segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O estado de choque da Ferrari

"Os 30 Segundos que abalaram Interlagos", nas palavras de Daniel Medici, foram particularmente cruéis para a Ferrari. A reacção dos responsáveis da marca de Maranello representa isso mesmo, apesar de elogiarem Felipe Massa pela sua postura e pela sua condução, e de não voltarem a casa com as mãos a abanar, pois conquistaram o Mundial de Construtores pela 16ª vez na sua história.


"Claro, estamos desapontados por que o Felipe não conseguiu realizar o seu sonho, em especial da maneira como a corrida decorreu", ressalvando, contudo, que estes dias "são importantes". "O Felipe cresceu muito, ano após ano, demonstrando o seu talento e personalidade, respondendo às críticas com a sua condução e com a sua mente. Ele teve uma época fantástica e teria merecido o título. Mas o desporto é assim. Pode ser cruel", observou Stefano Domenicali, o director da equipa. Ele soube ter "fair-play" e deu os parabéns a Lewis Hamilton. "No ano passado, vencemos por um ponto e este ano perdemos por um. Queria congratular o Hamilton, o novo campeão", concluiu.



Michael Schumacher, o alemão sete vezes campeão do Mundo, e que está no Algarve a testar algumas motos da categoria Superbike no novo Autódromo de Portimão, confessou também o seu choque pela decisão do título mundial de ontem à tarde, no circuito de Interlagos: "Nunca tinha vivido uma coisa assim, nem como piloto nem como espectador. Tudo o que posso dizer é que foi o destino", afirmou o ex-piloto alemão no seu sitio oficial.


Ele também apreoveitou para dar os parabéns ao novo campeão do Mundo e apoiar o seu amigo Massa nesta situação difícil. "Parabéns ao Lewis Hamilton, mas tenho que enviar um cumprimento especial ao Felipe Massa e aos nossos rapazes no Brasil. Ele pode sair de cabeça erguida com esta prestação porque com este feito estou certo de que ele convenceu os últimos cépticos. Ele voltará à luta no próximo ano", garantiu Schumacher.


Apesar destas reacções, e do sentimento do "dever cumprido", tem-se a sensação de que a culpa da perda deste título mundial é deles. Cometeram erros crassos, do qual a "saída à Albers" em Singapura é o seu ponto alto (Massa só é culpado na Malásia e em Inglaterra), erros esses que foram bem aproveitados pela McLaren e por Lewis Hamilton. Este ano, o "Errare" superou a "Ferrari". Não digo que corrijam todos os erros no próximo ano, mas provavelmente a pressão para um novo título de pilotos tende a ser maior, pois a marca de Maranello, a "alma da Formula 1", tem que mostrar que sobrevive a Michael Schumacher...

3 comentários:

  1. A Ferrari reagiu com desportivismo à conquista do título pelo piloto que menos errou e que menos problemas teve no seu carro. Mesmo se não foi o que ganhou mais corridas, não deixa de ser o que foi menos mau ao longo da temporada. Para o ano volto a apostar no Kimi.

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  2. Obrigado pela citação, meu caro. A paráfrase de John Reed me pareceu bastante apropriada, embora, no caso de Reed, os vermelhos tenham vencido no final...

    Da Ferrari de Schumacher, saíram Todt, Brawn, Byrne, é importante notar. Mas ainda é uma equipe de ponta e de recursos, e que ganharam mais uma vez o título de construtores. Ter perdido um título dessa forma é traumático, com certeza, mas é possível fazer muitas sessões de terapia em cinco meses.

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  3. Tomara que este tombo sirva para os dirigentes esportivos da Ferrari aprendam.
    Valeu Speeder.

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Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...