Depois de Michael Schumacher ter ganho o título de pilotos, ainda tinha de ajudar a equipa para outra tarefa: dar à Benetton o inédito título de Construtores. A Williams, apesar de ter tido metade dos pontos do alemão, tinha dois pilotos suficientemente rápidos para tirar o campeonato das mãos do alemão, da equipa liderada por Flávio Briatore.
O pessoal não comemorou muito quando Schumacher alcançou o título em Ti-Aida, porque na semana seguinte, iam para Suzuka, correr non GP do Japão. E ainda por cima, como em 1994, a Formula 1 ia encarar mais um Grande Prémio... á chuva! Pelo menos no dia da corrida. Mas isso não impediu que Michael Schumacher ganhasse nova corrida, na frente de um regressado Mika Hakkinen, que tinha ficado ausente por causa da sua operação ao apêndice, e de Johnny Herbert, noutro Benetton. E sem Williams a pontuar, com ambos vitimas de despistes, essa discussão também acabou a uma corrida do final da temporada.
Mas o grande herói dessa corrida foi um que não chegou aos pontos, mas deu espectáculo. Aliás, se formos ver, a parte final dessa temporada de 1995 para Jean Alesi, é mais de um piloto que merecia ter ganho mais de uma corrida, se o carro colaborasse, e se fosse mais rápido que a concorrência. No caso japonês, Alesi teve um excelente final de semana. Com o carro cada vez melhor, e depois de ter conseguido um pódio em Nurburgring - uma corrida que deveria ter ganho, se acabasse cinco voltas antes - em Suzuka, andou muito bem nos treinos, conseguindo o segundo melhor tempo, passado apenas por Michael Schumacher.
E foi aqui que começou um espetáculo chamado Jean Alesi.
Largando de segundo na grelha, ele manteve a posição, mas imediatamente a seguir, os comissários afirmaram que ele teria mexido o carro na grelha antes de tempo e obrigaram a passar pelas boxes para tomar uma penalização de dez segundos (já agora, Gerhard Berger, seu companheiro de equipa, também apanhou). Regressou à pista em décimo e na volta seguinte, decidiu calçar pneus "slick", mas até lá, o seu estilo de condução era o equivalente a alguém estar possesso. Um dos pilotos que passou fora Johnny Herbert, e mesmo com os excessos a acabarem com ele na relva, continuou, para depois ir às boxes na volta sete e colocar pneus para pisto seco, embora ainda estivesse húmido.
Na frente, Schumacher mantinha a liderança, depois de Mika Hakkinen ter liderado por uma volta. Apesar do alemão aparentemente ter tudo controlado, começava a ser ameaçado, não por Hill ou Coulthard... mas por Alesi. Mais rápido que o alemão, a diferença tinha diminuído bastante ao ponto de na volta 25, já estar a ver, ao longe, a traseira do Benetton. Mas ali, o azar interveio, quando o seu diferencial cedeu e ele teve de parar de vez. Mais uma desilusão para o francês, mas até ali, tinha dado um espetáculo memorável para os que tinham ido a pista e os que viam a corrida pela televisão.
"Estava a divertir-me muito, mas não seria novamente o meu dia. O veio de transmissão partiu-se e todo o óleo vazou do diferencial.", contou Alesi, muitos anos depois.
Acho que diz muito, não só da rapidez do piloto, mas máquinas que guiou e do facto de ter estado no lugar certo, mas na altura errada.






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