Após o GP da Belgica, e de uma segunda vitória para Damon Hill, a Formula 1 rumava para Monza, palco do GP italiano, onde havia uma certa ansiedade por saber se era aqui que Alain Prost iria alcançar o seu quarto título mundial, e caso alcançasse, se diria que abandonaria ou não a competição de vez.
Para além disso, no paddock da Formula 1 corriam desde há algumas semanas vários rumores acerca da sorte de pilotos e equipas. Mas nesse fim de semana italiano, algumas iriam confirmar-se. A Lotus tinha arranjado motores Mugen-Honda para a temporada de 1994, enquanto que a Dallara e a Minardi iriam fundir-se, escolhendo cada um o seu piloto. A Dallara fornecia Michele Alboreto, enquanto que a Minardi ficava-se com Pierluigi Martini.
Na mesma Lotus, sem Zanardi, tinham de arranjar um substituto. E isso veio na figura de uma jovem estrela da Formula 3000, vindo de um país sem grande tradição automobilística: Portugal. Pedro Lamy iria alinhar ao lado de Johnny Herbert na lendaria equipa de Colin Chapman, no sentido de aprender a gatinhar na alta competição.
Enquanto isso, na McLaren, Ron Dennis decidira dispensar Michael Andretti e colocar a correr o seu piloto de testes, um tal de Mika Hakkinen. Mas também decidira fazer isso depois do fim de semana italiano. Para finalizar, a Jordan, agora sem Thierry Boutsen, que abandonara a competição, contratou para esta corrida o local Marco Apicella, que costumava correr na Formula 3000 europeia, sem grandes resultados.
Nos treinos, o melhor foi Alain Prost, com Damon Hill a seu lado. Na segunda fila ficaram o Ferrari de Jean Alesi e o McLaren de Ayrton Senna, enquanto que na terceira fila ficavam o Benetton-Ford de Michael Schumacher, seguido pelo segundo Ferrari de Gerhard Berger. A quarta fila tinha um surpreendente Johnny Herbert, no seu Lotus, e no oitavo lugar da grelha era ocupado pelo Footwork - Mugen Honda de Aguri Suzuki. Michael Andretti era nono, ao lado de Riccardo Patrese, no segundo Benetton. Quanto aos estreantes, Apicella era 23º, e Lamy era 26º e último da grelha.
Na partida, Prost sai na frente, seguido de Alesi, enquanto que Hill e Senna eram protagonistas de um incidente na primeira chicane, sem consequências para ambos, mas atrasam-se bastante, bem como Berger, que também bate em Hill. Contudo, mais atrás no pelotão, seis carros são eliminados ali: o Sauber de J.J. Letho, os Jordan de Apicella e Rubens Barrichello, e os Footwork de Suzuki e Derek Warwick.
Senna, Hill e Berger tentam recuperar o tempo perdido, mas com sortes diferentes. Na oitava volta, Senna tenta passar o Ligier-Renault de Martin Brundle, na segunda chicane, mas falha a travagem e ambos ficam de fora da corrida.
Aparte estes incidentes, Alain Prost estava tranquilo na frente, seguido por Alesi e Schumacher, enquanto que lá mais atrás, Hill fazia uma corrida de recuperação, e aos poucos, apanhava os da frente. Na volta 21, depois da desistência de Michael Schumacher, com um motor partido, era segundo.
Tudo indicava que seria uma dupla Williams, mas na volta 48, um golpe de teatro abala a corrida: o motor de Prost falha e tem que abandonar. Hill herda assim a sua terceira vitória consecutiva, com um avanço de quase 40 segundos sobre Jean Alesi e um surpreendente Michael Andretti, que faz aqui a sua melhor corrida do ano. A sua melhor... e última da sua curta carreira na Formula 1, pois Ron Dennis dispensa-o e coloca no activo o seu piloto de testes, Mika Hakkinen.
Os últimos metros ainda foram palco de um incidente tão inusitado como espectacular: o Minardi de Christian Fittipaldi toca no carro do seu companheiro Pierluigi Martini em plena recta da meta, dando um loop completo no ar, caindo bem no chão. Mesmo assim, Fittipaldi cortou a meta na oitava posição. Talvez um dos acidentes mais espectaculares da Formula 1...
Foi a última vez que Riccardo Patrese pontuou na Fórmula 1 com o 5º lugar (2 pontos) na prova.
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