Três semanas depois de Jarama, máquinas e pilotos estavam preparados para correr nas ruas do Mónaco, provavelmente a corrida mais glamourosa do ano. A grande novidade na lista de inscritos naquela corrida era a entrada de um jovem piloto sueco, muito rápido e muito talentoso, inscrito pela Antique Automobiles. O seu nome? Ronnie Peterson. Sem Mário Andretti, que nesse fim de semana disputava as 500 Milhas de Indianápolis, a March só alinhava com quatro carros, os dois oficiais de Chris Amon e Jo Siffert, e os inscritos pela Tyrrell, para Johnny Servoz-Gavin e Jackie Stewart.
A Brabham e a Ferrari alinhavam oficialmente com apenas um carro, respectivamente para Jack Brabham e Jacky Ickx. A Lotus voltava para os modelos 49, enquanto que os 72 ficavam em Inglaterra para serem melhorados. Sendo assim, Jochen Rindt e John Miles alinhavam com o modelo antigo, o mesmo que usava Graham Hill, no seu carro inscrito pela Rob Walker Racing Team. No total estavam inscritos 21 pilotos, entre oficias e privados, mas somente 16 iriam qualificar-se.
Depois de alguns dias de chuva, a pole-position ficou nas mãos de Stewart, a bordo do seu March de Ken Tyrrell, tendo a seu lado Chris Amon, no March oficial. Na segunda fila, ficaram o McLaren de Denny Hulme e Jack Brabham, no seu carro. Ickx era o quinto, seguido pelo Matra de Jean-Pierre Beltoise. Henri Pescarolo era o sétimo na grelha, no segundo Matra, e logo depois vinha o Lotus de Rindt. Para fechar o "top ten", estava o De Tomaso-Cosworth de Piers Courage e Bruce McLaren, também no seu carro.
Dos 21 pilotos inscritos, cinco ficavam de fora. O McLaren-Alfa Romeo de Andrea de Adamich, o BRM de George Eaton e o Lotus de John Miles falhavam pela segunda vez consecutiva a qualificação para uma corrida, enquanto que o March de Johnny Servoz-Gavin e o Brabham privado de Rolf Stommelen não conseguiam um lugar entre os 16 primeiros. Para o francês, esta era a sua última aparição na Formula 1, pois poucas semanas depois, decidia abandonar a competição.
A corrida era longa: 80 voltas ao circuito. Os March foram para a frente e durante algum tempo, parecia que tudo iria correr bem. Entretanto, Brabham e Rindt ganhavam posições e colocavam-se atrás dos March, esperando por um problemas, algo que começou a acontecer a partir da volta 57, quando o motor de Stewart cedeu. Pouco depois, a suspensão de Amon cedeu, colocando Brabham na liderança, tendo Rindt e Hulme na sua peugada. À medida que a corrida chegava ao fim, o Lotus do austríaco pressionava o Brabham do veterano piloto australiano (tinha 44 anos nessa altura!), no sentido de provocar um erro fatal, e alcançar a liderança.
À entrada da última volta, parecia que Brabham, vencedor da primeira prova do ano, na África do Sul, parecia que iria levar a melhor. Contudo, na última curva, a do Gasómetro (na altura ainda não havia a Curva Rascasse), Brabham falha a travagem e Rindt leva a melhor. A coisa tinha acontecido tão perto da meta que o homem da bandeira de xadrez não se apercebeu o que se passava e deixou passar Rindt! Quando finalmente ele parou o seu carro na meta, um esfuziado Colin Chapman deu um grande salto para comemorar a vitória do seu pupilo. Tinha sido um dos finais mais emocionantes que o automobilismo jamais vira até então.
Mesmo com o acidente, Brabham consegue por o carro a funcionar e terminar a corrida em segundo, enquanto que o francês Henri Pescarolo, num Matra, consegue o terceiro lugar, o seu único pódio de Formula 1 na sua longa carreira de automobilismo. Nos restantes lugares pontuáveis, ficaram o McLaren de Dennis Hulme, o Lotus de Graham Hill e o BRM de Pedro Rodriguez, a duas voltas do vencedor.
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/1970_Monaco_Grand_Prix
Muito obrigado!!
ResponderEliminarOs mitos do esporte devem ser reconhecidos mesmo com o passar do tempo, não é mesmo?? ;D
Te adicionei aos meu favoritos, muito bom o seu blog! Estarei voltando aqui sempre.
Muito obrigado pela visita e volte sempre lá também!!
E quanto ao seu post, eu não poderia deixar de dizer que sempre morri de vontade de ter visto Ronnie Peterson correr... Talvez ele também não fosse um gênio, mas mesmo assim me mordo de raiva por não ter visto ele correndo.
Abraço e obrigado pela força!!
De arrepiar... Parabéns pelo relato, Speeder. E as imagens belíssimas também. Ainda bem que o Pescarolo pegou esse pódio, pois sempre o considerei um batalhador. Quanto ao Brabham, sempe fico chateado quando vejo essas listinhas dos 10 mais e não vejo seu nome. Ele correu praticamente em 3 décadas diferentes, vivenciou as mais diferentes regras, correu com o próprio carro. É uma pena que as pessoas esquecem rápido de feitos assim.
ResponderEliminarGilles: sempre podes vê-lo no Youtube. O que não falta são filmes dele, aí podes ver o estilo de condução dele, um dos mais espectaculares da altura. Creio que em breve, as meninas do F1Girls vão fazer uma biografia dele, portanto, fica atento!
ResponderEliminarMônaco é mitico. O Grande Premio mais charmoso do campeonato.
ResponderEliminarE Peterson maravilhoso.
Belissimo post de novo Speeder.
Groo
Olá Speeder, pode me explicar o que você comentou no blog finish lap? Fiquei curioso e confuso.
ResponderEliminarRon Groo
háhá! Do jeito que as coisas vão indo, daqui a poco eles já vão preparar o garoto geneticamente, antes mesmo dele nascer.
ResponderEliminarE valeu pela dica!
Vou procurar algo sobre ele agora mesmo.
Nada não amigo, você falava sobre "Tio Ron" Denis eu é que entendi mal.
ResponderEliminarNão perca amanha as 15 horas daqui, o post sobre a fbus, você está lá.
Groo
Ah! Agora já percebi. É só uma forma "carinhosa" como trato certos manda-chuvas e directores desportivos...
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