segunda-feira, 26 de maio de 2025

WRC: Abiteboul pede clareza de regras à FIA e ao promotor


Cyril Abiteboul, o diretor desportivo da Hyundai, pede uma clareza as regras à FIA e o promotor do WRC a partir de 2027, sob pena de abandonar a competição em favor da Endurance, com o projeto da Genesis. Numa entrevista publicada no final da semana passada na Autosport portuguesa, Abiteboul afirma que  mais que as regras, é saber que futuro pretendem para os ralis em geral. 

Não se trata apenas de um conjunto de regras, penso que se trata, em geral, de uma visão do desporto, que inclui um conjunto de regulamentos, mas não apenas isso, queremos ver também qual é a situação do promotor.", começou por afirmar. "Sabemos que o promotor está para venda, e como podem imaginar, se queremos investir, por exemplo, numa casa nova, queremos saber quem é o dono da casa, isso é muito importante. Portanto, a compreensão daquilo que seria a identidade, e o que seria o projeto do novo promotor, a sua capacidade de investir num desporto para o transformar.", continuou.

Abiteboul contestou a maneira como a FIA está a encarar isto, e o que pretende, porque para ele, não pode ter nem carros muito simples, com um potencial para uma regressão tecnológica, nem algo que custe milhões para construtores e assim afastar possíveis projetos, numa altura em que só há dois construtores e um preparador ajudado por outro construtor. 

"O tipo de desporto que um novo promotor quer é algo importante, mas, neste momento, temos um desfasamento no tempo, temos a FIA de um lado, que nos está a pressionar para investir num novo carro, num novo desenvolvimento, que é de vários milhões de euros e, do outro lado, não sabemos o que é, por isso, primeiro, o que precisamos é de criar alguma clarificação sobre a situação do promotor.", começou por afirmar.

"Depois, para responder à operação, é preciso que este promotor esteja a trabalhar com a FIA. Se olharmos para o que se passa na Formula 1, para o que se passa na Fórmula E, o diálogo é muito construtivo entre o promotor de um lado, a FIA do outro, e os parceiros, e aqui isso não acontece, não temos este diálogo construtivo. Por isso, precisamos que este promotor seja nomeado, precisamos que este promotor tenha esta discussão com a FIA, para que saibamos onde estamos agora, em termos de regulamentação técnica.", continuou.

"Não acreditamos em carros muito mais simples, em regredir, não acreditamos nisso, pensamos que precisamos de ter alguma forma de tecnologia no automóvel, que pode ou não ser atribuída a um elemento em particular, conetividade, um tipo diferente de tecnologia e de segurança, não acreditamos que um retrocesso total em termos de tecnologia seja adequado ao atual Campeonato do Mundo de Ralis. Por isso, mais uma vez, olhamos para o que se passa em dois tipos diferentes de desporto, olhamos para o WEC, onde temos diferentes tipos de grupos moto propulsores e onde dar mais liberdade às regras também é muito importante. Mas, mais uma vez, a primeira coisa a fazer é ter uma visão a ser desenvolvida por um promotor…”, concluiu.

O WRC continua no inicio de junho nas estradas da Sardenha. 

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