Raras são as pessoas, no meio da Formula 1, que conseguem ser bem sucedidos em mais do que uma área. Colin Chapman, Bernie Ecclestone e Ken Tyrrell foram pilotos medíocres antes de embarcarem em excelentes carreiras como "managers" das suas equipas. Jack Brabham, Dan Gurney e Bruce McLaren viram os seus projectos de equipas próprias florescerem, e ganharam corridas a bordo dos seus carros, mas estes guiavam-nos, ajudando nas suas respectivas carreiras.
Emerson Fittipaldi e o seu irmão Wilson, bem como John Surtees, tiveram excelentes carreiras como pilotos, mas à frente das suas próprias equipas, o seu sucesso foi escasso, e inevitavelmente as suas carreiras como "managers" terminaram pela porta pequena.
Neste caso em particular, falo de uma lenda viva da Formula 1: Jackie Stewart. Após a sua retirada da competição, em 1973, trabalhou como comentador televisivo, e ajudou a carreira do seu filho Paul Stewart, nas formulas inferiores. Para isso, montou uma equipa para a Formula 3 britânica, que no inicio da década de 90, ajudou as carreiras de pilotos como o brasileiro Gil de Ferran e o escocês David Coulthard. Em 1995, após o seu filho Paul ter terminado a sua carreira como piloto, decidiu que era melhor dedicar-se à equipa, e levá-lo ao mais alto nível: a Formula 1.
Sabendo da longa ligação do seu pai à Ford, este apadrinhou o projecto desde o seu inicio, na temporada de 1997. No primeiro ano, Rubens Barrichello levou a equipa para um segundo lugar no GP do Mónaco. Em 1998, as coisas correrem um pouco pior, e a equipa marcou somente cinco pontos. Nessa altura, a Ford tinha adquirido a Cosworth, e a equipa tinha contratado o projectista Gary Anderson (ex-Jordan) para construir um chassis melhor que os anteriores. E foi assim que nasceu o Stewart SF3.
Com um novo motor de 3 Litros, V10, da Ford Cosworth, e com transmissão semiautomática de seis velocidades, prometia ser algo diferente dos anos anteriores. Rubens Barrichello continuava, com um novo piloto a acompanhá-lo: o britânico (ex-Benetton, ex-Sauber) Johnny Herbert.
Os testes iniciais provaram que o carro era muito melhor do que se esperava, e isso demonstrou-se na primeira prova do campeonato, na Austrália, onde Rubens Barrichello foi quarto na qulificação. Contudo, um problema de sobreaquecimento fez com que os carros partissem das boxes, e o piloto brasileiro fez uma corrida de trás para a frente, acabando na quinta posição. Era uma amostra do potêncial do conjunto.
Na primeira prova europeia, no circuito italiano de Imola, Barrichello fez uma boa prova, e deu à equipa o primeiro pódio da época, e segundo da carreira. Mas o melhor estava para vir... no Canadá, Herbert pontua pela primeira vez no ano, com um quinto lugar, e na prova seguinte, no circuito francês de Magny-Cours, Barrichello aproveita a chuva para marcar uma inédita "pole-position". Na prova, lutou contra Schumacher e Frentzen, antes de acabar a prova na terceira posição, o segundo pódio da época.
Mas a página mais bela da equipa acontece em Nurburgring, palco do GP da Europa: de novo debaixo de chuva, numa prova onde os candidatos ao título ou se atrasaram, ou desistiram, os Stewart de Johnny Herbert e Rubens Barrichello aproveitaram a oferta e conseguiram ganhar pela primeira vez na sua curta carreira. Seria a sua única, pois nessa altura, a Ford tinha comprado a equipa por inteiro e a transformado na Jaguar. Mas Jackie Stewart tinha conseguido algo inédito: uma carreira de sucesso como "manager" da sua própria equipa.
Carro: Stewart SF3
Projectista: Gary AndersonMotor: Cosworth V10 de 3 Litros
Pilotos: Rubens Barrichello e Johnny Herbert
Corridas: 16
Vitórias: 1 (Herbert)
Poles: 1 (Barrichello)
Voltas Mais Rápidas: 0
Pontos: 36 (Barrichello 21, Herbert 15)
Foium carro realmente bom, não ótimo mas bom. Pena que a vitória deste bolido não coube ao Barrichello, ele bem que merecia. Peça amizade com Stewart e tudo o mais.... Mas tudo bem.. A pole foi dele. E a simpatia de ter corrido pro grane Jack idem.
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