Quando a Formula 1 chega ao enorme e mitico "Inferno Verde" de Nurburgring, tinha passado apenas uma semana desde o acidente mortal de Roger Williamson, e as ondas de choque ainda se sentiam no pelotão da Formula 1. A March não estava presente, em sinal de luto, mas o herói de Zandvoort, David Purley, estava presente. A Ferrari primava também pela ausência do Nurburgring, mas aqui, eles lutavam contra a crise que assolava na equipa. Sendo assim, libertaram Jacky Ickx para que pudesse guiar noutra equipa, e ele escolheu ir para a McLaren, onde dispensavam um terceiro carro, ao lado dos pilotos habituais, os veteranos Peter Revson e Denny Hulme.
A Tecno também não apareceu, pois eles queriam melhorar o carro para Monza, mas nessa altura, a equipa estava em litígio com o patrocinador, a Martini, e o seu piloto, Chris Amon, começava a ficar sem paciência para os aturar...
Quem também não apareceu foi a Hesketh. Por um lado, como corriam com um chassis March, era também devido ao que tinha sucedido em Zandvoort, mas o Lord Hesketh teve uma resposta no mínimo original: "Não gosto dos alemães e não quero participar na corrida". A Brabham era outra equipa que colocava três carros, para Carlos Reutmann, Wilson Fittipaldi e o local Rolf Stommelen, que substituia o acidentado Andrea de Adamich. A Surtees tinha também três carros, para o brasileiro Carlos Pace, o inglês Mike Hailwood e um jovem piloto alemão que se tinha estreado em Silverstone, três semanas antes. Chamava-se Jochen Mass.
Na Lotus, era a dupla habitual, Emerson Fittipaldi e Ronnie Peterson, mas o brasileiro ainda estava em convalescência devido ao seu acidente nos treinos do GP da Holanda, onde se tinha magoado no tornozelo. Ao contrário, a Tyrrell tinha um Jackie Stewart em forma, mais o seu fiel escudeiro Francois Cevért.
Nos treinos, Stewart foi o melhor, seguido por Peterson. Cevért era o terceiro, seguido pelo McLaren de Jacky Ickx, que era melhor do que os pilotos oficiais! O quinto na grelha era o BRM de Niki Lauda, e no sexto lugar estava o Brabham do argentino Carlos Reutmann. Peter Revson era o sétimo, no McLaren, seguido seu companheiro Dennis Hulme. E a fechar o "top ten" estavam os BRM de Jean-Pierre Beltoise e de Clay Regazzoni. Emerson Fittipaldi era apenas 14º, atrás de José Carlos Pace (11º) e o seu irmão Wilson Fittipaldi (13º)
Na partida, Stewart e Cevért ficam na frente, para não mais o largarem, enquanto que Ickx perdia o terceiro lugar a favor de Niki Lauda. Peterson era quinto, mas nem chegaria a completar a primeira volta, pois o motor não resistiu. Quem também teria uma corrida curta era Lauda, que tem um acidente na zona de Kesselschen, e fractura o seu pulso. Começava aqui a sua má relação com o "Inferno Verde"...
Com isto tudo, Ickx subia ao terceiro lugar, e mantinha-se aí, fazendo uma excelente corrida. Atrás dele vinha Reutmann, Pace, Wilson Fittipaldi, Hulme e Emerson Fittipaldi. As coisas ficariam assim até à sexta volta, altura em que o motor de Reutmann explode, e Pace herda o quarto lugar. Seria a última desistência da corrida.
No final da corrida, Jackie Stewart comemorava o seu 27º triunfo na Formula 1, alargando ainda mais o seu recorde. Era o líder do campeonato, e via o seu rival, Fittipaldi, cada vez mais a atrasar-se na luta pelo campeonato. Cevért era o segundo, seguido por Jackie Ickx, numa das suas melhores corridas da sua carreira. Nos restantes lugares pontuáveis, estavam pela primeira vez na história três brasileiros: Carlos Pace no quarto lugar (e com a melhor volta da corrida), Wilson Fittipaldi no quinto, e Emerson em sexto.
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