sábado, 3 de novembro de 2007

Extra-Campeonato: Paul Tibbets (1915-2007)

A 6 de Agosto de 1945, um "B-29 Superfortress" partia da ilha de Tinian, no meio do Pacífico, para o Japão, trazendo consigo uma bomba. Mas não era uma bomba qualquer. Era uma bomba atómica, de enorme potência, algo que Robert Oppenheimer o descreveu, quando o fez explodir umas semanas antes, citando um texto hindu: "Agora converti-me na Morte, destruidora de Mundos..." Nesse avião, baptizado de "Enola Gay", iam nove tripulantes, comandados pelo Capitão Paul Tibbets, e somente a meio do caminho é que souberam do alvo a bombardear: a cidade de Hiroshima.


"A bomba foi lançada às 08.16 da manhã", segundo descreveu Tibbets, anos mais tarde. "Produziu-se uma explosão terrivel, muito forte, inimaginavel, perto do centro da cidade. A tripulação do 'Enola Gay' viu uma coluna de fumo que se elevava rapidamente e fogos intensos que brotavam".


A explosão, que destruiu 65 por cento dos edifícios da cidade, matou cerca de 70.000 pessoas. Nos quatro meses seguintes, as feridas causadas pelo explosão e radiação resultante elevaram a cifra dos mortos a mais de 100.000.


Três dias depois, a 9 de Agosto, Tibbets, otra vez aos comandos do "B-29 'Superfortress", sobrevoou a cidade japonesa de Nagasaki para observar as condições meteorológicas antes de que outro avião americano, o "Bockstar", comandado pelo capitão Charles Sweeney (1919-2004) descarregasse a segunda bomba atómica sobre essa cidade japonesa.



Os bombardeamentos atómicos forçaram à rendição do Japão, a 15 de Agosto, e desde então tem sido causa de controversia entre aqueles que os consideram como "crimes de guerra", e aqueles que afirmam que foi evitada uma cifra maior de baixas em ambos os lados, caso tivesse continuado o conflito nos meses ou anmos seguintes, com a invasão do Japão.



Paul Warfield Tibbets Jr. nasceu mo estado do Illinois a 23 de Fevereiro de 1915, e voou pela primeira vez aos 12 años, quando estava a viver em Miami, na Florida. Estudou na Academia Militar e em 1937 ingressou como cadete no Corpo Aéreo do Exército em Kentucky. Un ano mais tarde ganhou as suas 'asas' de piloto. Durante a Segunda Guerra Mundial, Tibbet comandou missões de bombardeamento sobre Europa ocupada pelos nazis, e em 1943 retornou aos Estados Unidos para ser piloto de testes dos novos aviões Boeing B-29, conhecidos como 'Super Fortalezas'.


Em Setembro de 1944, Tibbets foi eleito num grupo muito reduzido de militares a quem foi informado sobre um projecto ultra-secreto: o 'Projecto Manhattan', que tratava do desenvolvimento secreto de armas atómicas pelos militeres americanos, e Tibbets foi encarregado para supervisionar as modificações necessarias para a adaptação do B-29 para que levasse e descarregasse uma dessas bombas.


A 5 de Agosto de 1945, o presidente Harry S. Truman aprovou o uso da bomba, baptizada como 'Little Boy' —em comparação com 'Fat Boy', a bomba maior descarregada três dias mais tarde sobre Nagasaki— e a tripulação comandada por Tibbets empreendeu a sua missão, no "Enola Gay", baptizado com o nome da sua mãe (1893-1983).


Tibbets continuou na Força Aérea até 1966, altura em que se retirou como Brigadeiro General, após 29 anos de serviço. Tornou-se depois adido militar na India, e depois tornou-se executivo de uma empresa aeronáutica. Acerca do feito que o catapultou na história, afirmou numa entrevista, em 1975: "Estou ogulhoso do feito, pois foi algo planeado desde o inicio e que correu na perfeição. Durmo calmamente todas as noites desde então".


Paul Warfield Tibbets Jr. morreu de causas naturais a 1 de Novembro de 2007, aos 92 anos de idade. Segundo a sua vontade, não houve serviço funerário, e os seus restos mortais serão cremados e as suas cinzas espalhadas pelo Canal da Mancha, pois receava manifestações de desagrado no seu funeral, ou profanações da sua campa. Hoje em dia, um dos seus netos, Paul Tibbets IV, comanda hoje em dia bombardeiros B-2 na mesma unidade do seu avô.

2 comentários:

  1. Dificil não emitir juízo de valor a respeito do homem que pilotou o enola gay...´porém, foi-se um pedaço da história.

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  2. Sim, um dos piores episodios na historia da humanidade.

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Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...