Na semana em que se disputa o Grande Prémio de França, calha hoje ser o aniversário natalício de um excelente piloto francês que andou no pelotão da Formula 1 nas décadas de 70 e 80, mas que nunca teve grande sorte na competição. Contudo, quando teve uma máquina ganhadora, mostrou a sua rapidez. Hoje, dêem os parabéns a Patrick Tambay!
Nasceu a 25 de Junho de 1949 em Paris (faz agora 58 anos), e a sua carreira começou em 1972, quando ganhou o Volante Elf, a formula de formação dos jovens pilotos em França, que revelou, entre outros, compatriotas como Francois Cevért, Alain Prost e Didier Pironi. No ano a seguir vai para a Formula Renault, onde se sagra campeão nacional. Entre 1974 e 1976 corre na Formula 2 europeia, onde se torna vice-campeão em 1975 e trerceiro classificado no ano seguinte.
Sem conseguir um lugar na Formula 1 no início de 1977, vira a agulha para a CanAm, onde, a bordo de um Porsche da equipa de Jim Hall e Carl Haas (que mais tarde se iriam reencontrar na Lola), torna-se campeão. Mas a meio do ano, as suas performances não passam despercebidas no meio da Formula 1. Teddy Yip, o multimilionário empresário de Hong Kong, contrata-o para ser o segundo piloto da Ensign, ao lado do suíço Clay Regazzoni (1939-2006), a partir do GP de Inglaterra. Mas antes, tenta correr no GP de França, a bordo de um Surtees privado, mas não se qualifica.
As suas performances dão nas vistas, e no final da época consegue cinco pontos, o que lhe dá o 18º lugar na classificação. No ano seguinte, Teddy Mayer escolhe-o para ser parceiro de James Hunt na McLaren. Mas nessa altura, a equipa vive um momento de declínio. Mesmo assim, Tambay consegue oito pontos e o 14º lugar da classificação. Mas em 1979 é o seu pior ano: o melhor que consegue é um sétimo lugar e para piorar as coisas, não se qualifica por duas vezes! No final da época, fica sem lugar na Formula 1 e volta para a CanAm, na equipa de Carl Haas. O ano de 1980 corre-lhe bem, pois ganha de novo o título.
Volta à Formula 1 em 1981, começando a época na Theodore, com Teddy Yip no comando (1907-2003). Consegue um ponto em Long Beach, e a partir do GP de França, é o segundo piloto da Ligier-Matra, substituindo Jean-Pierre Jarier. Não consegue pontuar mais no final da época, ficando com um ponto e o 19º lugar no campeonato.
Em 1982, fica de novo sem lugar, mas as circunstâncias ditaram um regresso à Formula 1 mais cedo do que esperava, e pelas piores razões: o seu grande amigo Gilles Villeneuve morre em Zolder e a Ferrari precisa de um substituto para o já mítico carro 27. Começa a correr a partir do GP da Holanda e alcança o seu primeiro pódio em Brands Hatch. Mas na Alemanha, um novo acontecimento faz com que todas as esperanças da Scuderia recaíssem nele: no “warm-up” da corrida, o seu companheiro Didier Pironi tem um acidente grave ao bater na Renault de Alain Prost (consta-se que foi a partir daí que “Le Professeur” ficou com medo da chuva…) e parte as pernas. Perante tal adversidade, Tambay concentra-se e ganha a corrida. Ainda chega ao segundo lugar em Monza, batido pela Renault de René Arnoux, e no final da época, ficam com um honroso sétimo lugar, com 25 pontos, uma vitória e três pódios. Nada mau, para quem correu em apenas seis corridas…
Em 1983, com o seu novo companheiro de equipa, René Arnoux, os carros da Ferrari eram legítimos aspirantes ao título. Consegue uma emocionante vitória em San Marino, e mais quatro pódios, mas falha o assalto ao título, batido por Nelson Piquet, Alain Prost, e… o seu companheiro de equipa René Arnoux! Mas a época de 1983 é a melhor de sempre para Tambay, que para além da vitória e dos pódios, faz mais quatro “pole-positions” e uma volta mais rápida, no Canadá. Total: 40 pontos e o quarto lugar.
Em 1984, vai para a Renault, substituir Alain Prost. Herdando uma equipa que ficou à beira do título, a época é decepcionante: um pódio, uma “pole-position” e uma volta mais rápida foi o melhor que conseguiu, e 11 pontos no campeonato, que lhe deram o 11º lugar na classificação. Continua em 1985, mas a Renault está nas suas horas finais. O melhor que consegue são dois pódios, no inicio da época, e no final da época, altura em que a Renault se retira, Tambay termina com 11 pontos e um 12º lugar.
Por esta altura, o seu velho amigo americano Carl Haas tenta uma aventura na Formula 1, com motores Ford e chassis Lola, tendo como companheiro o ex-campeão do Mundo Alan Jones. Mas a aventura é um fracasso, e Tambay só consegue dois pontos, terminando a época no 15º lugar. No final da época, Tambay abandona de vez a Formula 1.
A sua carreira: 123 Grandes Prémios, em nove épocas, duas vitórias, cinco “pole-positions”, duas voltas mais rápidas, onze pódios, 103 pontos no campeonato.
Até 1989, Tambay fica afastado das corridas. Depois participa nas 24 horas de Le Mans a bordo de um Jaguar oficial, onde termina em quarto lugar na corrida. Depois tenta a aventura no então Paris-Dakar (agora Lisboa-Dakar), onde por três vezes termina nos três primeiros na competição, embora sem ganhar. Em 1994, faz parte da equipa directiva da Larrousse, mas abandona quando a equipa encerra as suas portas, no final dessa época.
Actualmente, é comentarista de Formula 1, primeiro nos canais franceses La Cinq e na Rádio Monte Carlo. Também teve uma curta participação política, como vice – perfeito da pequena cidade de Le Cannet, nos arredores de Cannes. Em 2006, começa a participar na GP Masters, a Formula 1 para veteranos, liderada por Nigel Mansell.
Também tem um herdeiro, de seu nome Adrien Tambay, agora com 16 anos, e está a seguir os passos do seu pai, na Formula BMW alemã. Já agora: Tambay é padrinho de baptismo de Jacques Villeneuve, Campeão do Mundo de Formula 1 em 1997 e filho do seu melhor amigo...
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