quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Bolides Memoráveis - Tyrrell 019 (1990)

Hoje em dia, todos os carros tem nariz levantado, de modo a permitir a entrada do fluxo de ar por debaixo do nariz, no sentido de levar mais facilmente para os pontões laterais do carro. Contudo, esse conceito ainda não tinha sido pensado até 1990, até que um engenheiro inglês, que tinha andado em equipas como a Hesketh, Wolf, Fittipaldi e Ferrari, se lembrou desse tipo de conceito, fazendo provavelmente a ultima grande alteração de chassis na história da Formula 1. O seu nome era Harvey Postletwhaithe (1944-1999).

Em 1989, a Tyrrell era uma pálida sombra dos dias glóriosos dos anos 70. Nesse ano, obtiveram um pódio e uma volta mais rápida, respectivamente através de Michele Alboreto e Johnatan Palmer. Contudo, a meio do ano, Alboreto sai da equipa, e no seu lugar, vem um jovem e talentoso francês, campeão da Formula 3000 europeia: Jean Alesi. Na sua primeira corrida, em Paul Ricard, ele termina na quarta posição, até então uma das melhores performances feitas alguma vez por um estreante. No final do ano, a Tyrrell levava para casa 16 pontos e o quinto lugar no campeonato de construtores.


Apesar de em 1990, a Tyrrell arrancasse a temporada com o velho 018, iria ser substituido pelo 019 na terceira prova do ano, em San Marino. Tendo sido um bom chassis, Poselthwaithe decidiu que o novo chassis teria que ser uma evolução, para melhor. Para isso, juntamente com o aerodinamicista Jean-Claude Migeot, usou o velho principio do efeito-solo, mas de uma forma completamente diferente: na parte da frente do carro.


Inspirado no avião Junkers Ju 87 (conhecido como Stuka), Poselwaithe criou uma asa dianteira elevada ao centro. Para respeitar o regulamento respeitante ao efeito-solo, havia uma placa que era estendida até à zona das rodas dianteiras, servindo como plataforma. Por causa das forças que conseguia em pista, o carro tinha uma asa traseira mais pequena do que o normal.


Quando o carro estreou-se em Imola, às mãos de Jean Alesi, a Tyrrell já era uma das boas surpresas do campeonato, ao terminar em segundo a corrida inaugural, nas ruas de Phoenix, e ter liderado a corrida durante 23 voltas, antes de ser passado por Ayrton Senna. Nos treinos, Alesi foi sétimo, acabando na sexta posição. Na corrida seguinte, no Mónaco, o francês foi segundo na corrida, conquistando definitivamente o estatuto de "jovem estrela". A ele e ao seu carro.


Contudo, apesar da surpresa inicial, e do facto de este ser um chassis fácil de regular, e de ter um bom motor Cosworth e de ser bons pneus Pirelli, não houve mais grandes performances depois do Mónaco. Alesi e o seu companheiro, o japonês Satoru Nakajima, não conseguiram mais do que dois sextos lugares. Contudo, o conceito tinha ficado e no ano seguinte, algumas equipas começaram a usar o novo conceito de nariz levantado nos seus chassis. O Benetton 191, projectado por John Barnard, aperfeiçoou esse conceito.


Chassis: Tyrrell 019
Projectista: Harvey Postlethwaithe
Motor: Cosworth V8 de 3 Litros
Pilotos: Jean Alesi e Satoru Nakajima
Corridas: 14
Vitórias: 0
Pole-positions: 0
Voltas Mais Rápidas: 0
Pontos: 9 (Alesi 7, Nakajima 2)

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