Cinco meses depois da etapa inaugural do campeonato do Mundo de 1968, na Africa do Sul, a formula 1 retomava o seu calendário num novo circuito, num país do qual não visitavam há 14 anos: a Espanha.
O Circuito de Jarama, situado nos arredores de Madrid, tinha sido inaugurado um ano antes pelo Generalissimo Franco e pelo seu regente, o então Principe Juan Carlos, um conhecido entusiasta pelo automobilismo. Apesar de ter sido desenhado por John Hugenholz (o equivalente nos anos 60 ao Herman Tilke nos nosso dias) mesmo homem que planeara os circuitos de Zandvoort, na Holanda, de Zolder, na Belgica, e de Suzuka, no Japão, este circuito era demasiado sinuoso e estreito, não havendo hipótese para grandes acelerações, excepto a recta da meta, com mais de um quilómetro de extensão.
O Circuito de Jarama, situado nos arredores de Madrid, tinha sido inaugurado um ano antes pelo Generalissimo Franco e pelo seu regente, o então Principe Juan Carlos, um conhecido entusiasta pelo automobilismo. Apesar de ter sido desenhado por John Hugenholz (o equivalente nos anos 60 ao Herman Tilke nos nosso dias) mesmo homem que planeara os circuitos de Zandvoort, na Holanda, de Zolder, na Belgica, e de Suzuka, no Japão, este circuito era demasiado sinuoso e estreito, não havendo hipótese para grandes acelerações, excepto a recta da meta, com mais de um quilómetro de extensão.
Enquanto isso, o pelotão da Formula 1 vivia momentos conturbados, após Kyalami. O vencedor daquela corrida, Jim Clark, tinha morrido um mês antes, causando grande choque entre os pilotos. Nessa altura, Chris Amon afirmou: "Se aconteceu a ele, pode acontecer a qualquer um de nós". Assim sendo, a Lotus arranjou Jackie Oliver como seu substituto, mas a equipa não conseguiu construir um Lotus 49 a tempo de fazer alinhar no circuito espanhol. Logo, Graham Hill foi o unico representante da marca.
Para piorar o ambiente geral, na semana anterior ao Grande Prémio, outro choque: o inglês Mike Spence, que tinha substituido Clark em Indianápolis, fora vítima de um acidente fatal na oval americana. Assim sendo, a sua equipa, a BRM, apenas tinha mandado um carro, para o mexicano Pedro Rodriguez.
Outro ausente era Jackie Stewart, que tinha tido um acidente na prova de Formula 2, no mesmo circuito de Jarama. Lesionado num dos pulsos, ficou um mês a recuperar, falhando a corrida de Formula 1, fazendo com que a Matra levasse apenas Jean-Pierre Beltoise ao circuito.
Com ausências e mortes, apenas McLaren, Cooper e Ferrari tinham equipas completas, com dois carros cada. A marca do Cavalino Rampante tinha Chris Amon e a estrela em ascenção de 23 anos, o belga Jacky Ickx. A McLaren tinha a dupla neo-zelandesa constituida pelo seu fundador Bruce McLaren, e por Dennis Hulme. Quanto à Cooper, que dez anos antes dominava nas pistas, estava agora muito longe desses tempos de glória, e tinha levado para Espanha o inglês Brian Redman e o italiano Ludovico Scarfiotti.
Ao todo, 13 pilotos inscreveram-se no Grande Prémio. Entre eles, John Surtees, no seu Honda oficial, os privados Piers Courage, num BRM inscrito pela Reg Parnell, e o suiço Jo Siffert, num Lotus 49 da Rob Walker, e o Brabham-Repco de Jochen Rindt.
Nos treinos, Amon consegue o melhor tempo, sendo este a sua primeira pole-position da sua carreira. Logo a seguir vieram Rodriguez e Hulme, McLaren e Beltoise, e na sexta posição, Graham Hill.
A corrida começa com Rodriguez a tomar a liderança, seguido por Beltoise, Amon e Hulme. As coisas correram assim durante 11 voltas, até que o francês toma conta da liderança. Ele segura a liderança até à volta 16, altura que teve problemas de motor e cedeu a liderança a Amon, que tinha ultrapassado Rodriguez algumas voltas antes. Ambos seguiram juntos até à volta 28 altura em que o mexicano perde o controlo do seu BRM e tem um acidente, sem consequências.
Amon conserva a liderança durante muito tempo, agora com Graham Hill no segundo lugar, e Dennis Hulme no terceiro posto, já que o seu companheiro Jacky Ickx tinha desistido cedo, devido a problemas de ignição. À medida que a corrida acontecia, parecia que a Ferrari iria sair de Jarama com uma vitória. Mas na volta 57, a bomba de combustível avaria, e Amon desiste. A sua reputação de "azarão" começava a nascer...
Com isto tudo, Graham Hill herda a liderança, e a unica coisa que tem de fazer é levar o carro até ao fim, pois tinha atrás de si os McLaren e o Honda de Surtees. Na volta 74, a caixa de velocidades de Sutrees cede, e acaba a corrida por ali. Assim, o terceiro era agora o Cooper de Brian Redman, já que Bruce McLaren tem uma fuga de óleo na volta 77, que o leva a abandonar.
Era uma corrida longa, demasiado longa, e somente as máquinas mais resistentes sobreviviam. Quando Hill cortou a meta pela última vez, no final da volta 90, e após duas horas de quinze minutos de corrida, somente cinco carros tinham chegado ao fim. Para além do britânico, os restantes sobreviventes eram Hulme (a primeira vez que um McLaren vai ao pódio), Redman, Scarfiotti e Beltoise, que tinha nove (!) voltas de atraso sobre Hill...
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