O Mundial de Formula 1 podia estar ao rubro, mas quase toda a gente sabia que o campeão seria inglês, pois os candidatos ao título (Hawthorn, Moss, Collins, Brooks) provinham todos das terras de Sua Majestade. O unico assunto pendente nesta temporada era saber que tipo de máquina ele pilotaria, se seriam as máquinas da Vanwall, ou os da Ferrari.
Quando o Mundial chegou à Alemanha, no majestático circuito de Nurburgring, nos seus mais de 22 quilómetros de pista os organizadores, sabendo da extensão da pista, e tentando não aborrecer os espectadores com os tempos mortos, decidiram juntar os carros de Formula 2 para correrem juntos. A Formula 2 nesse tempo era essencialmente uma formula Cooper, pois boa parte dos carros corria sobre esse chassis. As excepções eram os Lotus de Graham Hill e de Ivor Bueb, e os Porsche do alemão Edgar Barth e de um aristocrata holandês um pouco excêntrico, chamado Carel Godin de Beaufort.
No meio da armada Cooper, estavam pilotos como Jack Brabham e Tony Marsh, mas também tinha um jovem de apenas 20 anos, recém-chegado à Europa, depois de ter começado a correr na sua tera natal, a Nova Zelândia. Chamava-se Bruce McLaren.
Na Formula 1, a Ferrari, embalada pelo êxito de Peter Collins em Silverstone, partia confiante para a pista alemã. Peter Collins e Mike Hawthorn eram os pilotos principais, coadjuvados pelo alemão Wolfgang von Trips e pelo americano Phil Hill. No lado da Vanwall, Stirling Moss, Stuart Lewis-Evans e Tony Brooks compunham a equipa. Os Cooper levavam dois carros, para Roy Salvadori e Maurice Trintignant, e a BRM trazia também dois carros, mas eram para o americano Harry Schell e o francês Jean Behra. A Lotus só levava um caro de Formula 1, para Cliff Allison.
No final, também havia espaço para três Maserati privados, da Scuderia Centro-Sud, para Hans Hermann, Jo Bonnier e o americano Troy Ruttman. contudo, o motor do carro de Ruttman partiu-se antes da corrida, e ele não pode alinhar.
Nos treinos, Hawthorn foi o melhor, seguido pelo Vanwall de Tony Brooks, e depois vinha o seu companheiro Stirling Moss. Em quarto lugar na grelha estava Peter Collins, no segundo Ferrari. Von Trips era quinto e o primeiro dos Cooper estava na sexta posição, através de Roy Salvadori. o melhor BRM era o de Harry Schell, no oitavo lugar. Ian Burgess era o melhor dos Formula 2, na 11ª posição, seguido pelo novato McLaren.
Na partida para as 15 voltas que compunham o enorme e infernal circuito alemão, Moss saltou para a frente, seguido por Brooks, Collins e Hawthorn. Contudo, antes do final da primeira volta, os dois Ferrari tinham passado Brooks, partindo em perseguição de Moss. Na terceira volta, Moss fica sem embraiagem, e entrega a liderança a Collins, que mantêm a distância sobre Hawthorn.
Entretanto, Brooks passa ao ataque, e tenta alcançar os Ferrari. no final da nona volta, apanha Hawthorn, e anda durante volta e meia a tentar ultrapassá-lo, o que consegue no inicio da volta dez. Então, ele passa a perseguir o líder, Peter Collins, e consegue também ultrapassá-lo. Este tem que reagir, pois a liderança do campeonato está em jogo.
Quando o Ferrari chega à zona de Pflantzgarten, a tragédia acontece: o carro subvira na curva, uma das rodas cai na vala, e o carro catapulta-se, atirando o pobre piloto inglês para fora dele, batendo a cabeça numa árvore. Gravemente ferido, é transportado de helicóptero para o hospital de Bona. No final do dia, Peter Collins, de 27 anos, torna-se no segundo piloto da marca do Cavalino a morrer em menos de dois meses. Mike Hawthorn, abalado com a morte de "Mon Ami Mate", decide que, ganhe ou não o título mundial, esse seria o seu último ano na competição.
Hawthorn evita o acidente por um triz, mas pouco tempo depois, desiste com a embraiagem partida. Assim, Brooks lidera confortavelemente até ao final da corrida, onde ganha pela segunda vez nesse ano. A acompanhar Brooks vão os Cooper-Climax de Salvadori e Trintignant. Von Trips foi quarto, no unico Ferrari que pontuou, pois Phil Hill foi apenas nono. No quinto lugar ficou o primeiro Formula 2, pertencente ao jovem Bruce McLaren. Era a sua primeira corrida de Formula 1, e era o primeiro passo de uma presença que ainda hoje marca a competição...
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