![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpgXvIb6WMrpmFI4cTNcSH5-FNRlGEBETQ3AvNy4dQ2nu4PdCCmUw7JonZsZGUZr-dQ5eYmkLsLVW_WY85vb2Ryqag2St_7P-bWy1XO3E1O-Pa18rXEe6hGmDgcIMbae5JNbxZqSypgvs/s400/395px-Robert_Kennedy_speaking_before_a_crowd%252C_June_14%252C_1963.jpg)
O ano de 1968 estava a meio e já estava a ser muito traumático no Mundo e na Formula 1: por esta altura,
Martin Luther King e
Robert Kennedy já tinham sido assassinados, o Maio de 68 tinha acontecido em França e agitava a Europa e o Mundo, a Guerra do Vietname tinha vivido a sua fase crítica, com a Operação Tet (Ano Novo Vietnamita), e ainda faltavam os Jogos Olímpicos, na Cidade do México, e em Portugal, com a Guerra Colonial a decorrer, Salazar estava a poucas semanas de cair da cadeira…
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxInnOzzRgaR5_O9c4v6XYRXphLt7pj2Sl6iHa9LYDeYJ2CZpUfc_0UjPT8PA1XGQVe6YW-OocQ6IaMiOC8RkI1PxcCItoEyj-tK1Vqnt5DGEEL_Aa3P3MOFZrYFukT1a-KbZwFzUTDAQ/s400/Schellser+68+3.jpg)
Na Formula 1, também era um ano traumático. Em menos de três meses,
Jim Clark,
Mike Spence e
Ludovico Scarfiotti tinham morrido em acidentes não relacionados com a Formula 1. Mas quinze dias antes, o francês
Jo Schlesser perdia a vida a bordo do novo Honda RA302, e aí, os outros pilotos tinham assistido. E era ainda essa mágoa que ainda carpiam quando rumaram para Brands Hatch, palco nesse ano do GP de Inglaterra.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjenRoJ6sSoIy2F8qmvQemRh-YZ9rLyTb1O102Ql7Zm6JqhS22Q-6FX3r5iz3Z-pD8oJp5ergi0w-2Jh2NMqgNrVAAnqegjB4mUSfvo4RjwIH0wEOgPbjDFJEOt5vRuhGHzbHp94-yBrOg/s400/untitled+2.bmp)
Na lista de inscritos aparecia um novo nome: o piloto local
Robin Widdows, que corria num Cooper-BRM privado. Era a sua primeira aparição deste pilotos de 26 anos, filho de um herói da Batalha da Bretanha. Tirando isso, tudo estava na mesma: a Lotus tinha na sua equipa oficial os ingleses
Graham Hill e
Jackie Oliver, e o suíço
Jo Siffert na equipa de Rob Walker. Na McLaren, o seu fundador - piloto, o neozelandês
Bruce McLaren e o seu compatriota
Dennis Hulme estavam inscritos, bem como a BRM, que tinha o mexicano
Pedro Rodriguez e
Richard Attwood, com um privado para
Piers Courage.
A Cooper só alinhava com um carro, para Vic Elford, enquanto que a Honda voltava a um só carro, com John Surtees. Dan Gurney voltava com o seu Eagle, e a Ferrari alinhava Jackie Ickx e Chris Amon, enquanto que a Matra colocava Jackie Stewart e Jean-Pierre Beltoise. Finalmente, a Brabham, com Jochen Rindt e Jack Brabham, comemoravam algo único: “Black Jack” era o primeiro piloto a alcançar a barreira dos 100 Grandes Prémios, algo que nessa altura, só Graham Hill poderia alcançar e superar.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjAXBhs8YrL37HMSQBoQg16J2g5GgD4z-GcjPeWIEjf_7ySexkearhLy77aPNwP_05VUApiYb7SikuUgF-dlAG1SAus1dBL06Md1To6gDxW_aNms5JQV17ffR4HlKyXBIT1hWd7gmOCG8/s400/Brands+Hatch+68.jpg)
Mas o GP de Inglaterra mostraria a força dos apêndices aerodinâmicos. A Lotus colocava esses apêndices directamente sobre os eixos do motor, tentando que dessa maneira pudesse aumentar a aderência do carro, graças a essa carga aerodinâmica extra. Oliver, Hill e o privado Siffert tinham grandes asas nos seus Lotus 49, atingindo mais de um metro de altura!
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgz2fdK8ZS9T3uW_tA5iGhE6dcydHMrRzBJOmyDaaNnSG-z9hELkaB3h-1UZuxNV52oHd77UiaInD5go5fNuYhDClPAqdJn6LQsLWO0negHAby6UyuW7-c-cDL9LZM2_51BwuC7XI6CQ10/s400/Inglaterra+68.jpg)
Os treinos foram dominados pela Lotus: Hill foi o "poleman", seguido pelo seu companheiro Jackie Oliver. Siffert, no terceiro Lotus, partia na quarta posição, batido pelo Ferrari de Chris Amon.
O dia da corrida começou com chuva ligeira, pela terceira corrida consecutiva. No momento da partida, Oliver foi melhor do que Hill, e foi para a frente, com Siffert e Amon logo a seguir. Logo na quarta volta, o Lotus de Oliver começava a libertar fumo negro do motor, e foi ultrapassado por Hill na liderança. Mas surpreendentemente, Oliver continuava na corrida, sem que o problema de motor afectasse o seu desempenho...
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiryzCO79DET0Tuia9kghy-V1v3c5wjL-cPk2kc2z3VUNAbaaf7OgXF8lDKtD5XRDAIdOEJeHyGJBTjyXDjsmlkoouzZtHn_8BGh8TvKHJhSruFOnAzcRpUjNT145WFpSzsvu5DG0sNI_E/s400/Inglaterra+68.bmp)
Na volta 27, a suspensão de Hill cede e tem que desistir. Oliver volta à liderança, com Siffert e Amon lutando pelo segundo posto, e Jacky Ickx no quarto lugar, mas muito atrás deles. Os espectadores sabiam que mais cedo ou mais tarde, o segundo Lotus teria de ceder, e isso aconteceu na volta 44, com a correia de transmissão a ceder. Nessa altura, era a vez do suiço Jo Siffert passar pela liderança, em luta com Chris Amon. A batalha foi dura, mas o piloto conseguiu afastar-se gradualmente do Ferrari, ganhando distancia suficiente para poder levar o carro até ao fim.
Quando Siffert cortou a meta no primeiro lugar, tinha-se alcançado mais uma vitória histórica: Não só era a primeira vitória de um piloto vindo da pátria dos chocolates, dos relógios e da neutralidade, mas também era a primeira vitória de um piloto privado em seis anos. Seria também a última vitória da história da Formula 1 de Rob Walker, o homem que vinte anos antes tinha dado à Cooper e à Lotus as suas primeiras vitórias na Formula 1, através de Stirling Moss. Na altura, Walker estava contente com o feito, e disse: "Esta foi a vitória mais importante da minha vida". Pudera: poucas semanas antes, a sua sede tinha arido completamente num incêndio...
Fontes:
Os livros e anuários do Francisco Santos são raridade por aqui... Quando encontro algum em sebos, agarro com todas as minhas forças!
ResponderEliminar