segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Extra-Campeonato: A argolada de hoje do jornal "Público"

O referendo na Venezuela para definir se queriam um estado socialista, e que dessem poderes ao seu presidente, Hugo Chavez, até ao final da sua vida, foi chumbado por márgem mínima. Isto é notícia que todos sabem. Só que este resultado provocou por estas bandas uma argolada de todo o tamanho. Um dos jornais de referência, o Público, colocou na primeira página a seguinte noticia:



"Venezuela diz sim à proposta de Chavez, oposição apela à vigilância"



"Três sondagens feitas à boca das urnas indicavam, ontem à noite, que os venezuelanos decidiram avançar com a reforma constitucional que, segundo o Presidente da República, Hugo Chávez, é 'uma fórmula' para 'converter a Venezuela numa potência mundial' mas que, segundo os seus opositores, é antidemocrática, outorga-lhe 'poderes imperiais' e 'eterniza-o' no poder. Ainda sem resultados oficiais divulgados, a oposição apelou ontem à noite à vigilância."
Ora, no momento em que o jornal saia nas bancas, já se sabia que Hugo Chavez tinha perdido o referendo, por uma pequena margem de votos. No mínimo, é uma situação embaraçosa para o jornal...



No final desta tarde, a direcção do jornal viu-se obrigada a colocar na sua página da Net um comunicado para explicar a razão porque cometeu tal argolada. Ei-lo, na íntegra:


"Na edição impressa de hoje, 3 de Dezembro, o PÚBLICO escreveu na sua manchete ‘Venezuela diz ‘sim’ à proposta de Chávez, oposição apela à vigilância.” O título, além de errado e indefensável num acto cujo desfecho não era ainda conhecido, tomou por facto o que era apenas uma indicação das sondagens à hora do fecho da edição, que davam ao “sim” entre 53 e 56 por cento e ao “não” entre 46 e 47 por cento.


A forma reservada como a oposição a Chávez reagiu a esses números, apelando apenas à vigilância junto das mesas de voto, reforçou, a essa mesma hora, a errada convicção de que o “sim” manteria a dianteira. Tal não aconteceu, numa reviravolta surpreendente, ganhando o “não” por pequena margem (50,7 contra 49,3). De qualquer forma, a manchete do PÚBLICO poderia ter atribuído a vantagem do “sim” às sondagens, mas nunca ao voto real dos venezuelanos. Pelo erro, as nossas desculpas aos leitores.
A Direcção Editorial"



É bom saber que eles reconheceram o erro, mas isto prova, mais uma vez, que a pressa em informar os leitores e o apertar do horário de fecho dos jornais (sempre pela madrugada dentro), faz com que se cometam erros destes. E muitas vezes, tal coisa pode pagar-se caro... é o jornalismo que temos, e mais não digo.

3 comentários:

  1. 1 x 0 para o povo encima do Chavez.O cara é um ditador q vai levar pro buraco a Venezuela,assim como Fidel levou Cuba.Outro dia,nao sei onde li q graças ao Chavez a América do Sul tá tendo repercurçao mundial.Pô,mas será q a gente precisa dessa "propaganda"???O cara é um otário.Eu tô com o Rei:Pq no te callas Chavez?

    Beijos

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  2. concordo..

    e eu sou um fã do Público...

    e já agora... grande resultado do povo VENEZUELANO..

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  3. Fiz jornalismo cerca de 18 anos, e ´digo-o: è o preço de querer-mos antecipar os acontecimentos. Lamentável. Basta uma desta para descredibilizar um jornal de referencia.

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Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...