segunda-feira, 21 de abril de 2008

O "caso do dia" continua, parte II

O jornal Público continua hoje a comentar a sua "noticia" sobre o subsidio de dois milhões de Euros dados ao Tiago Monteiro, quando da sua passagem pela Formula 1 em 2005 e 2006. Desta vez, colocam as declarações do secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, que afirmou que foi um acto perfeitamente normal.



"'Foi um acto da mais completa normalidade, foi publicado na relação de participações financeiras que fizemos em 2006 a todas as federações e todos os eventos desportivos', afirmou Laurentino Dias à margem de um almoço com a selecção portuguesa de judo, que recentemente participou no Europeu da modalidade, em Lisboa."


(...) "'Esse foi o apoio possível do Estado na participação de Portugal na Fórmula 1. Foi numa altura em que o Estado verificou que não havia nenhuma empresa disponível para conceder esse apoio último e o Estado teve que cumprir a sua obrigação', explicou Laurentino Dias, lembrando que o montante em causa, na Fórmula 1, corresponde 'quase a um nome no retrovisor de um automóvel'".

Os comentários dos leitores? A santa ignorância do costume. Todos a dizerem que "enquanto se fecham hospitais e escolas, dão-se milhões a um queque do Porto para correr entre o devagar e o devagarinho". Primeiro que tudo, o subsidio foi dado antes deste governo ter decidido fechar escolas com menos de cinco alunos e maternidades onde nasciam menos de um bebé por dia (os acontecimentos são de 2005, os fechos começaram em 2006). Quando não se faz o devido contexto dos eventos, as pessoas confundem alhos com bugalhos e ainda pensam que o Tiago ainda corre na Formula 1. Sim, num país onde para assistir a um Grande Prémio, temos que pagar mais um extra na TV Cabo, é obvio que as pessoas ainda pensam que o Tiago corre na Formula 1...


Dou - vos outro exemplo: o torneio de ténis do Estoril, que este ano foi ganho pelo Roger Federer, é disputado há quase 20 anos num estádio com bancadas provisórias. Há anos que se luta para que o Estado (o complexo do Jamor é propriedade do Estado) construa lá um "court central" definitivo. Esse sim, é um verdadeiro escândalo. Não sei quando é que isso vai para a frente, mas já começaram a dizer que tal coisa "é um desperdício de dinheiros públicos", com as ladaínhas do costume. Garanto que esse estádio seria tudo, menos um elefante branco...


Este foi um dos melhores investimentos que este Estado poderia fazer, por este montante, para promover o turismo e o nome de Portugal. Muito melhor que os "Allgarves" do Pinho e quejandos... Se o carro tiver o nome “Portugal” de alguma forma evidenciado, faz publicidade junto de um público que nos interessa bastante, e tem um impacto em termos de números de pessoas enorme. A santa ignorância ignora isso. Estas pessoas têm que começar a lembrar que sem o Desporto, o nome de Portugal lá fora não valeria nem um centésimo do que é hoje. E estariamos muito mais miseráveis que somos agora.

3 comentários:

  1. Exactamente. Os que criticam estes subsídios são os mesmos que acham natural que se dê dinheiro a companhias de teatro para fazerem peças com 5 pessoas a assistir, e que achem óptimo que se tenham gasto milhões em estádios de clubes de futebol que hoje estão na 2ª Divisão^.

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  2. e eu pensava q só a imprensa brasileira era burra...

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  3. PR: Tens razão. E mais, olhem só os susidios que o IGAC dá aos filmes de um senhor centenário, hmmm?


    Pezzolo: Quando o Einstein disse "só há duas coisas infinitas: o Universo e a estupidez humana", ele tinha toda a razão. É universal, não local...

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Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...