Se tudo correr bem, amanhã, este homem completará meio século de vida. O homem que vou falar hoje é um piloto americano, mas é mais conhecido pelos europeus do que propriamente no seu país. Somente quando ganhou as 500 Milhas de Indianápolis, anos depois de encerrar a sua carreira na Formula 1, é que passou a ser conhecido nos “States”…
Edward "Eddie" McKay Cheever, Jr nasceu a 10 de Janeiro de 1958 na cidade de Phoenix, no Arizona. Aos cinco anos, a sua família acompanha o pai para Itália, onde ele se radica, pois ele estava a montar em Itália o conceito de “academia de ginástica”, tal como nós o conhecemos. Aos oito anos, o pai leva-o a Monza, para que ele visse uma corrida de automóveis, e ele fica imediatamente apaixonado. Aos 15 anos, em 1973, torna-se campeão italiano e Europeu de Karting, e cedo começa a correr em monolugares. Em 1974, corre na Formula Ford, e no ano seguinte começa a correr na Formula 3, com o seu compatriota Danny Sullivan, no Team Modus, em Inglaterra.
Em 1977, está a correr na Formula 2, na equipa Project Four, do inglês Ron Dennis. No final do ano, as suas “performances” fizeram com que fosse um dos escolhidos para fazer testes com a Ferrari para ser o possível substituto de Niki Lauda, mas a Scuderia decide escolher o canadiano Gilles Villeneuve. Sendo assim, foi piloto de testes da equipa Ferrari em 1978, mas o que ele queria era andar a sério, e teve uma primeira entrada na Theodore, nas duas primeiras corridas desse ano, mas não se quailificou. No Grande Prémio seguinte, na Africa do Sul, corre na Hesketh, onde consegue finalmente correr, mas retira-se na volta oito, com uma fuga de óleo.
Em 1979, Cheever continua a correr no Project Four de Ron Dennis de Formula 2, mas em 1980, as coisas modificam-se, ao ter uma nova chance de correr na Formula 1, ao serviço de uma nova equipa: a Osella. O seu carro, o F1A, não era competitivo, e por algumas vezes, não conseguiu levar o carro para a grelha por quatro vezes. Das outras vezes, a única vez que acabou uma corrida foi em Imola, onde terminou na 12ª posição.
Em 1981, muda-se para a Tyrrell, onde consegue a sua primeira entrada nos pontos logo na corrida de abertura, sendo quinto classificado em Long Beach. Pontua mais quatro vezes, sendo a sua melhor posição um quarto lugar no GP de Inglaterra, em Silverstone. No final da temporada, Cheever consegue 10 pontos e classifica-se na 12ª posição do campeonato.
No inicio de 1982, transfere-se para uma nova equipa, a Ligier, onde não consegue ser tão regular nos pontos como queria. Mas consegue três pódiums, o melhor dos quais um segundo lugar em Detroit. No final da temporada, fica com 15 pontos, e o 12º lugar na classificação geral.
Para 1983, vai para a Renault, onde substitui René Arnoux, para ser um bom segundo piloto para Alain Prost. Consegue algumas prestações dignas de registo, mas o máximo que consegue é ser segundo no Canadá, atrás de… Arnoux. Consegue mais três pódios, e termina o campeonato na sétima posição, com 22 pontos.
Em 1984, transfere-se de armas e bagagens para a Alfa Romeo, onde somente consegue pontuar na primeira corrida do ano, no Rio de Janeiro. Esse quato lugar dar-lhe-á os únicos três pontos do ano, terminando a temporada na 16ª posição. Continua em 1985 na Alfa Romeo, mas foi um desastre e não conseguiu pontuar.
Enquanto guiava na Formula 1, nessa década de 80, também guiava nos Sport-Protótipos, ao volante de um Jaguar. Em 1986, deixou temporariamente a Formula 1 para correr na CART. A tentativa, pela equipa Aciero, não foi muito bem sucedida, e decidiu fazer uma perninha pela Lola-Haas no GP de Detroit, substituindo o aleijado Patrick Tambay, sem grandes resultados.
Em 1987, volta a tempo inteiro para a Formula 1, nomeadamente a Arrows, onde consegue algumas boas pontuações. Acabou com seis pontos e a décima posição no campeonato. Continua uma segunda temporada na Arrows, onde consegue um pódio e seis pontos na classificação geral, terminando na 12ª posição. Em 1989, faz uma temporada final na Arrows, onde alcança a 3ª posição no GP dos Estados Unidos, que decorre nas ruas da sua terra natal, Phoenix. No final dessa temporada, Cheever consegue seis pontos e o 11ª posto. A partir daqui, deixa de correr na Formula 1 para prosseguir uma carreira na CART, nos Estados Unidos.
A sua carreira na Formula 1: 143 Grandes Prémios, em 11 temporadas (1978, 1980-89), nove pódios, 70 pontos.
Após a sua passagem pela Formula 1, foi para a CART, no sentido de conseguir melhor sorte do que aconteceu na Europa e na Formula 1. Em 1990, foi nono nas 500 Milhas de Indianápolis, ao volante de um carro da Chip Ganassi, e foi elito “Rookie do Ano” pela CART. Nos anos seguintes, não consegue resultados de relevo, apesar de estar por muitas vezes perto de vencer uma corrida da CART.
Em 1996, a CART seprara-se dos organizadores das 500 Milhas de Indianápolis, que decide criar a IRL, e Cheever decide criar a sua própria equipa na competição: a Team Cheever. Foi com ela que alcança a sua maior vitória da carreira: em 1998, sem que fosse considerado como um favorito, e estando mal classificado nos treinos, ganha as 500 Milhas de Indianápolis, a sua maior vitória da carreira. A sua equipa correu até 2006, onde ganhou cinco corridas. Em 2002, decidiu pendurar as botas de vez, depois de ter sido por três vezes terceiro classificado no campeonato IRL.
Sendo assim, dedicou-se à equipa. Mas em 2005, deu uma perninha na agora defunta GP Masters, onde ganhou a corrida de Silverstone. Hoje em dia, Cheever cuida da carreira do seu sobrinho Richard Antinucci. Não é o único familiar que já correu. Seu irmão Ross Cheever, correu na CART e na Formula Nippon no inicio dos anos 90, mas não teve grande sucesso. "Happy Birthday, Mr.Cheever!"
Muito legal esse post sobre o Cheever!!! Acho máximo esses reviews de carreira de pilotos que não ganharam muitos títulos mas que de certa forma (seja trágica, hilária ou outra) marcaram nossas memórias de alguma forma.
ResponderEliminarGostaria também de agradecer a visita, as dicas e o apoio em prosseguir com meu Blog (Carros, Coisa e Causos). Sucesso pra vc Speeder_76 neste ano de 2008.
Como sempre brilhante!!!
ResponderEliminarO que me espanta cada vez é a riqueza em detalhes destas biografias e a cuidadosa (e certamente trabalhosa) seleção de imagens.
Será que as editoras do Portugl estão tão dormentes assim? Está na hora de uma editora de peso contratar o Speeder para chefiar uma publicação de automobilismo.
Eu, daqui do Brasil, compraria cada edição que o Speeder compilhar!
Meus parabéns mais uma vez!