quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Bolides Memoráveis - McLaren MP4/4 (1988)

A história da Formula 1 está cheia de exemplos de máquinas dominantes, que foram marcantes em todos os sentidos, deixando a concorrência a milhas de distância. Mas antes de 1988, o último carro que tinha dominado a formula 1 tinha sido o Lotus 79, quase uma década antes. E quando a formula 1 chega a uma altura em que se despedia dos motores Turbo, surge um dos carros mais dominadores que a Formula 1 jamais tinha visto, até então. Hoje, na semana em que se comemoram os vinte anos do primeiro título mundial de Ayrton Senna, falo do seu carro: o McLaren MP4/4.


No final de 1987, a McLaren estava no final de uma temporada desapontante, com um motor que já passava do seu prazo de validade, o TAG-Porsche. No final desse ano, Ron Dennis tinha assegurado a vinda de Ayrton Senna, para correr ao lado de Alain Prost, para a equipa, e com ele, os motores Honda Turbo, que vinham da Williams. Dennis também tinha trazido para a sua equipa Gordon Murray, vindo da Brabham, para substituir John Barnard, que tinha ido para a Ferrari.


Murray, que ainda estava de ressaca pelo fracasso do Brabham BT55 “Skate”, pretendia usar os conceitos aplicados nesse chassis para construir um novo. Em conjunto com Steve Nichols, projectaram um carro com um centro de gravidade baixo, deitando o motor e a caixa de velocidades. Só que desta vez, evitaram os erros anteriores, e fizeram um chassis em monobloco de fibra de carbono e kevlar, que fosse mais eficiente em termos aerodinâmicos. Para colaborar ainda mais para o sucesso, o motor Honda Turbo V6 era mais pequeno e tinha um centro de gravidade muito mais baixo do que o motor BMW Turbo, de quatro cilindros em linha. Este motor Honda debitava cerca de 700 cv (2,5 bar) às 13.800 rpm.


Durante a pré-temporada, a Honda, desenvolveu o seu motor, no sentido que fosse menos guloso em termos de gasolina, pois a FIA decidiu limitar o consumo dos motores Turbo a cerca de 150 litros por corrida, e numa altura em que os reabastecimentos eram proibidos, isso poderia levar a embaraçosas retiradas no final das corridas…


Os chassis ficaram prontos a poucas semanas do início do campeonato, e poucos testes foram feitos antes da primeira prova do campeonato, no circuito de Jacarépaguá, no Rio de Janeiro. Quando chegaram, existiam muitas dúvidas sobre como é que o carro se comportaria no fim-de-semana da corrida, Mas SEnna fez logo a “pole-position”, e Alain Prost foi o vencedor, conseguindo-o sem grande dificuldade. E nas corridas seguintes, a luta pela liderança não era mais do que uma batalha pessoal entre ambos os pilotos, vendo qual dos dois levava a melhor, enquanto que a concorrência não podia esperar mais do que um azar entre eles, para poder ter uma chance de vitória…


E foi somente um acidente na última volta do Grande Premio de Itália, em Monza, que impediu o pleno da McLaren nessa temporada, pois ao longo do ano, eles lideraram 1003 das 1031 voltas de todos os Grandes Prémios de 1988, numa cifra total de 97,28%. Nem antes, nem depois, um carro de Formula 1 tinha alcançado tamanha superioridade.


Ficha Técnica:

Chassis: McLaren MP4/4
Projectista: Gordon Murray e Steve Nichols
Motor: Honda Turbo 1.5 litros V6, a 80 graus
Pilotos: Ayrton Senna e Alain Prost
Corridas: 16
Vitórias: 15 (Senna 8 , Prost 7)
Pole-Positions: 15 (Senna 13, Prost 2)
Voltas Mais Rápidas: 10 (Prost 7, Senna 3)
Pontos: 199 (Prost 105, Senna 94)
Titulos: Campeonato do Mundo de Condutores (Ayrton Senna) e Construtores, em 1988.


Fontes:

http://en.wikipedia.org/wiki/McLaren_MP4/4
http://4rodinhas.blogspot.com/2007/12/mclaren-mp4-4-alain-prost-1988.html

3 comentários:

  1. Em 1988 a coisa toda se resumiu aos McLaren. O MP4/4 é um projeto que faz inveja até mesmo aos gloriosos F-2002 e F-2004 da Ferrari.

    ResponderEliminar
  2. Esse McLaren foi massacrador...

    Abraço
    José

    ResponderEliminar
  3. O carro mais poderoso da F1 em todos os tempos, sem dúvida. Bonito, potente e guiado por dois mestres da pilotagem: o saudoso Ayrton Senna e o mestre Alain Prost.

    ResponderEliminar

Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...