E como na Formula 1, dois pilotos estavam na luta pelo campeonato: o escocês Dario Franchitti e o colombiano Juan Pablo Montoya. E mesmo que não ganhasse, ele já tinha o título de "estreante do ano", por ter ficado com o lugar de Alex Zanardi e conseguido ganhar sete corridas até ali.
Mas outro dos vencedores daquela temporada tinha sido o canadiano Greg Moore. Aos 25 anos, o piloto da Forsythe's Racing estava na sua quarta temporada e já tinha ganho cinco corridas. Veloz, agressivo, carismático, o seu estilo de condução poderia ser comparado com Gilles Villeneuve, pelo seu estilo temerário como abordava as curvas e como ultrapassava os carros, especialmente nas ovais. Em meados de 1999 queria dar o salto. E na corrida final, já tinha tudo definido: iria ser piloto da Penske, ao lado do brasileiro Gil de Ferran, num contrato que iria render mais de dez milhões de dólares nas três temporadas seguintes.
E tinha mais planos para o futuro. Segundo um dos seus amigos, o brasileiro Tony Kanaan, a ideia dele era ir mais tarde na sua carreira para a NASCAR.
Fontana iria ser a corrida final de Moore na Forsythe... e poderia não ter acontecido. Na sexta-feira, Moore, que se deslocava pelo "paddock" com uma "scooter" da Forsythe, sofreu uma colisão com outra "scooter" e lesionou-se num dedo. Acabou com um corte profundo, do qual recebeu 15 pontos. Ao longo do fim de semana, as duvidas eram grandes. Ao ponto de a Forsythe ter ido buscar Roberto Moreno para guiar o seu carro - ele já tinha a fama de ser o "super-sub" - e estar de prevenção, caso não passasse no exame médico na manhã da corrida. Na altura, o chefe dos médicos na CART era o Dr. Steve Olvey, e ele deu a luz verde, colocando uma proteção na mão e um volante especial. Dr. Olvey afirmou depois que a sua condição física, por si, nunca tinha sido a causa do acidente.
Partindo de último na grelha, a corrida não começou bem por causa de um acidente com Richie Hearn, que os colocou debaixo do Pace Car até à décima volta. Duas voltas depois, perdeu o controle do seu carro e embateu forte contra o muro interior. O impacto foi de 150 G's e a sua cabeça bateu, pelo menos, quatro vezes no chão, depois de se dividir em dois no primeiro impacto. Socorrido de imediato, cerca de 40 minutos depois, a sua morte foi anunciada. Tinha 25 anos.
E depois disso, ninguém mais quis saber. Que o campeonato tinha acabado em empate e foi desempatado a favor de Montoya, porque ganhou mais corridas, que tinha sido o primeiro rookie a ganhar desde Nigel Mansell, em 1993. Porque a CART, quer os pilotos, quer os espectadores, sabiam que tinham perdido um excelente piloto e uma ótima pessoa. Não foi uma boa maneira de acabar um dia recheado de corridas, e decisões de campeonato.
Cerca de um mês depois, a 20 de dezembro, a CART divulgou as conclusões do inquérito que fora feito depois do acidente, e chegaram à conclusão de que não existiu uma única causa. Excluíram falhas mecânicas, e apontam que, apesar de poderem afirmar que ele perdeu o controle do carro na curva 2, não conseguiram encontrar o porquê.
E com isso, passam agora 25 anos.
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