Durante o tempo em que Ayrton Senna correu na Formula 1, normalmente o circuito do Mónaco era um local "fetiche" para o talentoso piloto brasileiro, como demonstram as suas seis vitórias nas ruas do Principado. Mas na edição de 1988, Mónaco foi para Senna tudo... menos um sucesso!
Em 1988, o Mónaco era a terceira prova do Campeonato do Mundo, e todos já tinham uma ideia de que a luta pelo título iria ser um assunto interno da McLaren. Mas nesta altura do campeonato, havia um equilibrio entre Senna e o francês Alain Prost em relação a vitórias (um cada). As ruas do circuito monegasco iriam desempatar este curioso duelo.
Nos treinos, Senna deu o seu melhor e alcançou a "pole-position". Mas a diferença em relação ao seu companheiro surpreendeu a todos. O brasileiro tinha ganho 1,4 segundos a Prost, e 2,7 segundo sobre o terceiro da grelha, o austriaco Gerhard Berger. Atrás de Berger figurava o seu companheiro Michele Alboreto, enquanto que na terceira fila, o inglês Nigel Mansell ficava ao lado do italiano Alessandro Nannini. Nelson Piquet tivera um mau treino e era 11º na grelha, ao lado do AGS do francês Phillipe Streiff.
Nesta altura, a grelha do Mónaco já admitia 26 carros. Mas nesse ano, eram 31 os pilotos inscritos. Stefano Modena tinha sido excluído por ter falhado um controlo de peso, e o alemão Bernd Schneider, num Zakspeed, o espanhol Adrian Campos, num Minardi, o Tyrrell do inglês Julian Bailey e o japonês Satoru Nakajima, no segundo Lotus, não tinham conseguido a qualificação.
Na partida, Senna larga na frente, enquanto que Berger consegue passar Prost, quando este falha uma marcha na sua caixa de velocidades. Entretanto, mais atrás, na famigerada Curva Ste. Devôte, Piquet bate no Arrows de Eddie Cheever e desiste, enquanto que Alex Caffi despita-se e bate nos rails de protecção. No final da primeira volta, a sequência era a seguinte: 1º Senna, 2º Berger, 3º Prost, 4º Mansell, 5º Alboreto, 6º Nannini.
As coisas andaram assim até à volta 33, altura em que Alboreto ultrapassa Mansell para o quarto lugar na zona das Piscinas, enquanto que Prost atacava o segundo lugar de Berger, mais lento do que o francês da McLaren. Só que a ultrapassagem do italiano foi muito optimista, e Mansell batia, abandonando na hora.
Entretanto, Senna distanciava-se do resto do pelotão, controlando a corrida, e provavelmente a caminho de mais uma vitória no Mónaco, depois de ter ganho na temporada anterior, então na Lotus. Na volta 54, por fim, Prost consegue ultrapassar o Ferrari do piloto austriaco para o segundo posto, parte para o ataque a Senna. Só que nessa altura, a distância para o brasileiro era de 50 segundos. E com tendência para aumentar...
Contudo, na volta 66, o momento da corrida: na Curva Portier, à entrada do Túnel, Senna acabava a sua corrida nos "rails". Um erro crasso, causado talvez pelo excesso de confiança. Irritado, tirou o capacete... e foi para casa, pois morava a 200 metros dali. Só duas horas mais tarde é que deu sinal de vida a Ron Dennis. "Obviamente assisti o resto da corrida pela TV. Eu tomei um banho e então fui dormir, pois a corrida tinha sido muito cansativa e estava morto. Não vi muita razão para alvoroço", disse depois.
No final da corrida, um Prost satisfeito comemorava a sua quarta vitória nas ruas do Principado, uma atrás de Graham Hill. Mas esta seria a sua última vitória ali, pois nos cinco anos seguintes, a vitória teria um dono: Ayrton Senna. Mas por enmquanto, Prost deliciava-se com uma liderança destacada, com 24 pontos, e o seu rival Senna tinha apenas nove. Depois dos dois Ferrari de Berger (2º) e de Alboreto (3º), seguiram-se o Arrows de Derek Warwick, o Tyrrell de Johnatan Palmer e o Williams de Riccardo Patrese, que depois de se atrasar ao se envolver num acidente com o Larrousse de Philippe Alliot, recuperou até ao sexto posto, passando na última volta o outro Larrousse, de Yannick Dalmas.
Fontes:
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...