Hoje falo de um piloto que provavelmente mais se aproximou do espírito de Gilles Villeneuve, mas que irónicamnete nunca guiou um Formula 1. Pelo contrário, na sua curta carreira na CART, marcou tanto as mentes das adeptos, que a sua morte foi amplamente lamentada por todos, sem excepção. Falo-vos de Greg Moore.
Este canadiano nasceu a 22 de Abril de 1975 na cidade de New Westminster, perto de Vancouver, na provincia da Columbia Britância. Cedo praticou os desportos habituaus, como o hóquei no gelo, mas a partir dos 12 anos apaixonou-se pelo automobilismo, sendo bi-campeão norte-americano de Kart, tendo como seu herói de infância o brasileiro Ayrton Senna. Em 1991, aos 15 anos, entrou na formula Ford 2000, onde foi quarto no campeontato e ganhou uma corrida, sendo o "Rookie do Ano". no ano seguinte, passou para a Formula Ford 2000, onde ganhou quatro vezes em cinco corridas, ganhando o campeonato.
Depois, em 1993, correu na Formula Indy Lights, onde numa equipa familiar, com um orçamento apertado, acabou na nona posição do campeonato. Em 1994, ganhou a primeira corrida, em Phoenix, tornando-se, aos 18 anos, no piloto mais novo a ganhar uma corrida CART. Em 1995, dominou completamente a competição, ganhando 10 das 12 corridas da competição, cinco das quais de seguida.
No ano seguinte, com a ajuda a Players, foi para a equipa Frosythe, onde coreu em toda a sua carreira. Ficou com o numero 99, o mesmo que o lendário hoquista Wayne Gretzky (mas curiosamente não foi por isso que meteu esse numero...) Teve bons resultados, incluindo dois pódios, terminando no nono lugar da geral,com 84 pontos, sendo o segundo melhor "Rookie do Ano", atrás do italiano Alex Zanardi.
Em 1997, Moore alcançou bons resultados na competição. Primeiro com dois segundos lugares na Australia e Brasil e na oval de Milwaukee, torna-se, aos 22 anos, no mais jovem piloto de sempre a ganhar uma corrida da CART. Uma semana mais tarde, em Detroit, Moore ganhava uma corrida na última volta, depois dos pilotos da PacWest, o brasileiro Mauricio Gugjelmin e o inglês Mark Blundell terem ficado sem gasolina... No final da temporada, Moore ficou no sétimo lugar da geral, com 111 pontos.
Em 1998, no circuito oval do Rio de Janeiro, Moore faz uma ultrapassagem dramática a Alex Zanardi (sempre ele!) e ganha a corrida, feito que não surpreendeu muita gente, já que o seu estilo agressivo e competitivo era muito semelhante ao do seu compatriota Gilles Villeneuve. Curiosamente, a relação entre ele e o filho Jacques, que chegaram a competir juntos na competição, não era das melhores...
Nesse ano, a sua vitória na US 500, com uma ultrapassagem do outro mundo a Zanardi e Jimmy Vasser na última volta da corrida fora ensombrada com um incidente com um pneu, que atravessou a vedação e matou três espectadores. No final da temporada, Moore ficou em quinto na geral, com 141 pontos.
Em 1999, Moore continua na Forsythe, ganhando a primeira prova do ano, na oval de Homestead. Alguns bons resultados nas provas seguintes colocaram-no na liderança do campeonato daquele ano. Contudo, alguns maus resultados, aliados com a fraca competitividade do motor Mercedes, fizeram com perdesse o campeonato a favor de... Alex Zanardi. No final da época, Moore decidiu mudar de ares, ao anunciar que ia correr para a Penske na época de 2000, sendo companheiro de equipa do brasileiro Gil de Ferran.
A ideia da transferência para a Penske era de que com esta equipa, a melhor de todos o pelotão da CART, as suas chances de ganhar o título eram muito maiores do que estar na Forsythe, apesar de ele saber que naquela equipa, todos trabalhavam para ele...
A 31 de Outubro de 1999, corria-se as 500 Milhas de Fontana, uma pista oval muito rápida na California, curiosamente pertencente ao seu futuro patrão, Roger Penske. Era a última prova do campeonato desse ano. Nos treinos, Moore teve um acidente de mota e fracturou um dedo da sua mão direita. Apesar das ordens em contrário, Moore queria correr no dia da prova. A equipa tinha chamado de urgência o brasileiro Roberto Moreno, para substituir Moore. Mas depois de vários testes, os médicos deram o OK para que pudesse correr.
Por causa disso, Greg Moore partiu em último da grelha, sem tempo nos treinos. Na volta 10, após uma situação de bandeiras amarelas, o carro do canadiano ia atrás do carro do mexicano Adrian Fernandez, na 15ª posição. De repente, o carro despista-se na Curva 2 a mais de 300 km/hora e capota várias vezes anes de bater forte no muro. Socorrido logo de imediato, Moore era dado como morto meia hora mais tarde. Tinha somente 24 anos.
O acidente mortal de Moore era outro duro golpe na competição em pouco tempo. Semanas antes, na prova de Laguna Seca, o Penske do piloto uruguaio Gonzalo Rodriguez capotou na famosa curva do Saca-Rolhas, matando-o instantaneamente. Para substituir Moore, a Penske contratou o brasileiro Helio Castroneves, que ainda continua na equipa nos dias de hoje.
Estatisticamente, a sua curta carreira na CART ficou assim definida: 72 corridas, cinco vitórias, 17 pódios, e cinco "pole-positions".
Após a sua morte, foi feito uma Fundação com o seu nome, dirigida actualmente pelo seu pai, e providencia bolsas de estudo aos naturais da região de Vancouver, a sua tera natal. Para além disso, o pavilhão desportivo do Liceu Maple Ridge onde andou tem o seu nome. Para além disso, a CART homenageia sempre o falecido piloto com o Greg Moore Legacy Award, uma estátua de vidro, com a forma da folha de ácer, simbolo do Canadá, com o numero 99 lá inscrito, que homenageia os pilotos mais corajosos da competiçaõ.
Bom Dia.
ResponderEliminarQuero agradecer o seu contributo ao corrigir um erro meu no post sobre o Ligier JS11 de 1979.
Cumprimentos