"Claro que estamos felizes, o Thierry (Neuville) realizou um dia fantástico em condições de piso muito complicadas, as diferenças de aderência foram muitas, mas ele não cometeu erros, fez um belo trabalho. O carro está a trabalhar bem, mas ainda falta muito e tudo pode acontecer. Temos todos que estar perfeitamente concentrados”.
Estas eram as palavras de Michel Nandan, o diretor desportivo da Hyundai, depois do primeiro dia do rali de Monte Carlo. A sua experiência nos ralis sabia perfeitamente que só se comemora depois de cortar a meta, pois durante o rali, tudo podia acontecer. E foi o que aconteceu, quando Thierry Neuville, o líder do rali quase incontestado até agora, ficou parado após a 13ª especial, quando nada o fazia prever.
Mas recuemos atrás, para o inicio do dia, quando tudo eram rosas para a Hyundai. O dia começou com Neuville ao ataque, depois do ataque de Ogier nas últimas duas especiais do dia anterior terem reduzido a diferença entre ambos para pouco mais de 37 segundos. Hoje, o belga ganhou 2,6 segundos e aumentou a diferença para 47,7 segundos, enquanto que Ott Tanak perdeu 20,2 segundos na especial, vendo aumentar a distância para o seu companheiro de equipa, que era o segundo classificado. Por causa disso, Elfyn Evans acabava com o terceiro melhor tempo da especial.
“Não foi uma diferença grande, mas tive um troço limpo. Nada de surpresas, boa informação da nossa equipa de batedores, estou confiante e focado. O carro está a trabalhar bem, nunca tive um carro assim tão bom no primeiro rali duma época. É muito agradável!”, comentava Neuville.
Neuville aproveitou na especial seguinte, na primeira passagem por La Batie Monsaleon - Faye, ganhando mais treze segundos a Ogier, mas... ele não foi o melhor na etapa. Isso ficou para Elfyn Evans, que foi o melhor, ganhando um segundo ao piloto da Hyundai. Ogier disse depois que estava a ter uma toada cautelosa: “Optámos por cruzar pneus, foi bom, mas fui cauteloso nas zonas de gelo. Mas não foi mau”, disse.
Ogier lá recuperou na 11ª especial, na segunda passagem por Lardier et Valenca - Oze, mas foi pouco: apenas 2,1 segundos, numa especial onde Jari-Matti Latvala foi o terceiro, a 14,4 segundos. O francês continuou ao ataque na segunda passagem por La Batie Monsaleon - Faye, apesar do vencedor da especial ter sido Elfyn Evans. Ogier ficou a 7,4 segundos de Evans, mas ganhou 7,6 segundos a Neuville, que foi apenas o quinto na especial, diminuindo um pouco a diferença entre os dois para os 51 segundos. E a razão disso? Os pneus, pois o francês colocou dois pneus slicks no seu Ford.
E chegamos à 13ª especial, a última do dia e aparentemente, a do azar para o belga. Ao fazer mal uma curva, este ficou numa das muitas valetas existentes na estrada, danificando a sua suspensão e perdendo mais de 32 minutos e dizendo adeus ao rali, pois caiu para a 15ª posição. E claro, Ogier e os Ford sairam altamente beneficiados, pois o francês não só ficou com a liderança, como tem agora uma vantagem de 47,1 segundos sobre Ott Tanak. Tudo indica que, caso não haja surpresas nos quatro troços finais deste rali que os Ford vão a caminho da dobradinha.
Jari-Matti Latvala é o terceiro, a dois minutos e 20 segundos, e é cada vez mais o terceiro classificado, provavelmente a caminho de dar à Toyota o seu primeiro pódio neste seu regresso aos ralis. Craig Breen é o quarto, no seu Citroen, e parece que está a vencer o duelo com Dani Sordo, pois ambos estão separados por 15,9 segundos. Elfyn Evans é o sexto, e ganhou três troços neste sábado - incluindo esta 13ª especial - e está bem distante de Anders MIkkelsen, sétimo com o Skoda Fabia R5, o melhor dos WRC2. Aliás, até ao décimo posto, estão todos os pilotos dessa categoria: o Skoda de Jan Kopecky, o Ford de Bryan Bouffier e o outro Skoda Fabia de Pontus Tiedmand.
O rali de Monte Carlo termina amanhã, com as quatro últimas especiais do dia.