O belga Patrick Néve, conhecido por ter sido o primeiro piloto da Williams na sua segunda encarnação, morreu este domingo aos 67 anos. Em 14 Grandes Prémios, entre 1976 e 78, não pontuou em qualquer corrida, embora o seu melhor resultado tenha sido um sétimo lugar no GP no GP de Itália, em Monza.
Nascido em Liége, de uma familia de classe alta, a 13 de outubro de 1949, Nève começou a envolver-se no automobilismo indo para a Jim Russell Racing School, trabalhando por lá para pagar os seus estudos, apesar das suas origens. Depois, foi correr na Formula Ford, pnde venceu a BRDC Formula Ford 1600 em 1974, para depois passar para a Formula 3 no ano seguinte, com algum sucesso. A sua chegada à Formula 2 aconteceu ainda em 1975, quando tentou correr no Safir, que basicamente era a segunda encarnação da Token, que tinha terminado no ano anterior. Os novos proprietários adquiriam o chassis e fizeram outro para a Formula 2, mas ele acabou por não largar. No ano seguinte, entrou na equipa oficial da March, onde conseguiu o terceiro lugar e a volta mais rápida na primeira prova do ano, em Silverstone.
Contudo, não continuou mais na equipa, andando numa variedade de carros. Por exemplo, venceu em 1976 nas Três Horas de Saltzburging ao volante de um BMW 3.0. Mas foi também nesse ano que teve a sua chance de se estrear na categoria de topo do automobilismo. Primeiro, num Brabham BT44 da RAM Racing, onde conseguiu qualificar-se num digno 19º posto (algo que Jacky Ickx e Emerson Fittipaldi nem conseguiram!), mas a sua corrida terminou ao fim de 19 voltas, com uma quebra no eixo do seu carro.
Nève voltou a ter uma chance de correr, desta vez no GP de França, a bordo do Ensign, em substituição de Chris Amon, que se tinha magoado na corrida anterior, na Suécia. Penúltimo na grelha, chegou ao fim no 18º posto, a uma volta do vencedor.
Só voltaria a correr no ano seguinte, quando Frank Williams o contratou para a sua nova equipa. Tinha saído da Wolf a meio do ano anterior, tinha contratado Patrick Head e decidira adquirir um March 761 no sentido de ter um "ano zero" para construir uma equipa e captar patrocinadores. Nève foi o escolhido para correr com eles, a partir do GP de Espanha. Ora conseguia qualificar-se no fundo da grelha, ora falhava a qualificação, e mesmo o seu melhor resultado, o sétimo posto em Monza, conseguiu-o... a duas voltas do vencedor, e pouco menos do que isso do sexto classificado, o Tyrrell de Ronnie Peterson.
Sem lugar no ano seguinte, tentou a sua sorte no ano seguinte, no seu proprio March, no GP da Bélgica, em Zolder, mas não conseguiu a qualificação. Sem ele saber, tinha entrado na história como o último piloto a participar num Grande Prémio de Formula 1 a título individual. No final do ano, chegou a testar no carro que a Kahusen queria usar em 1979, mas não ficou com o lugar. Por esta altura, também andava na Formula 2, sendo piloto da Onyx em 1979, sem terminar qualquer corrida, continuando a correr nessa competição até 1983.
Por esta altura, também tinha participado na Endurance. Em 1980, tinha alinhado num BMW M1 inscrito pela... March, ao lado dos alemães Manfred Winkelhock e Michael Korton, fazendo apenas 38 voltas antes de desistir. Voltando em 1982 com um carro da March, e ao lado do sueco Eje Elgh e do americano Jeff Wood, não fez mais do que 78 voltas antes de abandonar.
A sua carreira acabou nos anos 90, guiando Turismos. Por esta altura, o seu irmão Guy Nève também participava no automobilismo, seguido os passos do seu irmão, seis anos mais novo do que ele. Contudo, Guy sofreu um acidente mortal a 28 de junho de 1992, na pista de Chimay, quando o seu Porsche capotou e incendiou-se, acabado por o matar, aos 37 anos de idade.