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Numa altura conturbada para a
Formula 1, achei oportuno falar sobre um dos últimos "gentleman drivers" da categoria máxima do automobilismo, fiel a uma só máquina, e um dos que melhor conhecia o "
Inferno Verde" de Nurburgring. Ironicamente, morreu no circuito que mais adorava... Falo-vos de
Carel Godin de Beaufort.
Carel Pieter Antoni Jan Hubertus Godin de Beaufort nasceu a 10 de Abril de 1934 em Masbergen, na Holanda. Era nobre, filho de um Conde, e herdou essa posição depois da morte do pai, em 1950. Depois de ter cumprido o serviço militar, em 1955, começou a correr em carros de Turismo. Ao longo da sua vida, sempre correu por uma marca: a Porsche.
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Em
1957, corre em Le Mans, onde acaba em oitavo, ganhando na sua classe. Entretanto, corre na
Formula 2, onde acabará por participar no Grande Prémio da Alemanha, a bordo de um
Porsche RS550, onde termina no 14º posto. Mo ano seguinte, compete de novo nas
24 Horas de Le Mans, onde termina em quinto, e participa em mais duas corridas, sem grandes resultados. Nesta altura já tinha fundado a
Ecurie Maasbergen, cujo "manager" era a sua irmã Cornelie, onde passeava o seu fiel Porsche laranja, a cor do seu país.
Entre 1959 e 1961, a sua vida é repartida entre os Turismos, a Formula 2 e uns quantas entradas na Formula 1. Consegue resultados do meio do pelotão, o que leva a que muttos dos seus companheiros de profissão o encarassem como uma chicane móvel, em um perigo na pista. Mas aos poucos, o seu estilo de condução melhora e a sua popularidade e o seu bom humor contagiam o "paddock" da Formula 1. Chamava-se a si próprio como "Fatty Porsche", devido não só ao seu carro, modelo 718, mas também ao seu físico, pois era muito alto e muito corpulento...
Mas a partir de 1962, os resultados melhoram, pelo menos na Formula 1. O seu Porsche 718 dá-lhe dois sextos lugares em Zandvoort e em Rouen, dando-lhe o 16º posto da classificação geral, com dois pontos. Em 1963, consegue outros dois sextos lugares em Spa-Francochamps e em Watkins Glen, ficando na 14ª posição da geral, com dois pontos.
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Em
1964, Beaufort já encarava as coisas de um modo mais profissional. Tencionava virar-se para os
Sport-Protótipos, tinha feito uma preparação física para se manter em forma, com a ajuda de
Anton Geesink, o primeiro campeão olímpico de Judo. Em Nurburgring, Beaufort mantinha o seu bom humor: chegou a dar umas voltas com uma "cabeleira à Beatle" no lugar do seu capacete!
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A
1 de Agosto de 1964, nos treinos de classificação, o seu fiel Porsche estava numa volta rápida, quando chegou à Bergwerk, onde o carro subitamente despistou-se e ficou empoleirado numa árvore, enquanto que o piloto era cuspido para fora. Sofreu um grave traumatismo craniano e toráxico, e foi levado para Colónia, onde acabou por morrer no dia seguinte.
Tinha 30 anos.
A sua carreira na Formula 1: 31 Grandes Prémios, em oito temporadas, quatro pontos.
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No dia do seu funeral, na Holanda, todo o pelotão da Formula 1 prestou o seu tributo. Foi levado para o talhão da familia, em Massbergen, num
Porsche 356, e na sua tumba, lê-se a seguinte frase:
"La vertu est um Beaufort". Era de facto um cavalheiro... Quanto ao seu fiel Porsche: foi reconstruido e depois a sua familia doou-o ao
Driebergen Automobile Museum, onde se encontra em exposição.
Muito bom texto - aliás, muito bom este blog. Venho visitando-o há algumas semanas, a partir de um link que vi no Blog do Capelli.
ResponderEliminarSobre Carel Godin de Beaufort, foi muita coincidência. Havia visto a referência de sua morte no Blog do Capelli, e fiquei curioso a respeito de quem teria sido. Pesquisei pelo Google, mas li pouca coisa a seu respeito. E agora encontrei neste blog uma excelente resenha, com fotos, a respeito desse piloto da era romântica da F-1. Obrigado.