Para que não digam que só coloco posts de pilotos que já morreram, eu coloco aqui a biografia de um grande piloto ainda vivo: Jacques Laffite.
Laffite nasceu em Paris a 21 de Novembro de 1943 (tem agora 63 anos). Filho de um advogado, licenciou-se em Direito, mas cedo largou os livros para se dedicar ao automobilismo. Primeiro como mecânico de Jean-Pierre Jabouille (que viria mais tarde a ser o seu cunhado), depois como piloto. Em 1972 é campeão francês de Formula Renault e no ano seguinte torna-se campeão de Formula 3 francesa, vencendo, entre outros, o GP do Monaco.
Em 1974 vai para a Formula 2, onde conhece um britânico, de seu nome Frank Williams. É ele que dá a oportunidade de se estrear na Formula 1, ao volante de um Iso-Marlboro, no GP da Alemanha. Vai ser o seu primeiro de 176 Grandes Prémios, igualando o mítico Graham Hill (1929-1975).
Em 1975 Frank Williams muda o nome da equipa, e Laffite continua a correr para ele. Os resultados são modestos, até ao GP da Alemnha daquele ano, onde alcança o seu primeiro pódio: um segundo lugar. Mas nessa altura, um compatriota seu decide ir para a Formula 1, construindo carros com o seu nome. Lembra-se de Laffite e convida-o para correr. Vai ser o seu piloto-fétice durante oito anos. Chama-se Guy Ligier.
A aliança Laffite-Ligier começa em 1976 com bons resultados, mas sem vitórias: três pódios, uma "Pole Position" (Monza), 20 pontos e o 7º lugar no campeonato de condutores. Em 1977, com motores Matra, Laffite consegue a sua primeira vitória no circuito sueco de Andrerstorp. É a primeira vitória de sempre de um piloto francês, num carro francês, desde 1950! Laffite ainda tem outro pódio, na Holanda (após uma luta fraticida com o Ferrari de Niki Lauda), e acaba o campeonato no 10º lugar, com 18 pontos. Em 1978, os resultados são modestos: só dois terceiros lugares em Espanha e na Alemanha, que lhe dão 19 pontos e um oitavo lugar.
Em 1979, a Ligier tem duas novidades: o seu compatriota Patrick Depailler (1944 - 1980) e os motores Cosworth. E o inicio da temporada é fulgurante: vitória na Argentina e no Brasil: e neste último GP, ele faz tudo: pole, dobradinha com Depailler e Volta Mais Rápida. A entrada da Ligier na etapa sul-americana faz com que Laffite se torne num sério candidato ao título.
Mas depois... veio o deserto. Faz "poles" em Espanha e na Bélgica, onde acaba em segundo, mas o resto da temporada pertence aos Ferrari de Scheckter e Villeneuve. Mesmo assim, faz pódios nos GP's da Alemanha, Austria e Holanda, terminando no 4º lugar do campeonato de pilotos, com 36 pontos, batido apenas por Scheckter, Villeneuve e o australiano Alan Jones, num Williams.
Em 1980, tem um novo parceiro: Didier Pironi (1952 - 1987). Obtêm cinco pódios, a "pole" no GP de França e uma vitória, em Hockenheim. Esta é uma vitória emocional, pois dez dias antes, a 1 de Agosto, o seu ex-companheiro e amigo Patrick Depailler morre num acidente no mesmo circuito, ao volante de um Alfa Romeo. Os resultados obtidos nesta temporada fazem com que fique em 4º lugar, com 34 pontos, batido apenas pelo campeão Jones, o brasileiro Nelson Piquet e o argentino Carlos Reutmann.
Em 1981, a temporada começa mal, mas recupera a meio, chegando a estar na luta pelo título, depois das suas vitórias na Austria e no Canadá. Fez a "pole-position" em Jarama, no famoso GP em que foi um dos que não conseguiu ultrapassar Gilles Villeneuve... Mas de resto, os 44 pontos alcançados colocaram, pela terceira época consecutiva, no 4º lugar da geral, batido apenas por Piquet, Reutmann e um jovem compatriota em ascensão na Renault: Alain Prost.
Em 1982, a Ligier passa a ter motores Talbot-Matra, e Laffite tem como companheiro o americano Eddie Cheever. Mas o máximo que Lafite consegue é um terceiro lugar na Austria, e obtêm apenas cinco pontos. No final da época, decide sair da equipa, indo para a Williams do seu amigo Frank.
Nos dois anos seguintes, Laffite está na Williams, mas não é bem sucedido. Sem pódios, consegue 11 pontos em 1983 e cinco em 1984. Insatisfeito pelo seu tratamento de segundo piloto, a favor de Keke Rosberg, no final da época volta à Ligier. Nesta altura, tem 40 anos, e parece que os seus dias na Formula 1 estão contados...
Agora, a Ligier tem motores Renault, os mais potentes de então, e companheiros de equipa mais jovens, como Andera de Cesaris e Phillip Streiff. Mas em 1985, Laffite consegue três pódios,a volta mais rápida no GP da Europa, em Brands Hatch. Os 16 pontos e o nono lugar no campeonato confirmam o seu "ressuscitamento". Aos 41 anos.
Em 1986, o campeonato começa bem. É terceiro no Brasil e segundo em Detroit, sendo apenas batido por Ayrton Senna. No GP de Inglaterra, em Brands Hatch, Laffite chega à marca dos 176 GP's, igualando o recorde de Graham Hill. Mas na partida da corrida, uma carambola ocorrida no meio do pelotão faz com que Laffite choque em frente contra o muro das boxes, fracturando ambas as pernas. A sua carreira na Formula 1 terminava aí, doze anos depois de ter começado. Ainda assim, termina no oitavo lugar na classificação dos pilotos, com 14 pontos.
Ao longo de 13 épocas (1974-86), Jacques Laffite vence 6 Grandes Prémios, obtêm 7 Pole Positions, 6 melhores voltas e 32 Podiums. No total, obteve 228 pontos.
Depois da sua carreira na Formula 1, Laffite correu em diversos campeonatos de Turismo, incluindo o DTM e também participou no Paris-Dakar. Desde 1997 é um dos comentadores de Formula 1 na estação francesa TF1. Uma das suas filhas participou no Tropheé Andros, uma competição de Inverno que envolve diversos pilotos franceses.
Parte do post foi retirado de um feito pelo forista AMoreno, que foi publicado no passado dia 25 no Fórum do Autosport, ao qual desde já agradeço.
UMA não DUAS filhas... que o homem não faz por menos!
ResponderEliminarForam duas filhas do Laffite a participar no Andros: Camille (28 anos) e Marguerite (26 anos). Marguerite venceu inclusive o Troféu Feminino em 2005, hellas!
Excelente artigo e excelente blog. Parabéns!
vr