Se procurarem por este nome nas estatísticas da Formula 1, não o encontrarão, pois ele nunca lá chegou. Mas eu o coloco aqui porque ele foi o primeiro rival de pista para um jovem brasileiro, então com 21 anos, que começava a sua carreira europeia na Formula Ford: Ayrton Senna.
Enrique "Quique" Mansilla, piloto argentino, depois de iniciar a carreira na sua terra natal, tinha vindo para a Inglaterra, com o apoio da Marlboro Argentina. Na Formula Ford, encontrou-se com Senna, e a sua rivalidade em pista, por vezes não terminava bem... em Mallory Park, um desentendimento em pista acabou com os dois da relva, e Senna partiu para a briga. A transcrição da "conversa" existe no Forum Atlas F1 Bulletin Board.
Quique Mansilla: Paráaa pibe, a mi no me toqués, brazuca cagón..!!, aprendé a perder, boludo!!
Ayrton: Yo te voy a romper la cara idiota., que mierda te crees???
Quique Mansilla: No me toques porque te rompo la cara., sacame las manos, ó...Enrique
Benamo: Paren carajo!!.., flaco vós tranquilo., paraaaaaá., soltalo, déjense de joderrr!!!!
Ralph Firman: Stop, stop., you both morons.., don't heard me????Enrique Benamo: Sergio, agarralo a este boludo.
Em 1982, Senna vai para a Formula Ford 2000, enquanto que Mansilla corre na Formula 3 britânica, a bordo de um dos carros da West Surrey Racing. É um dos candidatos ao título, mas... em Abril, o seu país invade as Falkland (Malvinas para os argentinos), e por uns meses, não participa no campeonato. No final desse ano, ainda consegue ser o terceiro classificado, e tem um teste de Formula 1, a bordo de um McLaren Cosworth, em conjunto com o irlandês Tommy Byrne e o inglês Dave Scott. Mansilla foi o mais lento dos três, a 3,5 segundos de Byrne, que nesse mesmo ano, tinha feito cinco corridas na Formula 1 ao serviço da Theodore Racing...
Em 1983, Senna está na Formula 3 britânica, batendo recordes atrás de recordes, e Mansilla está na Formula 2. Contudo, um acidente em Hockenheim, enquanto testava o seu carro, deixou-o quase cego de um olho, devido ao deslocamento de uma das retinas. No ano seguinte, rumou para os Estados Unidos, para correr na CART e na então Can-Am, e em 1985, dava por encerrada a sua carreira automobilistica.
O mais extraordinário vem depois: tornou-se prospector de ouro e diamantes! Partiu para Africa, mais concretamente a Libéria e a Serra Leoa, que nos anos 90 mergulharam em guerra civil, uma das mais crueis que aquele continente jamais assistiu (crianças-soldado, e pessoas com membros decepados...). Mansilla foi apanhado no meio do conflito, e foi preso durante cinco meses na Libéria, até que foi libertado graças aos seus contactos com o então presidente Charles Taylor. Depois ficou até ao inicio da década a trabalhar para Taylor, e agora voltou à sua Argentina natal, gozando uma vivência muito mais calma...
Esta extraordinária historieta, e muito mais, podem lê-la na F1 Nostalgia, o blog do "soviético" Rianov Albinov.
Dá um filme ou não dá?
ResponderEliminarAbraços!
Sem dúvida, Rianov. Sem dúvida...
ResponderEliminarFantástico!
ResponderEliminarQue história hein. Uma pena os acontecimentos q não permitiram q fosse mais longe em sua carreira.
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