticia referente ao PTCC é que vai haver um Campeonato Absoluto. A FPAK (Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting) alterou a regulamentação do Campeonato de Portugal de Circuitos (PTCC), passando a reconhecer um título absoluto, em adição aos títulos das quatro classes actualmente existentes.


A pontuação para a classificação geral absoluta do Campeonato será definida de acordo com a classificação geral de cada corrida, sem distinção de classes. Isto significa que apenas os carros da Categoria 1 (S2000) e Categoria 2 (carros de turismo com mais de 2 litros, dominada pelos Seat Leon Supercopa) possuem performances que lhes permitirão lutar pelo título à geral.


A atribuição de pontos para cada classe permanece inalterada, assim como os regulamentos para cada uma das quatro categorias. Um Campeão à geral poderá também ser Campeão da sua respectiva categoria.


Enfim, mais boas noticias referentes à competição. Só espero que assim, aumente o numero de inscritos na competição, mas tenho pena que certas alterações tengham sido feitas "em cima do joelho"...

Charge do Capelli - Extra

Afinal, o Ivan Capelli fez duas charges para publicar no site Grande Prémio. O dos Kiss, com o Kimi Raikonnen, foi a que o site Grande Prêmio publicou (o que nota a falta de bom gosto do pessoal), mas como ele não quis deitar a outra fora, decidiu publicá-la também.

E digo-vos isto de rajada: se fosse eu o editor, colocava este. Adorei!

quarta-feira, 19 de março de 2008

Hacker ataca site do GP da Malásia

Se forem agora ao site oficial do GP da Malásia, encontram esta imagem. O "hacker" deixou até o seu endereço de e-mail para contactá-lo, não sei para quê. Deveria fazer isso era no site da FIA ou do Bernie Ecclestone. Tinha mais piada...

A charge do Capelli desta semana

Já cá faltava o Ivan Capelli e o seu quadro da Austrália. Tava a ver que não o mandava antes de começar os treinos do GP da Malásia, não é?


O que achei? Já vi melhor. Eu sei que o estilo do Raikonnen de "estou a merimbar-me", ou como diz o Groo, "bunda mole", mas eu pensava que, com as mulhares de situações loucas que passaram no fim de semana australiano, escolhesse uma melhor.


Mas pronto... torço por Sepang. Espero que aí, ele esteja mais inspirado...

Blig do Groo - 1ª aniversário

Poucos dias depois do Blog F-1, do Felipe Maciel, é a vez do Ron Groo comemorar o 1º aniversário do seu blog.


O Groo é uma daquelas personagens à parte, neste mundinho "blogger", pois consegue ser original. Ainda não me esqueço das suas previsões do "Pai Tião", onde de uma maneira deliciosa, faz as previsões "candomblisticas" (essa inventei-o agora) sobre a Formula 1. E chamava Kimi Raikonnen de "bunda mole"...


Mas o mais inesquecível de todos é aquele exercício de futuro alternativo que escreveu no GP Total, quando falou sobre o que aconteceria, caso Ayrton Senna estivesse vivo, na reforma e a assistir ao Grande Prémio do Brasil de 2006, no dia em que Michael Schumacher se aposentaria. Publiquei-o numa data simbólica: 1 de Maio de 2007. Passado esse tempo todo, é o mais inesquecível dos seus posts.


Parabéns Groo! Que continues por muitos e bons anos. Deste teu amigo do outro lado do Atlântico...

O piloto do dia - Alex Caffi

Entre as dezenas de pilotos italianos que apareceram na Formula 1 durante a década de 80 e inicio dos anos 90, em muitas das equipas italianas que surgiam no pelotão da Formula 1, este piloto era considerado como um dos mais promissores da sua geração. Contudo, apesar de alguns bons resultados, o seu potêncial nunca foi aproveitado, e a sua carreira foi encerrada de uma maneira muito imerecida, naquela que é considerada como a pior equipa de sempre. Hoje falo de Alex Caffi.


Baptizado como Alessandro Caffi, nasceu a 18 de Março de 1964 na cidade de Rovato, no norte de Itália. Começa a correr no karting em 1980, e em 1984 começa a correr na Formula 3 italiana, classificando-se na terceira posição do campeinato de 1986. Nesse ano, estreou-se pela Osella no GP de Itália daquele ano, onde terminou na 11ª posição. Isso foi suficiente para continuar na equipa a tempo inteiro na temporada de 1987, onde a equipa raramente escapava do fundo do pelotão.

Contudo, em 1988, uma nova equipa iria aparecer no pelotão da Formula 1, a Scuderia Itália. Usando um chassis Dallara, Caffi alcançou boas colocações, como um sétimo lugar no GP de Portugal, mas falhou qualquer classificação nos pontos.

Contudo, no ano seguinte, as coisas melhoraram bastante. Caffi consegue a sua melhor classificação no GP do Mónaco, terminando na quarta posição, e no Grande Prémio seguinte, em Phoenix, estava a caminho de um pódio, quando foi posto fora de pista... pelo seu companheiro Andrea de Cesaris! Na corrida seguinte, no Canadá, termina na sexta posição, e no GP da Hungria, consegue a sua melhor qualificação de sempre, partindo da terceira posição da grelha. No final, terminou na sétima posição, pois a Pirelli não tinha na altura pneus suficientemente competitivos. No final da temporada, classificou-se na 19ª posição, com quatro pontos.

Em 1990, muda-se para a Arrows, que na altura tinha conseguido um contrato com a Porsche para desenvolver motores V12. Nesse ano, Caffi fez alguns bons desempenhos, culminando com um quinto lugar no Mónaco. Contudo, no GP de Portugal, no Estoril, Caffi é protagonista de um acidente grave, que leva à interrupção da corrida a dez voltas do fim. No final da temporada, fica na 16ª posição, com dois pontos.

O ano de 1991 revela-se um desastre: os motores Porsche são demasiado pesados e não são potentes. Alex Caffi e o seu companheiro Michele Alboreto, vêem-se a braços com sucessivas não-qualificações, e para piorar as coisas, Caffi sofre um grave acidente de viação, onde fratura o seu maxilar, ficando de fora durante quatro corridas, e substituido pelo sueco Stefan Johansson.

Quando voltou, a Arrows não o queria a conduzir na equipa, pois estava contente com Johansson. Conseguiu o seu lugar, gaças a uma acção do tribunal, mas no final do ano a equipa tinha anunciado que o ia substituir pelo japonês Aguri Suzuki. Com quase todas as grandes vagas fechadas, Caffi aceitou guiar pela nova equipa, surgida das cinzas da Coloni: a Andrea Moda.


Contudo, e aquipa iria ficar na história como uma das mais falhadas equipas da Formula 1, e o melhor exemplo disso foi na corrida inicial, na Africa do Sul. A FIA achava que a Andrea Moda era uma nova equipa, mas Sasseti achava que não, e recusava a pagar a taxa de inscrição. Na sexta-feira, dia dos primeiros treinos oficiais, a FIA obrigou a equipa a sair do circuito, e Caffi apenas deu algumas voltas. Após falharem a participação no México, ele saiu fora de vez.


A sua carreira na Formula 1: 75 Grandes Prémios, em sete temporadas (1986-92), seis pontos.


Após a sua carreira na Formula 1, Caffi tentou a sua sorte em várias categorias, como os Turismos italianos e espanhois, correu no IMSA GT, nos Estados Unidos, e chegou a testar um carro da IRL em Pikes Peak. Contudo, nos últimos anos, competiu nas Le Mans Series e no campeonato italiano de GT, a bordo de um Porsche 911 GT2, onde se tornou campeão em 2006.


Fontes:

The End: Arthur C. Clarke (1917-2008)

Arthur C. Clarke, um dos mais prolíficos escritores de ficção científica do século XX, autor de 2001: Odisseia no Espaço, mais tarde realizada por Stanley Kubrick, morreu hoje aos 90 anos na sua casa em Colombo, Sri Lanka, devido a uma insuficiência pulmonar.



Ao par de Isaac Asimov (1920-92) e Robert A. Heinelein (1907-88), é considerado um dos "monstros sagrados" da escrita de ficção cientifica. Antigo engenheiro electrónico, ajudou a montar o sistema de radadres que a Grã-Bretanha se equipou na II Guerra Mundial, e que foi decisivo na Batalha de Inglaterra, em 1940. Após a guerra, começou a escrever para revistas da especialidade, enquanto colaborava para a British Interplanetary Society. Em 1948 escreve um curo conto, de seu nome "The Sentinel". Mais tarde, esse conto deu origem a "2001: Odisseia no Espaço", que depois deu origem em mais três livros - 2010: Odyssey Two; 2061: Odyssey Three; 3001: The Final Odyssey.



Ao longo da sua carreira literária, introduziu conceitos que deram origem a tecnologias que hoje em dia são realidade. A mais famosa delas foi o satélite geoestacionário, que idealizou primeiro em 1945 na revista Wireless World, sob o título "Extra-Terrestrial Relays — Can Rocket Stations Give Worldwide Radio Coverage?" Doze anos depois, os russos lançavam em orbita o satélite "Sputnik". Em 1969, foi convidado pela cadeia de televisão americana CBS para em conjunto com o jornalista Walter Cronkite e o astrunauta Warren Schirra, comentarem a chegada à Lua da Apollo 11.



Clarke criou algo que mais tarde se designou de "As Três Leis de Clarke". Disse-o em 1962 na obra "Perfis do Futuro":



1 - Quando um distinto mas idoso cientista diz que algo é possível, está provavelmente certo. Quando diz que algo é impossível, está provavelmente errado".

2 - O único caminho para desvendar os limites do possível é aventurar-se além dele, através do impossível.


3 - Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da mágica.


Em termos pessoais, casou-se em 1947 com uma americana, mas separou-se pouco tempo depois. As suas dúvidas posteriores acerca da sua sexualidade o perseguiram na parte final da sua vida, quando um tabloide inglês lançou em 1998 uma acusação de pedofilia. As acusações acabaram por ser falsas, mas o estrago tinha sido feito: na ocasião, iria ser armado Cavaleiro pelo Principe Carlos, mas Clarke pediu para adiar a cerimónia. Recebeu a ordem dois anos mais tarde.


Os últimos anos de sua vida foram penosos: afectado pela poliomielite em criança, sofreu de um trauma pós-polio em 1999, e a partir dali andava somente em cadeira de rodas. Então, já vivia no Sri Lanka, onde mais tarde recebeu cidadania. Aí, para além de escrever os seus livros, fundou uma escola de mergulho, que foi destruida pelo Tsunami de 2004.


Em Dezembro, quando fez 90 anos e já sentindo o seu fim, gravou uma mensagem de despedida, pedindo três desejos: que os humanos contactem com extra-terrestres, que o homem deixasse de depender do petróleo e que haja paz para o Sri Lanka. Ars lunga, Vita brevis.

terça-feira, 18 de março de 2008

Noticias: Toro Rosso está à venda

Dietrich Maeschitz, o patrão da Red Bull, afirmou hoje que irá vender a sua outra equipa, a Toro Rosso (ex-Minardi) até ao ano de 2010, devido a alterações regulamentares que impedem as equipas usarem monolugares de outras formações.


Em declarações ao site da publicação suiça "Motorsport Aktuell", o austríaco referiu que "não é segredo nenhum que pusemos a Toro Rosso no mercado. A partir de 2010 as regras vão mudar e a cooperação entre a Red Bull e a Toro Rosso, para desenho e construção de monolugares, não será possível. Desta forma, só poderemos continuar com uma equipa".


No entanto adverte que essa venda "não será realizada este ano, mas sim até 2010". Quanto a possíveis compradores, Mateschitz avisa que a Toro Rosso só será vendida "se ficar em boas mãos". Já agora, refere-se que a equipa é detida em partes iguais por ele e pelo ex-plioto austriaco Gerhard Berger.

Extta-Campeonato: Boicote a Pequim?

Os acontecimentos da última semana no Tibete causaram preocupação em todo o mundo, e em ano de Jogos Olimpicos na capital chinesa, num país que ostenta os piores registros em matéria de direitos humanos (execuções sumárias, prisões arbitrárias, condições de trabalho deploráveis...), começam a aparecer vozes, de organizações não-governamentais, a apelar para que os governos ocidentais ameaçem com boicote os Jogos Olimpicos de Pequim, caso as autoridades chinesas não parem com a violência no Tibete.

O "Tecto do Mundo" foi durante muitos anos um país mais ou menos independente desde a queda da Monarquia, em 1911, até à chegada ao poder dos comunistas de Mao Zedong, em 1949. Era governado, em termos espirituais, pelo Dalai-Lama, e o actual foi educado desde cedo para governar. Um dos seus conselheiros foi Henrrich Harrer (1912-2006), o homem que mais tarde foi interpretado por Brad Pitt no filme "Sete Anos no Tibete".

Em 1950, os tropas chinesas invadiram Tibete, "reclamando o que era deles", e lá ficaram até aos dias de hoje. São uma república autónoma, mas ocorrem revoltas de quando em quando. Na primeira das revoltas, em 1959, o Dalai-Lama teve que se exilar na India, onde está até agora, mas outras aconteceram, em 1988 e 89, antes da revolta estudantil que desencadeou no Massacre em Tienamen.

Passados quase vinte anos, olhamos para a China como um milagre económico e um mercado de um bilião de consumidores. As multinacionais consideram que negociar com os chineses é muito melhor do que sentar com ele e discutir a actual situação dos Direitos Humanos. Até deixam os chineses interferir e censurar. Querem um exemplo? Escrever palavras como "Tibete" Direitos Humanos", "Falungong", Massacre de Tienamen 1989" estão barradas no Google e outros motores de busca na China. Há "policias da Internet" na China, zelosos para que encontrem "bloggers" dissidentes, e comunicam à policia, para que estes os prendam...

As sociedades ocidentais, que se tornaram apoliticas, já olham para a China com alguma indiferença, embora por vezes se incomodem com as brutais condições de trabalho e o "lado negro" do rápido crescimento da economia: expropriações selvagens, ocupação de terras agrícolas para rápida construção de casas, estradas, fábricas e outras infra-estruturas, para não falar dos fortes impactos ambientais (em poucos anos, a China será a nação mais poluidora do mundo)

Mas agora, com a revolta no Tibete, as coisas são mais críticas: estamos em ano olimpico, e Pequim investiu milhões nestes Jogos Olimpicos, fazendo tudo para que sejam "os melhores de sempre". A poucos meses do inicio da festa, tudo pode ir por água abaixo. Se a poluição era um problema grave, isto põe tudo em causa. E já se pede o boicote a Pequim, tal como foi feito há 28 anos atrás com Moscovo.

Agora chegamos "à pergunta de um milhão de euros": boicote a Pequim? Primeiro que tudo, porque é que deixaram que Pequim fosse a escolhida para sediar os Jogos Olimpicos? Sabiam que, se eles nada fizessem de significativo nesses campos antes de 2008, iriam ter problemas, pois haveria sempre quem aproveitasse politicamente esta ocasião. E agora que a China está no centro das atenções, a pressão mundial começa-se a sentir.

Agora vamos à parte pessoal: não apoio boicotes governamentais aos jogos. Vi o que foi Moscovo, e foi um fracasso politico, pois de pouco ou nada serviu. Os organismos internacionais não gostam muito da mistura entre desporto e politica. Tiveram o exemplo dos Jogos Olimpicos de Berlim, em 1936, que não fizeram mais do que exaltar a "superioridade ariana", mas que no fim tiveram um atleta negro, Jesse Owens, a ganhar quatro medalhas de ouro...

Perfiro mais o exemplo de Tommie Smith e John Carlos, que nos Jogos Olimpicos de 1968, ergueram o braço, com uma luva negra, simbolo do "Black Power". Eu perfiro isso. Perfiro que um Roger Federer, ou um Tyson Gay, ou os jogadores da NBA andarem com camisolas a dizer "Free Tibet" ou a usarem a bandeira do Tibete do que propriamente a serem indiferentes e preocuparem-se com o "merchandising". Assim, a mensagem passaria melhor. Afinal, se suportam causas como os deficientes, os meninos com HIV/SIDA, o combate à tuberculose, malária, etc... porque não um Tibete Livre? Teria mais impacto do que poicotes politicos, de impacto imediato, mas vazios de consequências...

O piloto do dia - Derek Daly

Sem encontrar ninguém importante que faça anos hoje, decidi andar para trás no calendário para ver quem andou a comemorar o seu aniversário natalício. Quando descobri o Derek Daly, através do João Carlos Viana, para mim foi uma "mina de ouro". Não só pela sua história de vida, mas também porque há muito que queria fazer a sua biografia. Quanto ao "discreto", só se for por brincadeira, pois todos os irlandeses que conheci são todos menos calados. Afinal, foram eles que inventaram a cerveja Guiness...

Nascido a 11 de Março de 1953 em Dundrum, perto de Dublin (fez agora 55 anos), Derek Daly começou tarde a sua carreira automobilistica. Aos 17 anos começou a competir nos Stock Cars irlandeses, sendo campeão em 1972. Contudo, para continuar a correr, precisava de financiamento, e como era difícil arranjar, mudou-se para a Austrália... para trabalhar em minas de cobre! Depois de conseguir dinheiro suficiente voltou a Inglaterra em 1976 parra correr na Formula Ford inglesa e irlandesa, num Hawke.

Nesse ano, depois de ganhar o campeonato irlandês, participou no Formula Ford Festival, no circuito de Brands Hatch, que nesse ano ganhou o título de "Tribute to James", em homenagem a James Hunt, o campeão daquele ano. Corrido debaixo de chuva, Daly conseguiu ultrapassar todos os obstáculos e chegou à final, vencendo com categoria.

Isso foi o suficiente para que Derek McMahon, que tinha a sua própria equipa na Formula 3 inglesa, o contratar para a temporada de 1977. Correndo na BARC Series, e tendo como opositor um jovem brasileiro chamado... Nelson Piquet, Daly ganhou as cinco provas finais do campeonato, tornando-se campeão.O passo seguinte chamava-se Formula 2, e ele foi contratado pela Chevron para correr o Europeu. Nesse ano, mostra-se competitivo e ganha duas corridas em Itália (Mugello e Vallelunga), terminando o ano na terceira posição, atrás do italiano Bruno Giacomelli (campeão) e do suiço Marc Surer (vice-campeão).

Entretanto, o talento de Daly tinha sido captado por equipas de Formula 1, e a Hesketh precisava desesperadamente de dinheiro para sobreviver. Depois do Grande Prémio da Africa do Sul, houve uma corrida extra-campeonato, o BRDC International Trophy, no circuito de Silverstone. Eles convidam Daly para correr, e ele aceita. Numa pista totalmente encharcada, Daly surpreende tudo e todos ao liderar a corrida, logo na primeira volta! Infelizmente, ele despistou-se, devido à quebra do seu visor...

Mas ele já tinha dado nas vistas, e depois de três não-qualificações com o Hesketh, Daly mudou-se para a Ensign, e corria por eles quando o calendário da Formula 2 não coincidia com o da Formula 1. Aliás, Nelson Piquet teve a sua estreia na Alemanha porque nesse fim de semana, Daly estava a correr uma prova de Formula 2... no final do ano, no Canadá, conseguiu levar o seu Ensign a um sexto lugar final, numa corrida marcada pela chuva. Esse ponto deu-lhe o 19º posto final.

Em 1979, Daly repartiu a temporada entre a Formula 2, onde correr no Project Four de Ron Dennis, e a Formula 1, onde corria pela Ensign. Foi uma época mais ou menos frustrante, pois se na formula 2, somente ganhou uma prova, no final do ano, na Formula 1, o Ensign era cada vez mais um carro do fundo do pelotão, coleccionando não-qualificações. Contudo, no final do ano, Ken Tyrrell deu-lhe uma chance para correr no seu terceiro carro nos GP's do Canadá e Estados Unidos.

Em 1980, Daly torna-se piloto a tempo inteiro na equipa do "Tio Ken" e faz uma boa temporada, acabando em quarto lugar em duas ocasiões: Argentina e Inglaterra. Mas Daly foi protagonista em mais duas corridas daquele ano, pelas piores razões: no Mónaco, causou uma carambola que o atirou ao ar e provocou a desistência dele, do seu comapnheiro de equipa Jean-Pierre Jarier e do Alfa Romeo de Bruno Giacomelli. Na Holanda, protogonizou outro vôo, na famigerada Curva Tarzan, onde bateu no muro de pneus... e escapou ileso. No final desse ano, conseguiu seis pontos e ficou na 11ª posição do campeonato.

Em 1981, muda-se para a March, com o apoio da cerveja Guinness, mas foi uma mudança "de cavalo para burro". Não teve muitas chances de se qualificar, e o seu melhor foi um sétimo lugar na Grã-Bretanha. Em 1982, começa a temporada na Theodore, e as coisas caminhavam para outra época sem resultados de relevo, quando a sorte bateu-lhe à porta.

A Williams ficara sem Carlos Reutmann após o GP do Brasil, e tinham contratado Mario Andretti para correr o GP de Long Beach. Tendo apoiado o boicote da FOCA ao GP de San Marino, em Imola, Frank Williams sabia que precisava de alguém para secundar o finlandês Keke Rosberg. Virou-se para Derek Daly, que prontamente aceitou.

Depois de uma estreia discreta em Zolder, esteve quase a ganhar no Mónaco, numa das corridas mais confusas da Formula 1, onde ninguém sabia se haveria alguém a cortar a meta! Daly tinha tido um acidente no inicio da corrida, e ficou sem asa traseira e com a caixa de velocidades danificada. Contudo, conseguiu prosseguir mais ou menos bem até perto do fim, e todos achavam que ele iria cortar a meta em primeiro lugar, pois estava atrás de Riccardo Patrese e de Andrea de Cesaris, que tinham desistido antes. Só que a 300 metros da meta, a caixa de velocidades foi-se de vez e a sua melhor chance de ganhar esfumou-se. No final, classificou-se na sexta posição.



Continuou a conseguir regularmente classificações nos pontos, com três quintos lugares em Detroit, Zandvoort e Brands Hatch, e na última corrida do ano, em Las Vegas, foi sexto, protegendo Keke Rosberg dos ataques da concorrência, e ajudando-o a ser campeão do mundo, numa corrida ganha por Michele Alboreto. Contudo, essa seria a sua última corrida na Formula 1.

A sua carreira na Formula 1: 64 Grandes Prémios, em cinco temporadas (1978-82), 15 pontos.

Ainda em 1982, estreia-se na Formula Indy, e no ano seguinte, consegue qualificar-se pela primeira vez para as 500 Milhas de Indianápolis, onde seguia na nona posição quando o seu motor rebentou. No ano seguinte, após algumas boas prestações, sofre o seu pior acidente da sua carreira, na oval de Michigan. Parte os tornozelos, a pelvis, a perna direita, a mão direita e duas costelas, entre outras fracturas. Sofre várias cirurgias, e fica meses em fisioterapia, para além de sofrer várias cirurgias ao longo de três anos. contudo, regressará as competições e correrá na CART até 1989.

Após isso, para para os Sport-Protótipos, onde correr pela Jaguar, classificando-se em quarto lugar nas 24 Horas de Le Mans de 1988, e terganho pela Nissan, as 12 Horas de Sebring em 1990 e 1991. Após isso, retirou-se da competição e fixou residência nos Estados Unidos, onde se naturalizou americano. A partir de 1995, passou a ser comentador televisivo, primeiro na CBS Sports, e depois na ESPN, cobrindo a CART e a Formula 1.

Actualmente, é "motivational speaker" para a Motorvation, fundada por si, para além de dirigir a Derek Daly Academy, uma escola de pilotagem, onde Sylverster Stallone foi um dos seus alunos, quando se preparou para o filme "Driven" (sim, aquela comédia de filme sobre a CART...), e também ajuda a desenhar circuitos quer nos Estados Unidos, quer na América Latina.

Fontes: