O modelo do qual vos vou falar hoje trata-se do primeiro carro a ser desenhado após a era de Jackie Stewart. Retirado no final de 1973, após a morte do seu companheiro Francois Cevért, a Tyrrell tinha que achar dois pilotos jovens e competentes para manter a competitividade alcançada antes, e ajudar a desenvolver o novo modelo da Tyrrell, o 007, pois o 006 já tinha mais de um ano de existência.
Desenhado por Derek Gardener, o carro era completamente diferente do modelo anterior. tinha um bico mais fino à frente, inspirado no Lotus 72 e no McLaren M23, e uma nova entrada de ar, mais fina que a que estava montada no modelo 006. Tinha incluido o habitual motor Ford Cosworth DFV V8, ajudado com uma caixa da Hewland de cinco velocidades, manual. Em suma, não era um carro revolucionário, antes mais convencional, tentando aproveitar o sucesso dos outros modelos para conseguir algum proveito. Só que Tyrrell escolheu dois jovens e promissores pilotos, mas com pouca experiência: o sul-africano Jody Scheckter e o francês Patrick Depailler.
O carro teve a sua estreia no GP de Espanha, a 28 de Abril, a quarta prova do campeonato. O primeiro exemplar foi para o sul-africano, que terminou a corrida no quinto lugar, marcando os seus primeiros pontos da carreira. Seguiu-se um terceiro lugar em Zolder, um segundo no Mónaco, e a vitória a sua primeira vitória, no circuito sueco de Anderstorp, num fim de semana dominado por eles, pois o seu companheiro Depailler tinha feito a "pole-position" e a volta mais rápida. Scheckter ganhou de novo em Brands Hatch, e começou a ter boas chances de alcançar o título mundial. Mas duas desistências nas corridas americanas o colocaram fora da luta, acabando porém, no terceiro lugar da classificação geral.
Em 1975, continuaram a usar o carro durante toda a temporada. O inicio até foi bom, com Scheckter a conseguir vencer em casa, na Africa do Sul, mas as prestações do carro ao longo dessa temporada foram irregulares, fazendo com que o sul-africano conseguisse apenas mais dois pódios, e Depailler mais um, em Kyalami. No final dessa temporada, a marca tinha conseguido apenas 25 pontos, pouco menos de metade dos alcançados no ano anterior. Vendo isto, Tyrrell e Gardner tinham que reagir, e foi aí que surgiu a oportunidade de tentar regressar à luta pelo título da forma mais original possivel: um carro com seis rodas.
Entretanto, o carro foi usado por outros pilotos, quer quando a Tyrrell permitia um terceiro carro, para jovems pilotos terem a sua estreia na Formula 1, quaer quando um dos chassis era vendido a privados. No primeiro caso, isso aconteceu em 1975, e permitiu a Jean-Pierre Jabouille e a Marcel Leclère estrearem-se na Formula 1 (Jabouille tinha tido duas tentativas no ano anterior, mas não conseguiu qualificar-se).
No segundo caso, desde os sul-africanos da Lexington Racing, cujo carro foi tripulado por Ian Scheckter (sim, o irmão!), até à Scuderia Gulf Rondini, cujo carro foi guiado pelo italiano Alessandro Pesenti-Rossi. O austriaco Otto Stupacher correu também num Tyrrell 007, e inscrito sob o nome do Automóvel Clube Austriaco, onde em três tentativas, não conseguiu qualificar-se em nenhuma. No GP do Japão de 1976, o piloto local Kazuyoshi Hoshino pilotou esse mesmo modelo no torrencial GP do Japão, em Fuji, onde não passou da volta 27, devido a um furo. No ano seguinte, a mesma coisa foi tentada por outro local, Kunimitsu Takahashi, e teve melhor sorte, pois terminou na nona posição, a duas voltas do vencedor.
Chassis: Tyrrell 007
Projectista: Derek Gardner
Motor: Cosworth DFV V8 de 3 Litros
Pilotos: Jody Scheckter, Patrick Depailler, Jean-Pierre Jabouille, Marcel Leclère, Alessandro Pesenti-Rossi, Ian Scheckter, Otto Stupacher, Kazuyoshi Hoshino e Kunumisu Takahashi.
Corridas: 38
Vitórias: 3 (Scheckter 3)
Pole-Positions: 1 (Depailler 1)
Voltas Mais Rápidas: 4 (Scheckter 2, Depailler 2)
Pontos: 102 (Scheckter 70, Depailler 32)
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