domingo, 23 de março de 2025

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O "shitshow" que está a acontecer por estes dias na América com os Teslas, que estão a ser boicotadas - as vendas estão a cair a pique, carros e "suprchargers" a pegarem fogo, sem querer ou de propósito, policia a proteger concessionários, a administração e prometer fazer dos ataques a esses concessionários crimes federais ao ponto de os "vândalos" poderem ser condenados a 20 anos de prisão, e nem se fala do "meltdown" que o Elon Musk está a ter por estes dias - está a colocar muita gente com um sorriso na cara. E um deles, insuspeitadamente, é Jeremy Clarkson, que na sua coluna de opinião publicada esta semana no "The Times" de Londres, disse de sua opinião sobre Musk, afirmando que se sente vingado, porque foi dos primeiros a sentir a ira do bilionário sul-africano.   

Eis um excerto da sua mais recente coluna de opinião:

"O chefe da Tesla é tão sensível que interpôs um processo quando lhe fiz uma má avaliação. Então, como é que ele vai lidar agora que os hippies ecológicos que costumavam idolatrá-lo se viraram contra os seus carros?

Gostaria de lembrar a todos os condutores da Tesla que avisei há 17 anos que nada de bom viria da sua escolha de compra. Mas não ouviu. Você escolheu acreditar no Sr. Musk.

E agora, por causa da multidão, irá estacionar o seu carro numa garagem trancada, usar os transportes públicos e habituar-se ao facto de que, enquanto faz fila neste mundo cada vez mais histérico e desagradável, algumas pessoas vão passar por si nos seus carros reais”, concluiu. 

Explica-se: quando o Roadster, o primeiro modelo da marca, foi ao Top Gear para fazer um teste, no final de 2008, o carro ficou sem energia muito antes dos quilómetros anunciados (89 km, depois de muito uso). O teste foi filmado e mostrado para o mundo. Musk, claro, não gostou e processou a ele e ao programa... três anos depois, em 2011. O caso seguiu para tribunal, que deu razão ao Clarkson e à BBC, pagando 100 mil libras pelos custos judiciais.   

Clarkson pode andar a cantar vitória, e tem alguma razão em fazê-lo. Ele mostrou, cedo na vida -  volto a recordar, tudo isto aconteceu em 2008 - alguma da má face do Musk perante as criticas, mas este é só uma razão num mar de razões erradas. A primeira razão errada tem a ver com... essa gente está a queimar carros, "superchargers" e concessionários por causa das suas convicções politicas, não por causa dos carros em si, cuja qualidade tem declinado consideravelmente. Os Cybertrucks não podem circular na Europa porque não passam nos "crash-tests" daqui.

A segunda razão errada é que, quando as pessoas se livram dos Teslas, irão comprar outros elétricos. Os Polestar, a divisão elétrica da Volvo, estão a ter vendas "record", os carros chineses (BYD à cabeça) vendem-se como pães quentes, acabados de sair do forno, e os construtores ditos de "legado", estão a ver os seus elétricos a serem vendidos à mesma velocidade dos seus carros a combustão.

Se a ideia do "orangotango" é pensar que isto significa o ressuscitar dos carros a combustão interna... lamento, não estamos mais em 1986. A tecnologia está muito adiantada, investiu-se imenso dinheiro e neste momento, o país que mais investiu neste campo se prepara para ser o número um nas vendas mundiais. O tempo não volta para trás, Jeremy. 

Em suma, apesar desta vitória, é como os relógios parados: acertam duas vezes ao dia. E ele continua a ser um velho amargurado de 64 anos que não se quer adaptar aos novos tempos. É a vida. 

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