sábado, 15 de abril de 2017

A imagem do dia

Filipe Albquerque comemora de punho erguido a sua vitória nas 4 Horas de Silverstone, a primeira prova do Europeu de Endurance. E comemora com vigor: é que quem viu os minutos finais da corrida, reparou no esforço que fez a bordo do seu Ligier da United Autosports, para ir buscar o carro que estava à sua frente, o Oreca G-Drive então guiado por Ryo Hirakawa, este já sem pneus, enquanto que o cronómetro se aproximava do zero.

Foi emocionante, e de uma verta maneira, justo. Partiu de segundo e esteve estável. Na parte final, quando ele pegou no carro e fez a recuperação que todos viram, apenas mostrou que ele é um piloto veloz, um dos melhores dos dois lados do Atlântico. Bem servido na IMSA, ao lado de João Barbosa e Christian Fittipaldi, aqui na ELMS, este ano ao lado do suíço Hugo de Sadeleer e o americano William Owen, entrou com o pé direito, numa vitória que já merecia este ano, depois do que lhe aconteceu em Daytona.

Sem ter uma grande chance de correr na LMP1, no Mundial - um lugar que já merecia - ser candidato ao título (ou mesmo vencer) o Europeu de Resistência, provavelmente consagrado em Portimão, em outubro, seria ouro sobre azul de uma tempora que poderá ser de sonho para o piloto de Coimbra. Esperemos que sim.   

Youtube Racing Series: TCR 2017, a primeira corrida do Bahrein

Para além da Formula 1 e da Formula 2, o fim de semana barenita também têm o TCR, a série internacional de carros de Turismo, onde várias marcas têm carros, adquiridos a baixo custo, com o objetivo de correrem uns contra os outros nesta competição. Em pouco mais de dois anos, esta série alargou-se a mais de uma dezena de países e regiões. Portugal tem o seu TCR nacional, incluindo no campeonato nacional de velocidade e turismos, mas também terá em 2017 a versão ibérica.

Aqui, coloca-se o video da primeira corrida da ronda do Bahrein, que aconteceu esta tarde, e no qual venceu o italiano Roberto Colciago, na frente dos franceses Hugo Valente e de Jean-Karl Vernay. O georgiano Davit Kajala, líder do campeonato até aqui, não concluiu a prova. 

Amanhã é a segunda corrida desta ronda. 

Formula 1 2017 - Ronda 3, Bahrein (Qualificação)

Nem tivemos muito tempo para respirar entre a China e o Bahrein. Pelo meio, tivemos o sensacional anuncio de que Fernando Alonso iria correr as 500 Milhas da Indianápolis, deixando de lado o GP so Mónaco. Isso, de uma certa forma, é o sinal de que a velha geração saiu de cena na Formula 1, apesar da aparição no paddock de Bernie Ecclestone, o anão octogenário, que não perdeu tempo, dizendo que no seu tempo, teria vetado a coisa. Já podem ver como eram as coisas à sua maneira, não é?

Mas Bernie já não manda, é uma figura decorativa, e os novos membros só o toleram porque respeitar os mais velhos ainda é bonito. E também acho que está ali a convite do Sheik do que do Chase Carey, o "Bigotum Maximus"...

Como toda a gente sabe, a corrida é noturna, mas durante o dia, os pilotos aguentaram os calores do deserto. Em plano abril, as temperaturas rondam os 35 graus, ou seja, verão no sul da Europa, por exemplo. Não que os pilotos tenham suado dentro dos seus carros, mas queixaram-se um pouco do calor, que no caso de Lance Stroll, até causou queimaduras nos seus pés. Mas nada de impeditivo.

Quem está de volta é Pascal Wehrlein, depois de duas corridas de ausência. A recuperação foi dura, mas aparentemente, está a aguentar as pressões dentro do carro. Resta saber se consegue fazer a corrida toda até ao fim, para que possamos dizer que está realente curado e vai andar ali para o resto da temporada.

O sol já se tinha posto nas Arábias, mas o calor ainda se fazia sentir naquelas paragens quando a qualificação começou. Não houve grandes novidades na Q1, especialmente depois dos pilotos da frente marcarem o seu tempo suficiente para passar à fase seguinte, como Hamilton, que começou por fazer 1.30,814, com pneus softs (vermelhos). A segunda parte da Q1, os pilotos melhoraram os seus tempos com os pneus vermelhos, e no final, a diferença entre o primeiro e o 15º (Alonso) era de meros... 1,2 segundos.

E entre os que ficavam de fora, estavam Calos Sainz Jr. (que ficou sem gasolina na sua volta final), o Force India de Sergio Perez, o Sauber de Marcus Ericsson, o Haas de Kevin Magnussen e o McLaren de Stoffel Vandoorne.

A Q2 começava com menos um elemento. Parecia inicialmente que Lance Stroll tinha problemas no seu motor e tinha de ficar retido nas suas boxes, mas na realidade foi Fernando Alonso, que também ficou nas boxes de vez: o motor Honda tinha quebrado. Pouco depois, o canadiano decidiu sair das boxes e marcar a sua volta. No meio disto tudo, Hamiltom marcava 1.29,535, vinte centésimos manos que Valtteri Bottas e 61 centésimos sobre Sebastian Vettel.

No final, quem ficava de fora, para além de Alonso: Lance Stroll, Pascal Wehrlein, Esteban Ocon e Daniil Kvyat, que ficou com o 11º tempo, o pior de todos. E do outro lado, para além dos habituais, a grande surpresa eram os dois Renault e o Haas de Romain Grosjean.

Assim, partíamos para a Q3, a fase final. E da maneira como a diferença era pouca entre os pilotos da frente, parecia que a pole iria ser bem disputada. Bottas começou por fazer 1.28,844, mas Lewis Hamilton reagiu, fazendo 1.28,792. Sebastian Vettel fez 1.29,247, na frente de Kimi Raikkonen. Logo na primeira passagem, a diferença entre o melhor dos Mercedes e o melhor dos Ferrari era de quase meio segundo, e parecia que, caso os pneus melhorassem e o piloto fizesse uma volta perfeita, parecia que tudo iria de novo para as mãos da Mercedes. E de Lewis Hamilton.

Contudo, na parte final, Bottas faz 1.28,769, e consegue a sua primeira pole-position da sua carreira. A concorrência não melhorou e com isso, iríamos ter o primeiro "poleman" diferente nesta temporada, embora tudo fisse dentro da Mercedes. Vettel ficou com o terceiro posto, um pouco longe, e na frente de Daniel Ricciardo, o melhor dos Red Bull. Kimi Raikkonen, era o quinto, também na frente de outro Red Bull, o de Max Verstappen. E um surpreendente Nico Hulkenberg é sétimo, na frente de Felipe Massa e Romain Grosjean, no Haas. E a fechar o "top ten", o segundo Renault de Joylon Palmer.

A qualificação foi interessante, e com um resultado algo surpreendente. Contudo, a corrida de amanhã será outra coisa completamente diferente, e normalmente, esta não é uma corrida emocionante. Normalmente... 

sexta-feira, 14 de abril de 2017

A imagem do dia


Nelson Piquet, no canto superior direito na fotografia, parece que está a receber toda uma nova geração de pilotos que andam por ali, filhos de nomes famosos, no fim de semana em que começa o Mundial de Endurance em Silverstone.

E da esquerda para a direita (na primeira foto), eis os pilotos: Bruno Senna, Matthias Lauda, Nico Prost, Nelson Piquet Jr, Pietro Fittipaldi, Pedro Piquet, Harrison Newey e Mick Schumacher.

Sobre os pilotos da Valliant-Rebellion, eis algo do qual Michel Vaillant ficaria invejoso, caso existisse. Vai ser interessante vê-los correr em Le Mans, em junho, no carro da LMP2. Lauda corre na Aston Martin, na categoria GTE-Am, e no ano passado, corria ao lado de Paul Della Lana e Pedro Lamy, enquanto que Pietro Fittipaldi, um dos netos de Emerson, está na Formula V8 3.5. Para finalizar, Pedro Piquet, Harrison Newey e Mick Schumacher estão na Formula 3 europeia.

Os herdeiros têm uma tarefa espinhosa: sair da sombra dos feitos dos pais. Como podem ver pelos pilotos da Rebellion, essa gente teve uma passagem modesta pela Formula 1 - Prost não chegou lá, Senna só tem uma volta mais rápida e Piquet, um pódio e polémica - e são felizes na Formula E. E isso poderia ser uma espécie de aviso a todos os que estão na ladeira para lá chegar, como Pietro, Pedro ou Mick. Apesar de já terem mostrado talento, não são alguém que "encha o olho" aos que esperam ver a perpetuação desses nomes no automobilismo.

Contudo, momentos destes merecem, de facto, fotografias como estas.

Noticias: Button substitui Alonso no Mónaco

Esta era uma noticia "esperada", mas hoje veio a confirmação: Jenson Button correrá no GP do Mónaco, no lugar de Fernando Alonso, que vai estar ausente para correr nas 500 Milhas de Indoanápolis. O piloto de 37 anos decidiu abandonar a Formula 1 no final de 2016, depois de 17 temporadas ao serviço de equipas como Williams, Benetton, Renault, BAR, Honda, Brawn GP e McLaren. E claro, vai correr ao lado de Stoffel Vandoorne nas ruas do Principado.

Estou animado por ter este regresso à Formula 1 para uma corrida. Não podia pensar num GP melhor”, começou por dizer o inglês, que mora no Principado. “Ganhei a corrida em 2009 e é uma das minhas pistas favoritas. É um circuito complicado em que o piloto pode fazer a diferença. E mesmo que o monolugar não tenha começado bem a temporada, acho que ele poderá se adaptar melhor a Mónaco. Sei que não posso repetir a minha vitória de 2009, mas penso que ficarei nos pontos”. 

Sobre as questões físicas o piloto não se mostrou preocupado: “Estou muito bem, graças aos meus treinos para o triatlo”, concluiu.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

A imagem do dia

A Lamborghini tem uma pequena história na Formula 1, e hoje anda a contá-la no seu museu em Sant'Agata Bolognese. Mas neste verão - isto vai até ao final do ano - tem uma exposição permanente sobre Ayrton Senna, onde estarão todos os carros que o piloto brasileiro guiou ao longo da sua carreira. Incluindo este: o McLaren MP4-8 modificado para lá caber o motor V12 que o piloto testou no Estoril, em outubro de 1993.

E no dia da inauguração da exposição, estiveram muitos dos nomes desse tempo. Atrás de Stefano Domanicalli estão nomes como Ricciardo Patrese e Pierluigi Martini; Mauro Forgheri e Daniele Audetto, entre outros.

Toda a gente sabe mais ou menos como foi a Lamborghini nos anos 80 e 90, onde os motores V12, construídos por Forgheri, tiveram resultados modestos em equipas como Ligier, Lotus, Minardi, Larrousse e a Lambo-Modena, onde ficaram entre 1989 e 1993. Só conseguiram um pódio, com Aguri Suzuki, no GP do Japão de 1990, em meados de 93, tentaram a sua sorte com a McLaren, com o famoso teste do Estoril.

Depois de Senna ter elogiado e incentivado a Lamborghini a fazer melhorias no seu V12, houve conversações sérias entre ambas as partes para 1994, mas no final, Ron Dennis decidiu-se pela Peugeot. E claro, a Lamborghini, que na altura pertencia ao grupo Chrysler, decidiu abandonar de vez a Formula 1. E ver esse "one-off" num museu importante para o automobilismo, é único.


O que a nova gerência vai fazer com os elefantes na sala?

Como toda a gente sabe, a Formula 1 tem este ano uma nova gerência. Chase Carey, Sean Bratches e Ross Brawn fazem o trabalho que antes era feito por Bernie Ecclestone. E desde que lá chegaram têm falado de mudanças na organização, quer em termos de calendário, quer em termos de organização, desde transmissões televisivas até a interação com os pilotos, e com as redes sociais.

Contudo, com a chegada destes novos membros que há questões pertinentes, e uma delas têm a ver com os destinos mais... controversos. Ontem, mostraram-se fotografias da reunião que Carey teve com Reçep Tayip Erdogan, o presidente da Turquia, e a ideia de um regresso pairou no ar. Ora, naquele país, irá haver um referendo dento de alguns dias e a ideia do presidente ficar com o poder executivo é bem real, e muitos dizem que é o passo final para uma ditadura. 

Mas não é só a Turquia que pode regressar - talvez em 2018. Esta e a semana em que estamos no Bahrein, a primeira das duas corridas noturnas no calendário, e no final do mês estarão na Rússia, a terra governada por Vladimir Putin, e que também não é propriamente amigo da democracia e do estado de direito. O Bahrein, pequeno emirado de pouco mais de milhão e meio de habitantes, passou por sarilhos em 2011, com o povo a revoltar-se contra a classe dominante, aproveitando a "Primavera Árabe". A corrida foi cancelada nesse ano, mas regressou com muita controvérsia e apelos ao boicote, em 2012, sem efeito porque o pessoal que geria a Formula 1 não quer saber muito de politica, desde que paguem o dinheiro.

Mas, como sabem, há nova gerência. E a grande pergunta é: iremos ver mais do mesmo? É provável que sim, daquilo que vimos da reunião com os turcos. E como os países do Golfo vão continuar a cumprir contratos e a pagar o que pedem, não creio que haja alterações.

Contudo... o que aconteceria se tivessem numa situação complicada? Algo semelhante ao que acontecia nos anos 80, quando iam à África do Sul, no tempo do apartheid, do governo da minoria branca? É certo e sabido que a FIA foi a última a ceder nesse campo, que só em 1985, a Formula 1 descobriu que correr em Kyalami era um embaraço de ordem mundial e colocava a sua categoria nas noticias pelas piores razões? Agora, está tudo calmo, mas num mundo em ebulição como é o nosso, agora, o que aconteceria com o GP da Rússia, caso o "titio Putin" decidisse fazer mais algumas expansões nas suas fronteiras, como fez com a Crimeia? A nova gerência iria largar os rublos russos tão facilmente?

Esta nova liderança deve saber que existem alguns "elefantes" na sala, em maior ou menor grau. Se a entrada da França é bem-vinda, a possível entrada turca pode ser um embaraço maior, tão grande quanto os exemplos ditos anteriormente - e em menor grau, Abu Dhabi e China - principalmente quando a geopolitica decidir acordar e mexer umas peças de xadrez com estrondo. O potencial está lá, e vai ser um teste bem interessante sobre saber se iriamos ver mais do mesmo, ou haveria uma maior sensibilidade ao que se passa no mundo.

Veremos. Esta nova liderança tem muitos testes pela frente.

Como uma noticia sensacional esteve prestes a não acontecer

Toda a gente já entendeu que a ida de Fernando Alonso ao "Brickyard", para disputar as 500 Milhas de Indianapolis pelas cores da McLaren, deixando de lado o GP do Mónaco, é das coisas mais sensacionais desta temporada. Iremos ver se esta primeira experiência não poderá ser o inicio de muitas outras, para além de saber como é que Alonso se comportará noutra categoria que não a Formula 1, onde está - lembro-vos - desde 2001, ou seja, há 16 anos.

Contudo, isso esteve muito perto de não acontecer. E só aconteceu porque um piloto decidiu abrir mão da sua inscrição para que todos possamos estar a comentar este sensacional anuncio. A revelação veio do próprio presidente da Indianapolis Motor Speedway, Mark Miles, em declarações à revista americana Racer.

A história é simples: quando Zak Brown desafiou Fernando Alonso a tentar a sua sorte na prova mais conhecida do automobilismo americano, andaram à procura de vagas nas equipas com motor Honda, mas as coisas andaram complicadas. Ao contrário do que se passa na Formula 1, a marca japonesa ganhou todas as corridas da IndyCar até agora, e é uma das melhores do pelotão. Pediram ajuda às equipas maiores, que estavam a dar mais carros para correr de propósito para esta prova. A Andretti tinha cinco vagas, mas a última tinha sido acabada de preencher por Stefan Wilson, o irmão mais novo de Justin Wilson, morto num acidente em Pocono, em 2015. Depois de saber o que se passava, Wilson decidiu abdicar do seu lugar nas 500 Milhas, a troco de algo maior mais adiante.

"Recebi uma ligação do Zak [Brown, CEO da McLaren] e ele queria saber se poderíamos fazer um acordo para que Fernando corresse na Indy neste ano. Eu disse que moveria o céu e a terra para tornar isso realidade. Entrei em contato com quatro equipes da Honda e com uma, mas não conseguia arrumar um motor. E foi então demos sorte", revelou.

"Mesmo querendo muito correr neste ano, ele [Stefan] estava pensando no bem maior para a Indy. É um grande gesto. Os herois desta história são Alonso, Zak, Michael e Stefan. E acho que será uma história muito legal, outro grande mês de maio", concluiu.

Bom, agora já sabem de alguns dos pormenores de bastidores que fizeram esta história possivel. No final de maio, veremos como isto acabará.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

A imagem do dia

Hoje, Carlos Reutemann cumpre o seu 75º aniversário, 35 anos depois da sua retirada da Formula 1. O piloto argentino foi o melhor depois de Juan Manuel Fangio, onde quase venceu o campeonato do mundo em 1981, mas Nelson Piquet não o deixou.

A imagem que coloco aqui é interessante, porque é da sua primeira corrida, há 45 anos, em Buenos Aires. Ali, a bordo de um BT34, Reutemann conseguiu o "impossivel", a pole-position, batendo Jackie Stewart e claro, dando uma alegria aos adeptos da casa. É muito raro pilotos conseguirem algo logo na sua primeira corrida. Aliás, só quatro conseguiram-no: Giusseppe Farina, em 1950, no GP da Grã-Bretanha (a primeira do mundial), Mário Andretti, no GP dos Estados Unidos de 1968 e Jacques Villeneuve, no GP da Austrália de 1997.

O feito foi interessante, porque era a primeira corrida de Bernie Ecclestone como o dono da Brabham, depois de adquirir a parte que pertencia a Ron Tauranac. Foi uma temporada dificil, e a pole de "Lole" foi o único ponto alto de uma equipa que ainda tinha Wilson Fittipaldi e o veterano Graham Hill.

Mas ele já tinha mostrado a sua velocidade antes, na Europa. Em 1970, tinha estado na Formula 2 e tinha feito grandes corridas, especialmente uma em Hockenheim, onde andou atrás de Jochen Rindt durante muito tempo, acabando a corrida no quarto posto. Ele andava num Brabham, e manteve-se na competição em 1971, sendo vice-campeão, atrás de Ronnie Peterson, mesmo já tendo idade de quase veterano (30 anos). E para melhorar as coisas, pouco depois do feito de Buenos Aires, conseguiu vencer o GP do Brasil, então uma prova de preparação para a corrida a sério, que iria acontecer no ano seguinte. Acabaria por vencer em 1977 e 1981, a famosa corrida onde mandou as ordens para o ar e ganhou a hostilidade da sua equipa.

Contudo, os eventos de há 45 anos, na sua Argentina natal, deram um segundo capitulo onde os "portenhos" acompanharam os feitos dos seus da mesma forma como acompanharam os de Fangio, quinze anos antes.

Assim sendo, Feliz Aniversário, "Lole"!

As razões da lesão de Wehrlein

Pascal Wehrlein, como é sabido, voltará ao cockpit de um Formula 1 este final de semana no Bahrein, dpeois de duas corridas de ausência. O alemão da Sauber, como é sabido, magoou-se na zona do pescoço durante a Corrida dosa Campeões, em Miami, e a extensão das lesões fez com que falhasse a primeira sessão de testes coletivos, em Barcelona. Contudo, a presença na segunda sessão de testes coletivos parecia que fazia entender que tudo estava resolvido e que iria alinhar em Melbourne. Contudo, na sexta-feira à noite desse final de semana australiano, Wehrlein disse que não estava e condições e cedeu o lugar a Antonio Giovanazzi. E assim continuou na China, enquanto que era provável que o italiano continuasse no Bahrein. Afinal, o alemão vai voltar, para mostrar que está curado e em forma.

Contudo, por estes dias, falou-se bastante sobre a natureza das suas lesões. Falou-se de que o alemão tinha-se lesionado numa vértebra, que o fez atrasar um pouco a sua recuperação - pois a zona do pescoço é a que mais sob pressão nos fins de semana de corrida - mas o Joe Saward contou hoje no seu blog que não foi isso que aconteceu.

"Wehrlein não quebrou nenhuma vértebra, apesar do que foi dito. Ele sofreu uma série de fraturas em várias vértebras torácicas (fissuras, na realidade) no segmento médio da coluna vertebral, entre as vértebras cervicais do pescoço e as da área lombar, na parte inferior da coluna vertebral. O principal problema não foram as fraturas, mas sim os discos intervertebrais, que são as almofadas esponjosas que estão situadas entre cada vértebra e agem como amortecedores para o corpo humano. Quando estes são comprimidos eles levam tempo para recuperar, particularmente na secção torácica, porque são mais finos do que nos outros lados.

Isto significa que o treinamento é um problema porque pretende-se evitar tanto a compressão adicional (para não mencionar a dor) e assim Wehrlein tem feito uma recuperação sensata, mas necessariamente lenta. Ele tentou voltar na Austrália, mas percebeu que ele não estava suficientemente apto para competir, e assim foi substituído por Antonio Giovinazzi".

Assim sendo, espera-se que o piloto alemão já esteja suficientemente em forma para poder correr todo um Grande Prémio. Mas claro, ele vai estar sob observação neste final de semana, e caso haja alguma recaída, lá estará Giovanazzi para o substituir. 

Bomba: Alonso vai às 500 Milhas de Indianápolis!

A McLaren anunciou esta manhã aquela que é uma das noticias mais surpreendentes do ano: Fernando Alonso será piloto da Andretti nas 500 Milhas de Indianápolis, e não vai participar no GP do Mónaco. O piloto de 35 anos correrá com o numero 29 e tentará a sua sorte no "Brickyard" no quinto carro da marca de Michael Andretti, numa aliança com a McLaren, pois ambos correm com motores Honda. 

"Estou imensamente animado que eu estarei correndo na Indy 500 deste ano, com McLaren, Honda e Andretti Autosport", começou por dizer o piloto espanhol no sitio oficial da McLaren.

"A Indy 500 é uma das corridas mais famosas do calendário global de automobilismo, rivalizando apenas com as 24 Horas de Le Mans e o Grande Prémio do Mónaco [que Fernando venceu duas vezes, uma dessas vitórias ao volante de um McLaren]. E é claro que um arrependimento meu que não vou correr no Mónaco este ano. Mas o Mónaco será o único Grande Prémio de 2017 que vou perder", continuou.

"Ganhei o Grande Prémio do Mónaco duas vezes, e é uma das minhas ambições ganhar a Tripla Coroa [Mónaco, as 500 Milhas e as 24 Horas de Le Mans], que foi alcançado por apenas um piloto na história do automobilismo: Graham Hill. É um desafio complicado, mas estou preparado para isso. Eu não sei quando vou correr em Le Mans, mas um dia eu pretendo. Tenho apenas 35 anos, logo, tenho muito tempo para fazer isso", concluiu.

Quanto a Zak Brown, o americano que está agora à frente dos destinos da McLaren, era um homem feliz por fazer regressar a McLaren às 500 Milhas de Indianápolis, quase 40 anos depois da última presença naquela pista. Numa parceria com a Andretti Autosport, Brown disse que estava honrado por colocar de volta uma marca que venceu por três vezes, entre 1972 e 76.

"Estou particularmente feliz por ter conseguido trazer a McLaren de volta a Indianápolis no meu primeiro ano como Diretor Executivo da McLaren", começou por dizer no comunicado oficial da marca.

"Michael [Andretti] é um velho amigo meu, e um homem que eu respeito muito, e sua organização Andretti Autosport é um dos melhores do pelotão. Michael é um vencedor [de fato, a Andretti ganhou no ano passado com Alexander Rossi] e eu não poderia estar mais feliz [em saber] que Fernando vai fazer sua estréia na IndyCar num dos carros de Michael".

"Igualmente, este projeto não teria sido possível sem o apoio e encorajamento da Honda. E o nosso carro - o McLaren-Honda-Andretti - será enfeitado com o "papaia orange" feito famoso pelo nosso fundador Bruce McLaren, e que levou Johnny Rutherford à vitória em 1974 e 1976".

Questionado sobre as chances de Alonso, Brown afirmou: 

"Será que Fernando poderia ganhar o Indy 500 deste ano? Bem, eu não seria tão doido para fazer qualquer previsão precipitada, mas eu espero que ele esteja na luta. Colocando as coisas desta forma: a equipa que ele vai competir ganhou a corrida no ano passado, usando o mesmo motor Honda, e ele é o melhor piloto de corrida do mundo. Essa é uma combinação bastante atraente. Então, sim, como eu disse, ele estará na luta", concluiu.

O anuncio oficial será feito esta tarde, numa conferência de imprensa conjunta, onde serão explicados os detalhes sobre esta troca. 

terça-feira, 11 de abril de 2017

Kubica volta atrás

Inesperadamente, Robert Kubica decidiu não participar no Mundial de Endurance. Depois de ter assinado pela byKolles para esta temporada, e de ter andado em alguns testes com a equipa, o piloto de 32 anos decidiu abandonar de forma inesperada esta sua participação.

No comunicado oficial, divulgado esta tarde na sua página oficial de Facebook, o piloto polaco falou de uma decisão difícil e espera que não seja um ponto final definitivo à sua carreira nos circuitos:

"Depois do Prólogo decidi interromper o meu programa com a equipa ByKolles nos LMP1. Por isso não irei participar na ronda inaugural do WEC em Silverstone e nas outras corridas do campeonato. Resignar e perder a oportunidade de me juntar a um campeonato tão competitivo foi uma decisão difícil, mas espero que não seja uma despedida definitiva”, escreveu.

Desconhecem-se os motivos por este recuo tão em cima da primeira prova do Mundial de 2016 - que vai acontecer este domingo, em Silvrstone - mas Kubica sempre disse que queria estar num lugar onde se sentisse confortável. Depois do seu acidente, no Rali Ronda di Andora, em 2011, Kubica andou nos ralis, onde conseguiu o título do WRC2 em 2013, para depois correr no WRC até 2016, num Ford Fiesta.

No final do ano passado, Kubica testou o carro da byKolles, e as suas prestações foram mais do que suficientes para que Colin Kolles lhe desse um lugar na sua equipa, ao lado de Oliver Webb. Ainda não foi divulgado quem será o seu substituto.

O regresso dos turcos?

Surgiram esta tarde no Twitter a imagem de uma reunião entre o presidente da Turquia, Reçep Tayip Erdogan, e Chase Carey, o homem que dá a cara pela FOM. E claro, desde logo, surgiram especulações sobre o regresso do GP da Turquia ao calendário, seis depois da sua saída. A corrida turca, apesar de ser disputada num dos melhores circuitos que Hermann Tilke já desenhou - à parte de Sepang - nunca atraiu muita gente para assistir. Nos últimos anos, era o deserto: apenas 25 mil pessoas durante o fim de semana de corridas.

A razão pelo "deserto" pode ser explicado por muitas coisas, mas a politica é uma delas. A ideia de um GP da Turquia sempre foi para mostrar o país ao mundo, especialmente na era Erdogan. No inicio da década passada, os turcos entraram em força no automobilismo, com o rali e a Formula 1. O circuito de Kurtkoy, construído no lado asiático da cidade, era o exemplo dessa projeção da Turquia para o mundo - como as várias tentativas de acolher os Jogos Olimpicos, por exemplo - e claro, isso também serviria para que o governo mostrasse ao mundo a sua visão das coisas. 

Contudo, quando tentaram isso, em 2006, as coisas correram mal. Nesse ano, convidaram o presidente do Chipre do Norte, uma entidade apenas reconhecida pela Turquia, para entregar o troféu ao vencedor, e a FIA detestou isso, multando os organizadores em meio milhão de dólares. O governo, que até então patrocinava em força, perdeu o interesse e quando quis renegociar o contrato, Erdogan negou.

Agora, as coisas são um pouco diferentes. Bernie Ecclestone não está mais por ali, ele quer ser o novo Vizir - há um referendo por estes dias para saber se dão ou não poderes presidenciais - e a Liberty Media quer ter mais circuitos na Europa, largando a Ásia. Que como sabem, tem muitos circuitos, e nenhum é lucrativo.

A reunião, apesar de lá estarem todos os grandes responsáveis do governo local - presidente, ministro dos desportos, proprietário do circuito e o presidente da Federação Automóvel - poderá dar em tudo e não dar em nada. Mas a ideia de que estão a ser explorados novos locais é sinal de que eles estão a mexer-se. 

segunda-feira, 10 de abril de 2017

No Nobres do Grid deste mês...

"Coming out" é o termo usado na língua inglesa por estes dias para alguém que se declara homossexual ou lésbica. Ter pessoas que se assumem nessa condição, dizendo que querem viver da mesma maneira que as pessoas heterossexuais, é importante nos nossos dias, porque nos testa em termos de pessoa e a sociedade como um todo. Se no hemisfério ocidental, é algo aceite até por lei - neste momento, é reconhecido em 24 países do mundo, Portugal e Brasil incluídos - noutras parte do mundo é exatamente o contrário: não só é ilegal, como há penas que podem ir até à morte. Logo, assumir não é algo fácil, pois muitos temem a censura familiar e social, mesmo depois da proteção garantida por lei.

Pior ainda é se a pessoa fora desportista. São raros os que se assumem no desporto. Seja ele no atletismo, no futebol, no rugby, no automobilismo. Em desportos onde as emoções estão ao rubro, insultar o teu adversário com nomes como "bicha" ou "maricas", tentando atingir a auto-estima da pessoa, é bem mais frequente que imagina. E se muitas das vezes, as claques mais fanáticas insultam os seus adversários pela cor da pele, agora imaginem aqueles que são homossexuais, mas não o podem dizê-lo, pois caso contrário, é o equivalente ao suicídio da sua carreira... e se calhar, algo mais.

Há cerca de um mês e meio, um automobilista decidiu “sair do armário”. O britânico Danny Watts, de 37 anos, anunciou que era homossexual e que tinha orgulho nisso. A entrevista causou ondas, quer de um lado, aqueles que aplaudiram a decisão, quer do outro, daqueles que acham que é um “não-assunto” e que coisas da vida privada são precisamente isso: vida privada. O problema é que foi ele que o disse, numa entrevista, e não foi uma “coscuvilhice” ou uma “fofoca”: foi algo pensado e dito de forma pública, logo, é notícia. E como a pessoa deu a notícia sobre a sua situação, deu-a para dar um exemplo aos que ainda vivem no armário e tem medo da reação da sociedade perante tal coisa, que ainda vêm como uma aberração, por exemplo. Perguntem a um russo, por exemplo, se é fácil “sair do armário” naquelas bandas. Quem sabe da situação que se vive por lá, sabe que tal coisa não existe.

E é verdade: são poucos os casos de pessoas do automobilismo que são gays. Só conheço dois pilotos de Formula 1 que foram, e não tiveram grandes carreiras: o português Mário de Araújo Cabral, vulgo "Nicha", e o britânico Mike Beuttler.

No primeiro caso, "Nicha" correu quatro grandes Prémios entre 1959 e 1964, sem grandes resultados, e no segundo caso, Beuttler correu entre 1971 e 1973 numa March privada de cor amarela, sem pontuar alguma vez - o melhor que conseguiu foi um sétimo posto no GP de Espanha de 1973. Se "Nicha" ainda vive, aos 83 anos de idade, já Beuttler não: morreu em 1988, em São Francisco, vitima do vírus HIV. (...)

Este mês, escrevo no Nobres do Grid um tema delicado: a orientação sexual dos pilotos de automóveis. Sendo um meio onde a virilidade é um posto, um meio onde a esmagadora maioria das pessoas são homens e mostram a sua heterossexualidade, qualquer coisas que seja mostrada como "diferente" é vista num misto e curiosidade e hostilidade. Poucos são os pilotos que assumiram a sua homossexualidade, e a tendência é aquela que acontece com o desporto em geral, onde só quando as suas carreiras terminam, o desportista - seja em que área for - sai do armário e vive a sua vida.

Qualquer declaração nesse sentido, nestes tempos que correm, continua a ser um ato de coragem e só acontece em determinadas circunstâncias. E é um pouco sobre isso que falo este mês no Nobres do Grid

domingo, 9 de abril de 2017

WRC 2017 - Volta à Corsega (Final)

Thierry Neuville deu ao mundial de WRC a quarta vitória diferente, em quatro marcas. E na Volta`a Corsega, o piloto belga compensou os erros nas duas primeiras provas da temporada, subindo ao lugar mais alto do pódio, depois de no México, ter subido ao lugar mais baixo. Sebastien Ogier foi o segundo, e com quatro pódios seguidos, é o líder do campeonato com o seu Ford. Dani Sordo foi o terceiro e conseguiu o seu primeiro pódio do ano.

O último dia tinha duas classificativas quilométricas: Antisanti – Poggio di Nazza e Porto Vecchio – Palombaggia, que servia como "Power Stage". Na primeira, os Hyundais "voaram", com Thierry Neuville a ser 0,1 segundos melhor do que Dani Sordo, enquanto que Sebastien Ogier perdia 21,4 segundos, com problemas elétricos, e entregava o seu segundo lugar ao espanhol da Hyundai. Craig Breen era terceiro na especial, a 1,8 segundos - e passava para o quarto lugar - enquanto que Jari-Matti Latvala andava no quarto posto, a 6,6 segundos.

Na Power Stage, Latvala foi o melhor, conseguindo ficar a 0,8 segundos de Sebastien Ogier, e 2,1 de Craig Breen. Sordo foi o quarto, a 4,6 segundos, e perdeu o segundo lugar para o piloto da Ford. Latvala, o grande vencedor, conseguiu ficar com o quarto lugar da geral, também passando Craig Breen, mas Neuville, o quinto classificado, tinha uma distância bem grande para a concorrência, e deu à equipa coreana a sua primeira vitória na temporada.

No final, com o pódio dividido entre Neuville, Ogier e Sordo, Latvala tornou-se no quarto classificado, que superou por 0,1 segundos o Citroen de Craig Breen, e ficou a mais de um minuto de Hayden Paddon, no terceiro Hyundai. Andreas Mikkelsen foi o sétimo e o melhor dos WRC2, na frente de Teemu Suninen, num Ford, e os franceses Stephane Sarrazin e Yohan Rossel.

Na classificação geral, Ogier é o líder, com 88 pontos, seguido agora por Latvala, com 75, e Neuville, com 54. A próxima prova do WRC acontecerá no final do mês, entre os dias 28 e 30 de abril, em paragens argentinas.

WTCC 2017 - Marrakesh (Corridas)

O Mundial de Turismos começou este domingo em Marrakesh, em Marrocos, e as vitorias foram repartidas entre um argentino e um português. Esteban Guerrieri foi o melhor, no Chevrolet da Campos Racing, enquanto que Tiago Monteiro aproveitou bem a pole.position para ficar com o primeiro lugar na segunda corrida, e assim liderar o campeonato.

Com apenas 15 carros inscritos para esta prova, e algumas novidades, com a inclusão de dois jovens franceses, Yann Erlacher - sobrinho de Yvan Muller e filho de Cathy Muller - e Aurelién Panis, filho de Olivier Panis, a corrida começou atribulada, com Coronel a liderar e algumas confusões atrás, mas os pilotos mantiveram as posições, Contudo, atrás, Nelson Girolami larga mal e John Fillipi ficou parado no meio da pista, vitima de um toque de Erlacher. Com ambos os carros parados no meio da pista, o Safety Car teve de ser chamado.

Ainda com o Safety Car na pista, Robert Huff teve de abandonar por causa de problemas na sua direção assistida, e na terceira volta, a corrida regressou, com Coronel a aguentar os ataques do argentino Esteban Guerrieri. Contudo, nas voltas seguintes, não houve ultrapassagens, apesar de todos andarem uns ao pé dos outros. Mas numa pista travada, os travões não iriam aguentar, e na volta 12, Coronel falhou a travagem, deixando a liderança para o argentino.

Agora, ele aguentava os ataques do Volvo de Thed Bjork, com Mehdi Bennani a ser terceiro, e Tiago Monteiro a ser sexto, atrás de Norbert Mischelisz. Contudo, até à meta, e tirando o toque de Daniel Nagy, que acabou por desistir, não houve nada de especial até cortarem a meta, dando à Campos e a Guerrieri as suas primeiras vitórias na temporada.

Na segunda corrida, Monteiro, o poleman, arrancou bem, com Mischelisz a ser segundo, e Nestor Girolami a ser o terceiro e melhor dos Volvo. Nas voltas seguintes, os quatro primeiros começaram a afastar-se do resto do pelotão, com Mehdi Bennani a acompanhar os três primeiros, depois de passar Nick Catsburg de forma mais... musculada.

As coisas andaram bem até à volta oito, quando o Honda de Aurelien Panis saiu em frente, devido à direção quebrada. Como o carro ficou numa posição relativamente perigosa, o Safety Car teve de entrar, para que pudessem tirar o carro em segurança. Contudo, a partir daí, não houve nada de especial, com Norbert Mischelisz a seguir Monteiro como se fosse a sua sombra, para no final acabar por ser uma dobradinha da Honda, com Nestor Girolami a fechar o pódio.

No campeonato, o piloto português agora é o líder, com 43 pontos. A próxima prova acontecerá em Monza, a 30 de abril.   

Formula 1 2017 - Ronda 2, China (Corrida)

Sabia-se desde antemão que este iria ser um final de semana complicado. O "smog" de Xangai, uma megacidade de 20 milhões de habitantes, não seria mau de todo, pois os pilotos só andariam por ali por alguns dias, não prejudicando (muito) a sua saúde. Contudo, misturado com a chuva, as coisas poderiam complicar-se a tal ponto que se colocavam dúvidas sobre a viabilidade da corrida. Principalmente, depois dos eventos de sexta-feira que cancelaram um dos treinos livres.

De facto, a chuva lá marcou a sua presença no local, mas perto da hora da corrida. esta tinha parado totalmente. Contudo, a pista estava suficientemente molhada para que todos largassem com compostos intermédios. Mas felizmente, o Safety Car foi dispensado. Alguns tentavam fazer apostas, como os Mercedes, que meteram compostos supermacios, bem como o Toro Rosso de Carlos Sainz e o Force India de Sergio Perez. Contudo, ainda antes de fazerem a volta de aquecimento, os Mercedes desistiram disso e colocaram pneus intermédios. Especialmente Valtteri Bottas, que saiu de pista quando ia para o seu lugar na grelha...

A corrida começa com Hamilton a largar bem, com Vettel atrás e os pilotos que tinha apostado em slicks, não compensavam naquela altura, como Sainz, que caia para o final do pelotão. Atrás, Lance Stroll acabava a sua corrida na gravilha, enquanto que os Renault tinham colocado pneus para seco. As coisas estavam suficientemente confusas para que o Virtual Safety Car entrasse na pista... mas no inicio da segunda volta, Antonio Giovanazzi bateu forte na reta da meta para que o carro entrasse de verdade.

A corrida recomeça na sétima volta, com Hamilton na frente, com os Red Bull bem atrás, Ricciardo em segundo e Verstapen em terceiro, depois de passar os Ferrari de Vettel e Raikkonen. Sainz e Alonso eram sexto e sétimo, respectivamente, enquanto que Bottas saiu de pista e era 11º. O holandês apanhou Ricciardo e conseguiu passá-lo na volta 12, indo atrás de Hamilton. E ele começou de 16º na grelha...

A partir dali, Hamilton e Verstappen distanciavam-se de Ricciardo, que era assediado pelos Ferrari, com Calos Sainz Jr a ser sexto e aparentemente, a apanhá-los. Isso tornou-se no centro das atenções, pois o australiano aguentava os ataques dos carros italianos. E enquanto tudo isso acontecia, a pista secava, e Hulkenberg penalizava, porque parece que passou debaixo de Safety Car... com e sem carro (o virtual, leia-se)

Pouco depois, Vettel fartou-se de ficar atrás dos pilotos que estavam na sua frente e começou a passá-los. Livrou-se de Raikkonen, e depois foi para cima de Ricciardo, que fez uma ultrapassagem por fora, ao ponto em ambos tocarem nas rodas. Algo semelhante que Gilles Villeneuve e René Arnoux, quase 40 anos antes... mas mesmo assim, o piloto alemão era terceiro. Atrás, Bottas passa Alonso na volta 26, para ser sétimo.

Vettel aproximava-se de Verstappen quando na volta 29, o holandês travou tão tarde que saiu de pista. Claro, o alemão aproveitou para ser segundo, enquanto que os pneus do piloto holandês tinham acabado de vez, e foi às boxes para os trocar. Ele, que tinha "super-softs". Regressa à pista no sexto posto, atrás de Kimi Raikkonen, e em poucas voltas, apanhou Valtteri Bottas, para o passar na volta 33. Atrás, Fernando Alonso defendia-se de Carlos Sainz Jr, e pouco depois de ter perdido o sétimo posto para o outro espanhol, a sua transmissão cedeu e acabou por abandonar.

A partir daqui, os pilotos da frente trocaram de pneus, o último a ser Raikkonen, na volta 40... depois de se queixar da subviragem por causa da degradação dos seus pneumáticos. A partir dali, as passagens de posição aconteciam no fundo do pelotão, porque na frente, Hamilton controlava os avanços de Vettel, mantendo-se numa diferença a rondar os oito segundos. Verstappen, no terceiro posto, tentava apanhar os dois, mas sem grande sucesso.

A parte final da corrida ficou marcada pelos Red Bull, que teve Ricciardo bem em cima de Verstappen. O australiano juntou-se ao holandês, que se queixava de que Romain Grosjean o estava a incomodar, quando na realidade... ele não o conseguia apanhar. Na última volta, ele tentou a manobra, mas não conseguiu, logo, o lugar mais baixo do pódio era do filho de Jos Verstappen. 

Mas na frente, Lewis Hamilton conseguia a sua primeira vitória do ano, com Sebastian Vettel logo no segundo posto, fazendo com que ambos empatassem nos pontos, dando emoção num campeonato que acaba de começar. Kimi Raikkonen aguentou Valtteri Bottas e acabou no quinto lugar, enquanto que Carlos Sainz Jr deu o sétimo posto à Toro Rosso. Kevin Magnussen deu os primeiros pontos à Haas, na frente dos Force India de Sergio Perez e Esteban Ocon.

E agora, não há tempo para respirar, porque daqui a uma semana, temos Formula 1 em paragens barenitas.