Após quatro provas no campeonato, quem apostaria num domínio dos Williams tão forte como o que tinha acontecido no ano anterior, teve a sua surpresa ao ver que o McLaren-Ford de Ayrton Senna iria dar luta aos carros do "Tio " Frank, guiados por Alain Prost e pelo novato Damon Hill.
Das quatro provas que tinham acontecido até então, Prost e Senna tinham duas vitórias cada um. Mas se no caso do francês, elas foram resultantes da superioridade da máquina alimentada por motores Renault, no caso do brasileiro, as suas vitórias tinham acontecido em circunstâncias excepcionais, onde o mau tempo tinha nivelado os carros e proporcionado ao piloto brasileiro, pelo menos em Donnington, uma das suas melhores perfiormances de sempre.
Mas agora, as circunstâncias excepcionais iriam ser cada vez menos, e a normalidade impunha-se, assim que as máquinas e pilotos rumavam ao Circuito de Montmeló, nos arredores de Barcelona. Prost e Hill eram os favoritos, e Senna só poderia aspirar a um lugar na segunda fila da grelha, isto é, se a Benetton e Michael Schumacher não o batessem, já que a Ford tinha como prioridade a Benetton, enquanto que a McLaren tinha que se contentar com a versão-cliente.
Os treinos confirmaram essa tendência: Prost e Hill ficaram com a primeira linha, Senna era terceiro, atrás de Michael Schumacher, e na terceira fila, o veterano Riccardo Patrese conseguia a sua melhor qualificação do ano, ao lado de Karl Wendlinger, que mostrava a todos que a estreante Sauber não tinha vindo à Formula 1 para fazer numero...
Quanto à Ferrari, o melhor foi Jean Alesi, na décima posição, atrás de Michael Andretti, Johnny Herbert, no seu Lotus, e o outro Sauber de J.J. Letho. Gerhard Berger vinha a seguir, no 11º posto.
A corrida começa com Johnny Herbert nas boxes, na volta de formação, devido a uma falha na suspensão activa. Apesar de partir do último lugar, não aguentou muito tempo, abandonando duas voltas mais tarde. Entretanto, uma avaria nas luzes de largada fez com que o verde fosse aceso sem as respectivas luzes de aviso. Contudo, a partida aconteceu sem que os comissários a interrompessem. No final da recta, Hill foi para a frente de Prost, enquanto que o francês se defendia do ataque de Senna. Atrás dele, vinham os dois Benetton, Andretti e Jean Alesi, que numa largada espectacular, tinha passado os dois Sauber.
Hill comandou as primeiras 11 voltas, até que Prost retomou a liderança. Entretanto, senna seguia num cada vez mais solitário terceiro lugar, já que Michael Schumacher tinha dificuladades em acompanhá-lo, apesar de ter, em teoria, um carro melhor do que o McLaren...
A meio da prova, sinal de alarme: Prost perde potência no seu motor Renault, e Hill vai para cima dele. Parecia que o britânico iria ultrapassar o francês e caminhar para a sua primeira vitória, mas na volta 41, o motor de... Hill explode, algo que tinha acontecido na volta anterior ao Ferrari de Jean Alesi. Prost, mesmo com esses problemas, continua na liderança, com Senna no segundo lugar, e Schumacher em terceiro. O alemão tinha desistido de perseguir Senna depois de um ligeiro despiste, e perferiu trabalhar para os pontos em vez de arriscar inutilmente.
Até ao fim, não houve nada de especial. Quando cortou a meta, Prost tinha ganho pela terceira vez no ano, destacando-se na liderança, mas pouco. O seu rival Senna era segundo, mostrando que caso as oportunidades aparecessem, aproveitava-as. Schumacher era terceiro, Patrese o quarto e Michael Andretti finalmente acabava uma corrida, ao chegar em quarto lugar. A Ferrari salva a honra do convento, quando Gerhard Berger termina na sexta posição.
Essa era uma época em que os G.Ps. da Espanha ainda conseguiam ser interessantes. O Hill andou perto do Prost, mas seria muito difícil tirar a vitória do francês. Começava ali a arrancada rumo ao tetracampeonato...
ResponderEliminarGrande abraço!
Gustavo Coelho
Vendo bem, caso o Hill não tivesse ordens de equipa, mais os azares (Hockenheim, Silverstone e portugal), muito provávelmente teria sido campeão do Mundo. Só em segundos lugares (escandaloso o do canadá e frança)dá que pensar.
ResponderEliminarNão fossem as tangas da Williams, mais os azares de Hill, teria limpo o mundial de pilotos.
ResponderEliminarO GP da Espanha foi monótono no começo, meio, mas as últimas voltas deu um pequeno alento com Michael Schumacher (3º) "derretendo" a distância que o separava de Ayrton Senna (2º). A cortina de fumaça que saía na traseira do Lotus de Alessandro Zanardi resultou na escorregada do alemão da Benetton no início da entrada da reta dos boxes e "encerrando" a captura em relação ao brasileiro da McLaren. No arquivo de revisão da temporada de 1993, dá pra ter uma noção na câmera onboard do Benetton como Schumacher pilotou "enxergando" naquela fumaça que saía do carro do piloto italiano.
ResponderEliminarNotas:
- 25ª pole e 47ª vitória de Alain Prost;
- 160º pódio da Williams;
- 44ª vitória do motor Renault;
- após 3 anos e 8 meses, um piloto dos Estados Unidos termina nos pontos na Fórmula 1 e
- Michael Andretti pontua pela primeira vez na Fórmula 1. Após 10 anos e 7 meses, a segunda geração da família Andretti volta a pontuar com 5º lugar (2 pontos) na prova.