O campeonato do mundo desse ano estava a chegar à hora das grandes decisões, e a Ferrari queria conquistar um título, que o sentia ameaçado pelos ingleses da Vanwall, apesar de já se saber que o título de pilotos era um assunto entre ingleses.
Mike Hawthorn ou
Stirling Moss, um deles iria ser o campeão do mundo.
Em Monza, a Ferrari tinha-se preparado em grande, com quatro carros inscritos. Para além de Mike Hawthorn e Wolfgang von Trips, outros dois carros iam para o americano Phil Hill e para o belga Olivier Gendebien, que costumavam fazer parte da equipa de Sport. A Vanwall inscrevia o mesmo trio de pilotos, comandado por Stirling Moss, seguido por Tony Brooks e Stuart Lewis-Evans. Toda a gente sabia que o título passaria por algum piloto destas marcas.
As outras marcas não passavam de actores secundários, mas sabiam que qualquer precalço poderia ser benéfico para eles. A BRM tinha alinhado no circuito italiano três carros: uma para o francês Jean Behra, outro para o sueco Jo Bonnier e o terceiro para o americano Harry Schell. Na Cooper, outros três carros tinham sido inscritos, para o inglês Roy Salvadori, o australiano Jack Brabham e o francês Maurice Trintignant. A novata Lotus trazia dois carros, para Cliff Alison e Graham Hill.
Para finalizar, seis pilotos alinhavam com modelos Maserati 250 F privados. Eram eles os italianos Giulio Cabianca, Gerino Gerini e Maria Teresa de Fillipis, os americanos Masten Gregory e Carrol Shelby e o alemão Hans Hermann.
Nos treinos, o melhor foi Moss, no seu Vanwall, seguido por Brooks e Hawthorn. Na segunda fila, o terceiro Vanwall de Lewis-Evans estava acompanhado pelos Ferrari de Von Trips e de Gendebien, e na terceira fila, lá estavam o terceiro Ferrari de Phil Hill e os BRM de Jean Behra e Harry Schell.
Na partida, Moss foi para a frente, enquanto que Phil Hill consegue um arranque fabuloso, passando para a segunda posição no final da Curva Grande. E no final da volta, consegue ultrapassar Moss para chegar à liderança da corrida! Entretanto, mais atrás, o Ferrari de Von Trips choca com o BRM de Schell, que catapulta o Ferrari para o ar. Von Trips é projectado para fora e parte uma perna, enquanto que Schell sai ileso.
Entretanto, Hawthorn aproveita a boa forma dos Ferrari, e consegue passar os Vanwall de Moss e Brooks, para no final da quinta volta superar Phil Hill e ficar com a liderança. Pouco tempo depois, Hill tinha problemas com um dos pneus e ficava para trás. Moss e Hawthorn lutavam pela liderança, até à volta 17, altura em que a caixa de velocidades de Moss começa a falhar, e ele se vê obrigado a abandonar. Assim sendo, Hawthorn fica na liderança, sem ser incomodado.
Mais atrás, Tony Brooks recuperava tempo, depois de ter ido às boxes para verificar os niveis de óleo no seu carro. Era quarto, atrás de Hawthorn, Hill e o BRM de Jean Behra. Mas com o tempo, Hawthorn teve que ir às boxes para meter pneus novos, e pouco depois, passava Behra. Quando foi a vez de Phil Hill de meter pneus, Brooks já era segundo, e a aproximar-se rapidamente de Hawthorn.
A dez voltas do fim, ambos os carros estavam colados entre si. O inglês da Vanwall, cada vez mais rápido, aproveitou o cone de ar para passar o seu compatriota da Ferrari, e ficar definitivamente na liderança, alcançando no final a sua terceira vitória do ano, e dando à Vanwall o seu primeiro título de construtores. Hawthorn era segundo, mas como moss não tinha pontuado, este resultado era decisivo para as suas aspirações ao título mundial. Phil Hill era um credível terceiro, alcançando aqui o seu primeiro pódio da sua carreira.
No quarto lugar veio o Maserati 250F de Masten Gregory, mas a sua condução tinha sido partilhada por outro americano, chamado Carrol Shelby. Apesar do feito, nenhum deles podia ficar com os pontos, pois agora, se alguém partilhasse a condução, os pontos já não contavam para o campeonato... o último lugar pontuável foi para Roy Salvadori, que chegou... com oito voltas de atraso em relação ao vencedor. Outros tempos, sem dúvida...
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