Se estivesse vivo, faria hoje 62 anos, e muitos que o viram a correr lembram-se dele com carinho. Chamavam-no de "Barão", pela maneira como dominava as corridas. Alguns comparam-no até a Gilles Villeneuve, devido ao seu estilo espectacular. E por incrível que pareça, vem de um país, a Finlândia, onde o automobilismo é rei: chamava-se Jarno Saarinen.
Antes de Keke Rosberg, Mika Hakkinen e Kimi Raikonnen, na Formula 1, e de Ari Vatannen, Henri Toivonnen, Juha Kankkunen, Tommi Makinnen, e Marcus Gronholm, nos Ralies, a Finlândia vibrava com os feitos de... um motociclista! Jarno Saarinen era no inicio dos anos 70 no Moto GP, mais concretamente nas categorias de 250, 350 e 500 cc, um dos maiores adversários das MV Augustas guiadas por essa lenda viva do motociclismo chamada Giacomo Agostini.
E já agora... costumam ver aquele estilo de pilotagem nas curvas? Foi Saarinen qus as inventou. Entre 1970 e 1973, Jarno Saarinen ganhou 15 corridas (oito nas 250 cc, cinco nas 350 cc, duas nas 500 cc) e foi campeão do mundo de 250 cc em 1972.
Em 1973 tinha começado a temporada de melhor maneira possivel: em seis corridas possiveis, venceu cinco, e era o principal candidato ao título mundial, numa Yamaha de quatro tempos (nas 500 cc), contra Giacomo Agostini e o britânico Phil Read. Contudo, a 20 de Maio de 1973, todas essas aspirações tinham um final abrupto, num dos mais trágicos acidentes da hitória do motociclismo.
Nesse dia, um acidente na prova de 350 cc na Curva Grande (a primeira curva após a primeira chicane), tinha deixado óleo na pista, que não foi devidamente limpo. Minutos depois, na primeira volta da corrida de 250 cc, e sem que os comissários de pista tenham assinalado o local com bandeiras amarelas e vermelhas (que assinalam a presença de óleo na pista) o líder da corrida, o italiano Renzo Pasolini, escorrega em frente de Saarinen, causando uma enorme carambola, envolvendo mais 12 motas. quando a poeira assenta, Pasolini e Saarinen estão mortos, e mais alguns estão feridos.
Por causa disso, a FIM começou a preocupar-se a sério com a segurança. Três semanas depois, uma prova local causou mais três mortos (Carlo Chionio, Renzo Colombini e Renato Galtrucco) no mesmo sítio onde Pasolini e Saarinen morreram. As provas de motociclismo em Monza foram banidas durante oito anos. Só depois de obras profundas para melhorar a segurança, e que voltou-se a correr nesta pista. Mas a Moto GP actual não corre mais aí: perfere agora o circuito de Mugello.
Para terminar: o mito de Saarinen continua vivo. Somente em Itália, há clubes que alimentam esse legado. E muitos que tem agora trinta e alguns anos, tem o nome dele como nome próprio. Ou acham que o pai do Jarno Trulli deu esse nome porque soava bem?
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