Muitos ainda se lembram do "annus horribilis" de 1994 na Formula 1. E também se lembram daquele dia, em Maio, em qua ainda tentavamos esquecer aquele fim de semana horrivel no Autódromo de Imola, quando assistimos, horrorizados, a um brutal acidente no Circuito do Mónaco, e receávamos pela vida de um Karl Wendlinger.
Contudo, ele recuperou do coma e continuou a correr, e esta quinta-feira, ele comemorou 39 anos de idade. Hoje falo um pouco da vida de um piloto da geração de Michael Schumacher, que muito prometeu, mas que a sua carreira na Formula 1 terminou naquele fim de semana no Mónaco. Bem sei que ainda continuou a correr, mas nada como dantes...
Karl Wendlinger nasceu em Kufstein, na Austria, a 20 de Dezembro de 1968. Começou a sua carreira em 1983, no karting, onde quatro anos mais tarde, transita para a Formula Ford austríaca. Em 1988, salta para a Formula 3 alemã, onde se classifica na 11ª posição, enquanto que se torna campeão no Campeonato austriaco. Em 1989, domina as pistas alemãs e torna-se campeão. Isso habilita-o para guiar para a equipa oficial da Mercedes no Campeonato do Mundo de Sport-Protótipos.
Em 1991, esteve em duas frentes: corerendo na equipa Sauber-Mercedes de Sport Protótipos, com Heinz-Harald Frentzen e Michael Schumacher, entre outros, também corria na equipa de formula 3000 dirigida pelo seu compatriota Helmut Marko. No final da época, tem a sua estreia na formula 1 ao voltante da March-Leyton House, onde não consegue mais do que o 20ª posto no GP da Australia.
Em 1992, continua na March, onde ao lado do seu companheiro de equipa, o francês Paul Belmondo, debate-se com os parcos recursos da equipa. Contudo, o seu grande momento foi o GP do Canadá, onde consegue levar o carro até à quarta posição final. Essa foi a unica vez que pontuou nessa época, acabando na 12ª posição com três pontos.
No final do ano, o seu antigo patrão nos sport-Protótipos, Peter Sauber, aventura-se na Formula 1 e contrata Wendlinger como piloto principal, ao lado do finlandês J.J. Letho. A estreia com motores Ilmor, foi boa, ficando regularmente em bons lugares na grelha de partida, e a chegar regularmente nos pontos, com o ponto mais alto o quarto lugar no GP de Itália. no final do ano, Wendlinger consegue sete pontos e o 12º lugar no campeonato.
O ano de 1994 começa bem para ele. Acaba em sexto no Brasil, e chega pela terceira vez ao quarto lugar da classificação, no malfadado Grande Prémio de San Marino. No Grande Prémio seguinte, no Mónaco, ainda com o pelotão internacional em choque, Wendlinger tenta conseguir bons tempos com o seu Sauber quando parde controlo do seu carro na saída do túnel. e bate volentamente de lado na chicane do Porto. Sofrendo uma grave contusão na cabeça, fica em coma induzido durante alguns dias, mas acaba eventualmente por recuperar. Contudo, não corre mais no resto da temporada, ficando na 19ª posição, com quatro pontos.
Recupera a tempo para correr pela Sauber em 1995, mas as suas performances estão abaixo do esperado, e é batido constantemente pelo seu companheiro Heinz-Harald Frentzen. É substituido por Jean-Christophe Bouillon após o GP de Espanha, mas volta para disputar as duas últimas provas do ano, mas tudo o que mostrou é que ele tinha perdido a chama anterior. E é assim, desta maneira inglória que termina a sua carreira na Formula 1.
A sua carreira na Formula 1: 42 corridas, em cinco temporadas (1991-95), 14 pontos.
Após a sua temporada na Formula 1, Wendlinger participou em várias competições de turismos. Primeiro, no campeonato FIA GT, onde foi campeão em 1999 (com Olivier Beretta). Após isso, correu em 2002 e 2003 no DTM, a bordo de um Audi TT da equipa Abt, sem grande sucesso. Voltou depois à FIA-GT, onde corre neste momento com um Aston Martin da Jet Alliance Racing, fazendo equipa com o escocês Ryan Sharp, tendo terminado este ano no segundo lugar do campeonato.
Fontes:
O curioso é que dos três wonderboys da Mercedes, aquele a quem vaticinavam um maior futuro era o Wendlinger e não o Schumacher. Independentemente do acidente do Mónaco, ficou provado que não.
ResponderEliminarE não sei porquê, esta comparação faz-me lembrar a situação actual nos jovens da Toyota, com o Kobayashi a ser considerado a grande esperança e o Kazuki nakajima o fortuito. Contudo o Kobayashi nem de longe que tem os resultados pré-F1 do Wendlinger...