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Mas hoje, é dia para falar de Bernd Rosemeyer, e amanhã falarei de Rudi Caracciola.
Nascido a 14 de Outubro de 1909 em Lingen, na região da Baixa Saxónia (teria agora 98 anos), Rosemeyer era filho de um mecânico, dono da garagem da cidade. Após os estudos, ele e o irmão, Job, foram ajudar o pai na oficina. O seu amor pela velocidade fê-lo experimentar, desde cedo, carros e motos. Em 1930, com 21 anos, e depois de dar nas vistas em corridas locais, foi contratado pela Zundapp para ser o seu piloto no campeonato Speedway (corridas em circuito, de terra). Logo na sua primeira corrida, ele venceu, e nas 11 provas seguintes, o seu nome constava na lista de vencedores...
No ano de 1931, passou a ocrrer em asfalto, primeiro pela BMW, e dois anos mais tarde, pela NSU, tendo dominado as pistas alemãs. Em 1934, depois de ganhar mais um campeonato, A Auto Union, uma das quatro marcas que compunha o grupo, tal como a NSU (as outras duas eram a Wnderer e a Horch), convida Rosemeyer para uma bateria de testes no seu novo e radical carro de corridas, desenhado por Ferdinand Porsche: um carro com motor na traseira.
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Nessa corrida, conhece o amor da sua vida: a aviadora Elly Beihorn (1907-2007). Cedo namoram, e o regime nazi propagandeia bem este romance, entre um piloto de automóveis e uma das maiores aviadoras de então. Por causa dela, Rosemeyer foi um dos primeiros pilotos a ter um avião privado, tendo tirado o "brevet" necessário para tal. Ao mesmo tempo, Heinrich Himmler, o temido chefe das SS, aproveita a popularidade de Rosemeyer e "convence-o" a juntar-se à força, o que fez contrariado, já que ele nunca gostou muito nem do regime, nem de Hitler...
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O ano de 1937 foi mau para Rosemeyer: num espaço de poucos meses morre-lhe a mãe e o irmão, mas em compensação, o seu filho, Bernd Jr., nascerá nesse ano. Em termos competitivos, não foi assim tão bom de inicio, mas ganhará o GP da Alemanha (a 13 de Junho...) e a Taça Vanderbildt, em Nova Iorque. Depois, na Coppa Accerbo, ganha a prova... em apenas três rodas, pois na última volta, toca o seu carro na berma e o pneu fura e sai dos eixos. O seu equilibrio, adquirido nas motos, faz com que ele leve o carro até à meta.
A sua última vitória vai ser em Donnington Park, no GP da Inglaterra, perante 50 mil chocados ingleses, que nunca tinham visto ao vivo tamanha superioridade das "Flechas de Prata" alemãs, sobre os pequenos ERA de competição.
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A Mercedes levara Rudi Caracciola para ver se ficava com o recorde do mundo. Ele cumpriu, alcançando a espantosa velocidade média de 428 Km/hora. A Auto Union, a observar tudo, decidiu reagir. Rosemeyer cumprimentou Caracciola a congratulá-lo pelo seu feito, e disse: "Agora é a minha vez!". Pelas 10 da manhã, partiu na tentativa de retomar o recorde às mãos da Auto Union.
Só que nessa manhã, os serviços metereológicos do Aeroporto de Frankfurt tinham avisado da possibilidade de ventos cruzados na zona. Caracciola tinha se queixado disso mesmo, mas Rosemeyer decidiu partir na mesma. Na corrida de ida, o alemão da Auto Union tinha superado o recorde da Mercedes, mas quando se preparava para regressar, pediu para que as suas rodas fossem cobertas, pois julgava que assim ganharia velocidade de ponta. Isso só contribuiu para o desastre...
Mo percurso de volta, ao quilómetro 9,2 do troço da auto-estrada, um vento cruzado foi demais para conseguir manter o carro direito. Guinou para a esquerda e o carro capotou várias vezes antes de parar. Rosemeyer foi projectado para fora do carro e acabou por morrer dos ferimentos. Tinha 28 anos.
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Bernd Rosemeyer teve um funeral de estado, dado por Adolf Hitler e pelos membros do Partido Nazi. Contudo, para a viúva Elly, tal demonstração foi demais, e abandonou-a a meio. A Auto Union teve que arranjar um substituto para Rosemeyer, e foi buscar Hans Stuck e... Tazio Nuvolari.
Fontes:
Bandeira da Vitória - Ed. Autosport, Lisboa, 1996
http://en.wikipedia.org/wiki/Bernd_Rosemeyer
http://jcspeedway.blogspot.com/2008/02/o-primeiro-astro-alemo.html
http://www.ddavid.com/formula1/rose_bio.htm
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Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...