Buscando um bode expiatório para o falhanço do título por parte da Renault, os responsáveis máximos decidiram culpar Alain Prost, despdindo-o. Ron Dennis, o patrão da McLaren, não hesitou em contratá-lo para a temporada de 1984, ao lado de Niki Lauda. Ainda hoje não se sabe muito bem os motivos do seu despedimento, mas fala-se que ele tinha um relacionamento com a mulher de um dos directores...
Mas Dennis sabia que Prost tinha talento, e precisava de um bom parceiro para secundar Lauda, que já tinha 34 anos de idade. A temporada começou bem, vencendo no circuito de Jacarepaguá. Seguiu-se mais uma vitória em Imola, até chegarmos ao GP do Mónaco, onde debaixo de chuva (que odiava desde o acidente grave de Didier Pironi, em 1982), ganhou um contestado Grande Prémio, que acabou à 34ª volta, quando Jacky Ickx mostrou a bandeira xadrez, no mesmo momento em que estava a ser ultrapassado por um novato brasileiro, de seu nome Ayrton Senna... mais tarde, esses 4,5 pontos iriam influir directamente nas contas finais do campeonato.
Após o Mónaco, Prost ganhou corridas em Hockenheim, Zandvoort e em Nurburgring, no GP da Europa. À partida da última corrida, no novo circuito do Estoril, tinha três pontos e meio de atraso sobre Niki Lauda, que tinha sido mais regular. Na corrida, Prost dominou-a, mas teve que torcer para que Lauda não acabasse na segunda posição. Mas quando o Lotus de Nigel Mansell, o segundo classificado, desistiu devido a problemas de travões, estava escolhido o campeão, pela distância mais curta de sempre: 0,5 pontos (72 contra 71,5 pontos). Se aquele GP do Mónaco tivesse acabado mais tarde, o francês teria sido campeão...
Em 1985, Alain Prost não podia perder: Lauda estava a preparar a reforma, e ele só se tinha que perocupar-se com os seus adversários na luta pelo título, como Michelle Alboreto, na Ferrari, Keke Rosberg e Nigel Mansell na Williams, Nelson Piquet, na Brabham e Ayrton Senna, na Lotus. Depois de começar bem, vencendo em Jacarépaguá pela terceira vez, ganha no Mónaco, em Silverstone, Zeltweg e Monza.
Com o seu principal adversário, Michele Alboreto, a desistir constantemente, apenas geriu o suficiente para que na antepenultima prova do ano, no Circuito de Brands Hatch, após terminar a corrida no quarto lugar, ser coroado Campeão do Mundo, com 73 pontos no total! Aos 30 anos de idade, e após 35 anos de aspirações frustradas, os franceses tinham finalmente um campeão.
Em 1986, Prost tinha um novo companheiro, o finlandês Keke Rosberg. O motor TAG-Porsche e o McLaren MP4/2 ainda eram considerados vencedores, mas os Williams tinham um bom carro, através do FW11, e dois pilotos vencedores: Nigel Mansell e Nelson Piquet. Prost tentou contrariar esse aparente dominio (com interferências de Ayrton Senna no seu Lotus-Renault), com vitórias em Imola, Mónaco e Zeltweg, tentando ser mais regular do que os dois Williams, que se degladiavam entre si.
Essa tática valeu a pena, pois à entrada da última prova, em Adelaide, na Australia, o francês tinha hipóteses matemáticas para alcançar bi-campeonato, desde que terminasse à frente dos dois carros de Frank Williams. Na corrida, conseguiu manter-se na pista, e teve a sorte do seu lado: primeiro, a desisTência do seu companheiro de equipa Rosberg, e depois, o espectacular estoiro de Nigel Mansell na Recta Brabham, a mais de 260 km/hora, e logo a seguir, a entrada nas boxes de Nelson Piquet, que o classificou na segunda posição. No final da corrida, Prost nem queria acreditar que tinha acabado de ganhar o bi-campeonato! Nas contas finais, Prost tinha obtido 72 pontos, contra 70 de Mansell e 69 de Piquet.
Em 1987, Prost tinha um novo companheiro de equipa: o sueco Stefan Johansson. Apesar de ter um novo chassis, o McLaren MP4/3, o motor TAG-Porsche estava a dar os sinais da idade. Teve um bom começo, ganhando pela quarta vez em Jacarépaguá e em Spa-Francochamps, igualando o recorde de 27 vitórias pertencente a Jackie Stewart, mas teve que esperar quase seis meses, no Estoril, para bater o seu recorde. E foi depois de um duelo com o Ferrari de Gerhard Berger que conseguiu superá-lo e obter para si um recorde com 14 anos na altura. No final do ano, ficou em quarto lugar, com 46 pontos.
Contudo, Alain Prost estava esperançado para 1988: iria ter um novo chassis, um novo motor Honda e um novo companheiro de equipa: Ayrton Senna. Sem ninguém saber, começaria aqui uma das duplas mais controversas e explosivas que a Formula 1 jamais conheceria. Mas isso conto amanhã...
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...