segunda-feira, 30 de abril de 2007

O piloto do dia: Roland Ratzenberger

Sim, já se passaram 13 anos. Seria fácil esquecer, mas não posso. Simplesmente não posso. Porque as memórias daquele fim de semana ainda estão frescas, parecendo um cadáver que não quer decompôr... Mas como sei que dia é hoje, a unica maneira de homenagear é elaborar a biografia deste esquecido da Formula 1, que somente se tornou famoso com a sua morte. Que ironia!

Apresento-vos: Roland Ratzenberger.


Nasceu a 4 de Julho de 1960 em Salzburgo, na Austria. Mais tarde, ele modificou a sua data de nascimento, apresentando-se dois anos mais novo (faz-vos lembrar alguém?), começou a correr em monolugares no ano de 1983, na Formula Ford alemã. Em 1985, tornou-se campeão alemão e da Europa Central de Formula Ford. no final do ano, participou no Formula Ford Festival, no circuito inglês de Brands Hatch, onde terminou em segundo. No ano seguinte, voltou e ganhou.


Em 1987 e 1988, disputou a Formula 3 britânica, com resultados modestos. Ao mesmo tempo, participou no Campeonato Mundial de Turismos, o WTCC, ao volante de um BMW M3 preparado pela Schnitzer onde terminou em terceiro na classificação geral. Em 1989, foi para a Formula 3000 britânica, onde ficou em terceiro na classificação geral.


Em Julho desse ano, participou nas 24 Horas de Le Mans, correndo com Maurizio Sandro Sala e Walter Lechner, ao volante de um Brun Porsche 962, retirando-se à terceira hora da competição. Era a primeira das cinco participações na m+itica prova, cujo melhor resultado foi um quinto lugar na geral na prova de 1993, ao volanta de um Toyota 93 C-V, tendso como companheiros de equipa o italiano Mauro Martini e o japonês Naoki Nagasaka.


A partir de 1990, Ratzenberger começou a correr no Japão. Primeiro, no campeonato local de Sport-Protótipos, depois no campeonato japonês de Turismos, a bordo de um BMW M3, onde foi sétimo da geral nos anos de 1990 e 1991. Em 1992, voltou à Formula 3000, onde fez o seu melhor registo, ganhando duas corridas, terminando no sétimo posto. Em 1993, foi 11º no final do campeonato.


No final desse ano, aos 33 anos, parecia improvável que viria sentar-se ao volante de um Formula 1. Mas uma nova equipa, a Simtek, fundada por um antigo engenheiro da Benetton, de seu nome Nick Wirth, com o apoio de Sir Jack Brabham e patrocinada pela MTV, precisava de um segundo piloto. E aí apareceu Ratzenberger.


O acordo era curto: cinco corridas. Mas ele agarrou a oportunidade com as duas mãos. Contudo, no Brasil, não conseguiu qualificar-se, mas em Ti Aida, aproveitando a sua experiência en circuitos japoneses, não só qualificou-se, como levou o seu carro ao 11º posto final.


Em Imola, tudo indicava que ele também iria conseguir a qualificação. Aos primeiros minutos, teve uma saída de pista sem consequências aparentes. Mas nem a equipa, nem o piloto, nem a telemetria sabiam que a asa da frente estava fatalmente danificada, e na volta seguinte, ao chagar à Curva Villeneuve a mais de 320 km/hora, a asa cedeu e o Simtek foi direito ao muro. O carro desfez-se e o austriaco teve morte imediata. Tinha 33 anos.


Infelizmente, as coisas não pararam por ai, como foi demonstrado pelos acontecimentos do dia a seguir. No seu funeral, feito no dia a seguir ao de Senna, os poucos pilotos que compareceram foram o seu compatriota Gerhard Berger e o presidente da FIA, Max Mosley. Na corrida seguinte, no Mónaco, a primeira fila da grelha tinha pintado, de uma maneira simbólica, as bandeiras do Brasil e da Austria, numa homenagem aos pilotos caídos.


Uma das histórias pouco conhecidas dessa altura era de que Ayrton Senna tinha no seu bolso uma bandeira austriaca, que queria mostrar no final da corrida, em homenagem ao companheiro caído.


A Simtek, abalada pelo acontecimento, decidiu continuar na prova, num gesto de coragem. Ratzenberger tinha conseguido o 25º tempo, suficiente para qualificar-se para aquela que seria a sua segunda corrida da carreira. Até ao final da época, colocaram um sinal no topo do carro, um desenho do seu capacete, com as seguintes palavras. "For Roland".

5 comentários:

  1. Olá, como disse lá no Felipe Maciel, fico muito feliz que outros estejam homenageando o Ratzenberger - como vc bem disse: um grande esquecido da Fórmula 1. Ontem, falei do barrichello por conta dos 13 anos do acidente e amanhã, é... amanhã é dia 1. Eu já sei o que farei para homenagear o Senna, amanhã eu volto aqui pra ver como vc fez também.

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  2. Então, amanhã à mesma hora, vem cá e mostro-te o que fiz. Beijo!

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  3. Ih, rapaz, o pessoal tá empenhado no caso do Senna e eu tô todo enrolado aqui no feriadão, pagando pra acessar a Internet e postando com todo a pressa do mundo e no improviso. Não preparei nada ainda e não sei preparar essas coisas no papel. Não sei o que vou escrever, mas vai ser bom dá uma olhada no que vocês fizeram antes pra ter alguma idéia. Mesmo assim, não tem como escrever muito, senão a grana vai embora. Amanhã eu vejo como que faço pra me virar aqui.

    E, é claro, parabéns pela justa homenagem ao Ratzenberger!

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  4. Amigo Speeder.
    Rolland, não sabemos se seria um grande piloto ou não, mas de qualquer forma era uma vida. Injustamente a imprensa de meu país só se sensibilizou com o passamento de Ayrton e esqueceu-se de que no dia anterior o austriaco tinha-se ido.
    Naquele fim de semana que você classificou de "cadaver que não quer se decompor" eu fiquei abalado. Não sabia se assistiria ou não a corrida. Parecia que tudo era meio falso. Nunca fui muito fã de Senna mas perdi o apetite, não sai mais de casa e me recusei a ver tv ou ouvir radio. O vazio que começou no sabado e durou dias...até ver Prost no Brasil segurando uma das alças do caixão e compreender que o idolo de tantos pelo mundo tinha virado um mito, um icone. E como diz um radialista aqui do Brasil. A morte tem uma mão pesada que a tudo perdoa e a nada condena. Quando penso sobre este tema não organizo meus pensamentos...Coisa rara.
    Desculpe. Acho que talvez por isto não postarei nada sobre os dois de Imola 94. Não saberia o que dizer.

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  5. Speeder, como já comentei em outro post, além do Berger, também estiveram lá o Wendlinger, o Frentzen, o Lauda e o Johnny Herbert.

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Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...