Hoje em dia já não se vê isso, mas há 45 anos atrás, a Formula 1 não era tão mediatica como nos dias de hoje. Se assim fosse, nunca arrastaria a decisão de um titulo mundial quase até 1963. Mas deu publicidade extra a uma prova que se estreava no calendário mundial: o Grande Prémio da Africa do Sul, que decorreu no circuito urbano de East London.
Nesse ano, Lotus e BRM lutavam pelo título de condutores e de construtores. Jim Clark e Graham Hill seriam os obvios sucessores de Phil Hill e da Ferrari, que tinham sido claramente batidos durante a temporada que terminava (e nbem levavam carros para esta prova). E Clark, no seu novo Lotus 25, o primeiro chassis monocoque da história, tinha tudo para ganhar, contra um Graham Hill que finalmente punha a BRM nos eixos, depois de mais de uma década aos soluços...
O GP da Africa do Sul iria mostrar a força desse país no calendário mundial. Desde 1960 que hávia um campeonato local de Formula 1, que era corrida por pilotos locais e da então Rodésia. Pilotos como John Love, Neville Lederle, Sam Tingle eram reis e senhores nas pistas africanas, e esta era uma oportunidade unica de se mostrarem perante o pelotão internacional. Outro dos que se iriam mostrar nessa corrida era Gary Hocking, o campeão rodesiano de motociclismo, que tinha mudando para os automóveis. Infelizmente, poucos dias antes da corrida no GP de Natal, um acidente fatal iria impedi-lo de se estrear oficialmente na Formula 1.
Nos treinos, Jim Clark fez o melhor tempo, seguido de perto por Graham Hill e Jack Brabham, no seu próprio carro. Na segunda fila ficavam Innes Ireland, num Lotus, John Surtees, num Lola e Tony Maggs, o melhor piloto local. A 29 de Dezembro de 1962, dia da corrida, tudo estava preparado para a decisão final desse ano, perante uma plateia cheia, num dia de sol no Verão austral sul-africano.
Na partida, Clark fica na frente, seguido de Hill e Brabham. Durante a corrida, as posições não se alteraram muito, pelo menos até à volta 62, quando Clark sofre uma fuga de óleo e vem para as boxes tentar resolver o problema. Mas este não podia ser resolvido a tempo e Clark vê as suas possibilidades de ganhar o título mundial se esfumarem a favor de Graham Hill. Entretanto, quem subiam posições eram os pilotos da Cooper, Bruce McLaren e Tony Maggs, este último para gaudio dos espectadores locais.
E no final, com Hill a ganhar e confirmar o título mundial, o auge de 12 anos de luta da BRM na Formula 1 para alcançar aquele momento, e os Cooper oficiais a conseguirem completar o pódio, a performance de Clark com o Lotus 25 era apenas uma amostra do que viria no seguir, com o carro a mostrar todo o seu potêncial, e o piloto escocês a transformar-se num dos melhores da sua geração.
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