Final de um ano, aproxima-se o próximo, e é altura de fazer um balanço nos projetos e ver o que se pode fazer para reforçá-los. E Armindo Araujo é um deles, claro. Com um projeto de três anos com o seu Mini JCW WRC, falou esta semana na Autosport portuguesa (AS) por causa das suas aspirações para 2012, pois deseja fazer uma temporada completa com o seu carro, mas isso implica investir mais do que os três milhões de euros que investiu este ano para ter um carro de WRC como aquele.
O piloto de Santo Tirso explicou a sua situação ao jornalista Filipe Pinto Mesquita, afirmando: "Até ao final deste mês temos que confirmar a decisão de estar presente no Mundial de Ralis de 2012 pois só podemos testar para o Rali de Monte Carlo em dezembro. Nesta altura, só temos tido respostas positivas dos patrocinadores em termos de intenções e todos se mostraram dispostos a manter a aposta no nosso projeto pelo que não tivemos, até ao momento, qualquer posicionamento negativo".
Boas noticias, em principio. Mas claro... das intenções até à prática "temos consciência que, oficialmente, ainda não temos as confirmações que precisamos para a renovação da aposta, até porque sabemos que a conjuntura económica do país não é nada favorável, mas, apesar de tudo, mantemos a confiança de que todo o bom trabalho que fizemos em termos de retorno este ano possa ajudar no fecho das negociações e que isso ajude a confirmar o ano de 2012 tão brevemente quanto possível".
Lendo isto, a conclusão pessoal é que o projeto corre sobre rodas, e que em principio irá alinhar no Rali de Monte Carlo, a primeira prova do campeonato de 2012, que acontecerá dentro de dois meses, no final de janeiro. As dúvidas tem a ver se as confirmações aconteçam em tempo útil. Não o vejo, por agora, preocupado por arranjar patrocinios, como o Bernardo Sousa, ou desesperado porque a marca que corria abandonou a competição, como o Bruno Magalhães.
Aliás, posso dizer que até agora, o retorno em termos de publicidade ou o "buzz" mediático é grande. Armindo só perde para o Helder Rodrigues, o "motard" que foi campeão do mundo nos "rally-raids". E aqui em Portugal, o mais recente jogo de computador, o "Rally 2" tem o Mini numero 17 na capa, e muito provavelmente, muitos "campeões da Playstation" devem estar a perder horas das suas vidas tentar bater o Sebastien Löeb com o carro do Armindo.
Contudo, mesmo com isto tudo e os elogios de David Richards, o patrão da Prodrive, acerca das suas performances e da sua competência a correr e a testar, as criticas aparecem sempre. E quando vou à AS portuguesa para ler as noticias, sou obrigado a "levar" com os comentários das pessoas que, afirmando-se aficionadas dos ralis, destilam os seus ódios pessoais ao piloto de Santo Tirso. Uns, armados em "velhos do Restelo", outros, embebidos em vapores "etílicos", embarcados numa campanha pessoal contra ele e que vêm naquele local como o melhor sitio para o degradar, graças à sua persistência e às abébias que a revista dá, em nome da "democracia".
E isso já começa a ser irritante. Começar a ver pessoas que atacam sistemáticamente aquele que é provavelmente o melhor e mais bem feito projeto de ralis em Portugal, com objetivos a três anos, dos quais todos os patrocinadores se comprometeram a cumprir, sem qualquer fundamento que não as razões pessoais, já começa a raiar o caso clínico. Eu sei que essa gente só destila ódio e não quer perceber, mas a sua persistência na mesma tecla começa a irritar-me. Porque é que se começa a julgar um projeto desde o dia um? Dizer que o Armindo é "lento" ou que "não serve para correr" é uma coisa, mas ele é campeão do mundo de Produção por duas vezes - logo, não há acasos - demonstra que é competente. E a competência nunca é sinónimo de estupidez, em lado algum no mundo.
Claro, reconhece-se que correu riscos ao escolher um Mini JCW WRC, uma máquina em desenvolvimento em 2011. Mas ao ver o próprio David Richards a elogiar publicamente, por mais do que uma vez, as competências do Armindo, é porque ele está a fazer alguma coisa bem. E acho que os patrocinadores, que são pessoas inteligentes e pacientes, têm mais em conta aquilo que se passa nas classificativas do que nos fóruns, ditos por uma estupida, mas persistente minoria.
E desse tipos de criticas passo ao próprio Autosport. Estando dentro de um grupo enorme como a Impresa, tem de seguir as politicas do grupo, mas muitos criticam ultimamente a maneira como tem vindo a fazer o seu trabalho. É certo que ultimamente tem ouvido algumas vozes, que afirmavam que as capas estavam a ser cada vez menos "nacionalistas". Nos últimos tempos, as coisas modificaram-se para esse lado, o que até é bom.
Mas a minha critica para a AS é pelo fato de que eles não têm controlo nos fóruns. Em nome da "democracia" - palavra tão usada mas muito poucas vezes entendida e responsabilizada - deixa-se que crescam certas "teorias da conspiração", colocadas por mentes mesquinas, mas persistentes, e esse seu estilo hostil fazem com que os que querem contribuir de forma positiva saiam de lá e acabem por ir para outros lados. É por isso que se assiste à decadência dos fóruns em favor de grupos construidos nas redes sociais, como o Facebook.
Como nesses foruns, o poder por parte do moderador não existe ou é simbólico, o poder para os "expulsar", digamos assim, é fraco. Não digo que se deva acabar com a democracia, mas que de uma certa forma, evitar que o ambiente se degrade. Pessoalmente, não voltarei mais para os fórums, devido a um ataque de caráter que sofri há coisda de dois anos por parte de um pseudo "belga-canadiano" com idade para ser o mau pai, mas com mentalidade menor que o meu primo de cinco anos, mas a AS e o Grupo Impresa deveriam criar uma forma a que as pessoas em geral evitem ler os "vapores etílicos" que lá vêm nas caixas de comentários.
Em suma, gostaria de ler coisas sobre os pilotos nacionais sem que tenha de ler depois os respectivos ataques ao caráter, provenientes de pessoas cobertas pelo anonimato do "nickname". É cansativo e começa a dar cabo dos meus nervos. Porque é que o leitor comum é obrigado a ler o lixo dos outros? Eu não quero ler! Acho que o AS ou o Grupo Impresa deveria fazer algo para controlar essa gente ou restringir o poder Fórum, arriscando-se a perder prestigio, se é que ainda o têm.