segunda-feira, 3 de março de 2008

Extra-Campeonato: A América do Sul à beira da guerra

Em menos de 48 horas, os acontecimentos no canto ocidental da América do Sul precipitaram-se, fazendo com que agora se tema uma guerra entre Venezuela e Colombia, e sabe-se lá que mais...

Tudo começou este Sábado, quando o "numero dois" das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), "Raul Reyes" (nome verdadeiro: Luis Edgar Devia Silva), foi abatido por elementos do exército colombiano, próximo da fronteira com o Equador. Aliás, o exército equatoriano já disse que a acção ocorreu dentro do território equatoriano, e que os guerrilheiros foram surpreendidos enquanto dormiam. Oficialmente, o exército colombiano diz que os combates ocorreram dentro das fronteiras, e que Reyes foi abatido no fogo cruzado.


Hugo Chavez, que nunca moreu de amores pelo presidente da Colômbia, Alvaro Uribe (o maior aliado dos Estados Unidos da região, pois combate o narcotráfico, do qual a guerrilha é financiada), decidiu hoje no seu "Alô, Presidente", cortar relações diplomáticas com a Colômbia, retirando o pessoal dilpomático da sua embaixada em Bogotá, e ordenou o deslocamento de dez batalhões do Exército para a fronteira com a Colômbia.


«Nós não queremos guerra, mas não vamos permitir que o império americano e seu filhote o presidente Uribe e a oligarquia colombiana venha nos dividir, debilitar», expressou Chávez, defendendo o que chama de «socialismo do século XXI».


Se dúvidas existisse, hoje ficaram esclarecidas: Chavez não é parvo, é perigoso. Tudo bem que a acção colombiana não é lá muito legal, mas o facto dos guerrilheiros das FARC estarem em território estrangeiro, ainda por cima cujo presidente é outro pró-chavista (Rafael Correa) é um bocado procurar sarna para se coçar... e eis as primeiras consequências.


Contudo, Hugo Chavez não é parvo de todo. Usou a sua influência junto das FARC para libertar os reféns que a guerrilha colombiana detêm há anos. Tentou até agora convencer Reyes e Manuel "Tirofijo" Marulanda (o numero um da guerrilha) a libertar Ingrid Bettancourt, ex-candidata presidencial e cativa desde 2002. Uribe tentou sempre dificultar estes esforços humanitários, pois o seu interesse é dar cabo das FARC, e tentou também libertar os reféns à força. Nem sempre isso dá resultado.


Só que tudo isso vai agora por terra. E no dia (espero que não) em que começarem a bombardear Bogotá, Cartagena, Caracas e Maracaibo, esquece-se Bettancourt e começamos a contar quantos países é que se envolvem nesta guerra... ou vocês julgam que Equador, Estados Unidos, Cuba e Bolivia vão estar quietos? Uma grande tempestade desenha-se no horizonte...

3 comentários:

  1. E lá se vai a pretensa paz sulamericana... só quero ver mesmo qual vai ser a postura do Lula... e guerra aqui só interessa ao caubói com tecla SAP lá da Casa Branca...

    Daqui a pouco a porcaria panfletária direitóide que é uma certa revista Veja aqui no Brasil vai começar a botar pilha... e os retrógrados vão exigir que se mande milicos para lá... que tá na hora do obscurantismo voltar a toda...

    Deixa os dois idiotas (Chavez e Uribe) se matarem sozinhos... os dois se merecem!

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  2. Sabes Rogério, adoraria pensar da mesma maneira do que tu, mas eu sei de História o suficiente para dizer que nem sempre é assim. A I Guerra Mundial começou com um assassinato...

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  3. Bem que o idiota do Chavez poderia fazer como Fidel: pedir para sair!

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Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...