domingo, 25 de maio de 2025

A imagem do dia





Indianápolis é o maior espetáculo da América. Por causa do seu lugar no calendário, pois acontece no Memorial Day, onde celebram os seus mortos ao longo de 250 anos de guerras, onde o militarismo marcial está sempre presente, especialmente, também porque o Indiana é dos estados mais conservadores da América. Aliás, quando os carros arrancaram para as suas voltas de aquecimento antes da corrida, foram acompanhados na pista por dois helicópteros "Blackhawks" do Exército, uma maneira de mostrar o significado daquele dia.

Numa prova conhecida pelos fãs do automobilismo do mundo inteiro, é das cerimónias mais nacionais que conheço.

Este ano, o tempo esteve sempre incerto. Começamos com um aviso de chuva, que atrasou o inicio da corrida, para depois de vinte minutos, os carros começaram a circular com Scott McLaughlin a bater no muro das boxes ainda nas voltas de aquecimento. Um pouco semelhante ao que aconteceu a Roberto Guerrero em 1992. E entretanto, outro neozelandês, Scott Dixon, começou a ter os travões a arder, mas continuou. 

A corrida começou e durou... uma curva. Parece 1995, mas Marco Andretti ficou bem ao toque no muro, e ainda levando Marcus Armstrong. Nesta altura, tivemos mais tempos debaixo de bandeiras amarelas que nas verdes. As coisas regressaram ao normal até ao dia 20 quando... as bandeiras amarelas e vermelhas, que assinalam chuva ou piso escorregadio, foram mostrados. Trocas de pneus debaixo dessa bandeira amarela, e os comentadores afirmam a mesma coisa: a corrida mais agitada desde 1992, há 33 anos - e ainda lembro relativamente bem dessa corrida.

A corrida recomeçou na volta 33, e claro, tudo poderia acontecer. Mas ali começou um período de tranquilidade, que durou até à 82, quando Rinus Weekay bateu... no pitlane, e passamos para a quarta etapa de Pace Car, para remover os destroços. Até ali, Takuma Sato mandava naquilo tudo. Foi um período onde o pessoal ficou por baixo da bandeira amarela - quase 30 voltas - onde quando regressavam à ação, alguns pilotos como Robert Schwartzmann, o poleman deste ano, batiam na parede das boxes e o processo voltava à estaca zero.

No regresso, as coisas ficaram bem calmas, sem incidentes de maior. Joseph Newgarden, que queria ganhar as 500 Milhas pela terceira vez seguida, tee problemas no sistema de injeção de combustível e acabou por abandonar, dando um golpe numa Penske que este anos esteve envolvido num escândalo de batota.

A partir dali, não houve bandeiras amarelas, e foi uma corrida controlada até ao final, onde uma excelente tática deu a Alex Palou uma importante vitória, aguentando o ataque final de Marcus Ericsson até à meta. E com isso, Palou entrava nos livros de história por ser o primeiro espanhol (e catalão) a triunfar ali, numa das pistas mais importantes do mundo, num dos seus momentos mais altos da sua carreira. Ele, que chegou a aquelas paragens pela porta da Dale Coyne, e agora poderá pegar neste troféus e ser secundário de uma temporada que poderá ser das mais dominadoras da IndyCar da parte de um piloto. 

E claro, o espetáculo continua, quase nunca desilude. Para o ano, há mais.     

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