quarta-feira, 7 de março de 2007

O piloto do dia: Jean-Pierre Jarier



Continuando a “Alliance Francaise”, hoje falo de outro grande piloto francês que andou no pelotão da formula 1 nas décadas de 70 e 80: Jean-Pierre Jarier.

Jarier pertence a aquele restrito pelotão de pilotos que tiveram uma longa carreira, mas que nunca ganharam corridas: o neo-zelandês Chris Amon e o italiano Andrea de Cesaris. O italiano até é o recordista de Grandes Prémios sem ganhar: 204 GP’s.

O francês viu a luz do dia a 10 de Julho de 1946 na vila de Charenton, perto de Paris. Começa a sua carreira na Formula France, onde obtêm excelentes resultados, acabando em terceiro no campeonato de 1970. Em 1971 muda-se para a Formula 2, onde obtêm bons resultados, e em Monza, a bordo de um March, estreia-se na Formula 1, no GP mais renhido de sempre, onde cinco pilotos ficam separados por 0,5 segundos… Foi a sua única tentativa naquele ano.

Em 1972, fica apeado devido a fazões financeiras. Mas em 1973 consegue um lugar na equipa oficial da March, e corre boa parte da época, mas sem conseguir pontuar. Entretanto, na Formula 2, arrasa a concorrência e sagra-se Campeão Europeu. No final da época, as suas prestações tinham chamado a atenção de Enzo Ferrari, que lhe ofereceu um lugar na sua equipa. Mas a transferência foi abortada porque… Max Mosley não quis! Assim sendo, ofereceu o mesmo contrato a um certo Niki Lauda

Assim sendo, em 1974 vai para a americana Shadow, onde consegue o seu primeiro resultado de relevo, ao conseguir um terceiro lugar no GP do Mónaco. De facto, foi uma necessária injecção de moral na equipa, dois meses depois da morte de Peter Revson… No final da época, obtêm seis pontos, um pódio e o 14º lugar final.

Em 1975, continua na Shadow, onde consegue uma entrada de leão: duas “poles”, na Argentina e no Brasil. Contudo, a sorte que tem nos treinos não o acompanha na corrida. Em Buenos Aires, a transmissão falha na volta de aquecimento, e em Interlagos, um problema no sistema de injecção de combustível faz com que abandone a corrida à volta 32. O melhor que consegue é um quarto lugar no fatídico GP de Espanha, em Montjuich. No final da época, tenta mudar de motor, correndo com um Matra V12, mas a experiência é um fracasso. Nas contas finais, Jarier vai para casa com duas poles, uma volta mais rápida (Brasil) e 1,5 pontos no bornal, dando-lhe para o 18º lugar.

Em 1976, continua na Shadow, mas os resultados são piores, e o máximo que consegue é um sétimo lugar na Africa do Sul. Zero pontos.

Para 1977, decide correr numa equipa nova, a ATS Wheels, com chassis Penske. A sua primeira corrida com eles, em Long Beach, é um milagre: acaba em sexto lugar. Mas isso foi de curta duração. No final, esse ponto dá-lhe o 20º lugar final.

Em 1978, continua na ATS, mas sai depois do GP do Mónaco, chateado devido ao carácter polémico do seu dono, Gunther Schmidt. No final da época, a Lotus precisa de um substituto para o malogrado Ronnie Peterson. Jarier é o escolhido, e aproveita bem este momento de glória: a bordo do seu 55, faz a volta mais rápida em Watkins Glen, a "pole" e liderança em Montreal, mas em nenhuma das vezes, ele termina nos pontos.

Mas isso é suficiente para lhe dar um bom lugar em 1979, na Tyrrell. E ele foi proveitoso: dois pódios, na Africa do Sul e em Inglaterra dão-lhe a sua melhor posição de sempre: 12º lugar, com 14 pontos. A parceria continua em 1980, mas o melhor que consegue foi três quintos lugares. O 13º lugar final, com seis pontos, mostra a longa decadência em que a Tyrrell estava mergulhada.

Em 1981, começa por ser o substituto de Jabouille na Ligier, nos dois prieiros Grandes Prémios. Depois vai para uma nova equipa: a Osella, uma equipa do fim do pelotão. Sem resultados de relevo, acaba a temporada tal como começou: zero. Mas no inicio de 1982, com Reutmann a hesitar se devia continuar a correr, depois do fracasso no ano anterior, Jarier foi uma forte hipótese para ser o seu substituto. Mas Frank Williams escolheu Derek Daly, e mais uma boa chance foi esfumada…

Quando a temporada começa, faz a temporada completa a bordo do Osella, dando-lhe o seu melhor lugar de sempre: 4º lugar em San Marino, no GP em que metade das equipas do pelotão boicotaram a corrida. Isso deu moral à equipa para os dramas que vinham a seguir, como a morte do seu companheiro de equipa Ricardo Paletti, no Canadá. No final, os 3 pontos de San Marino dão-lhe um 20º lugar final.

Em 1983, tem uma última temporada com a Ligier, mas a equipa tem um carro que é um verdadeiro fracasso de estrada, e acaba tal como começou: a zero.

E assim acaba aos 37 anos a sua carreira na Formula 1: 143 Grandes Prémios, espalhados por 12 temporadas, nenhuma vitória, três pole-positions, três pódios, três voltas mais rápidas, 31,5 pontos.

Depois da sua carreira na Formula 1, Jarier esteve afastado da competição, mas em 1994, volta a correr. Primeiro na Porsche Supercup, depois na categoria GT, ganhando o campeonato francês em 1998 e 1999. Por esta altura, decide virar para o cinema, onde ajuda como duplo. Primeiro no filme “Táxi”, depois no “Ronin”, de John Frankenheimer, o mesmo homem que 30 anos antes tinha rodado o emblemático “Grand Prix”.

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