Conhecem José Mojica Marins? Não? É o verdadeiro nome do Zé do Caixão, um verdadeiro mestre do cinema de Terror brasileiro nos anos 60 e 70, combinando o terror e a luxúria (mulheres bonitas, entenda-se). Um dos seus primeiros filmes, "À Meia-Noite Levarei a Sua Alma", de 1963, é hoje em dia um clássico, mas na altura escandalizou muita gente...
Este historieta de hoje serve para apresentar ao resto do blogosfera o Almanaque da Formula 1, do jornalista Alexandre Carvalho, que começou as suas actividades no inicio do ano. Pois bem, no inicio de 1994, havia um jornal chamado Noticias Populares, que convidava personagens estranhas para o Paddock da Formula 1. Tinham feito uma experiência semelhante em 1992 com João Gordo do grupo musical "Ratos do Porão", então repetiram a façanha dois anos depois, com o Zé do Caixão. No seu primeiro texto para o jornal, escreveu o seguinte:
"O piloto em cada prova vive a emoção do último minuto de vida. Sua fama é merecida, não impora se é o primeiro ou o último. Todos têm um coração pulsando e uma pessoa esperando por eles. O manto da morte é igual para todos."
No fim de semana da corrida, a sua presença fez-se notar no "paddock", tentando contactar-se com os pilotos. Rubens Barrichello assustou-se, Ayrton Senna não o viu, não porque o quisesse ver, mas porque foi impedido por... Paulo Maluf, o então perfeito de São Paulo. Isso é que é, politico a fazer de segurança, ainda por cima, esse politico!
No dia seguinte, a sua credencial foi anulada pela organização, mas o melhor tinha sido guardado para o fim: ele apareceu na boxe da novata Simtek, onde foi bem recebido pelo "staff", e... abençoou o carro de Roland Ratzenberger! O momento foi imortalizado em foto, que tinha a seguinte legenda:
"O Zé do Caixão deu a maior força pra Simtek, a pior equipe da Fórmula-1. Nosso enviado especial exorcizou a carroça da equipe e encheu de poder os pilotos Roland Ratzenberger e David Brabham com a força das trevas. O pessoal da Simtek adorou o Zé. Os carros da equipe são pretos e roxos, as cores preferidas do Zé, e ele acha que a Simtek pode surpreender. 'Eu tirei todas as forças negativas do carro e, com essas cores, eles têm boas chances.'"
Cómico... se não fosse trágico. Primeiro que tudo, Ratzenberger não conseguiu a qualificação em Interlagos, ficando na 27ª posição da grelha (o primeiro dos não-qualificados), e um mês e três dias depois, o simpático piloto austriaco encontrava a morte no horroroso fim de semana de Imola.
Oi, Speeder!
ResponderEliminarObrigado pelo apoio com a divulgação do "Almanaque" por meio da divulgação de mais uma historieta. Ainda mais essa história bizarra, cômica e coincidentemente trágica, que pouca gente conhecia.
Mas vale uma pequena correção: o primeiro nome dele é José, e não Manuel. :-)
Abraço!
Esse Zé do Caixão é uma figura mesmo. Não conhecia esta história dele fazendo uma participação na Fórmula 1.
ResponderEliminarLeandro Montianele
nuss... q horror...
ResponderEliminaresse noticias populares ah... dizem por aqui q se vc pegasse esse jornal e espremesse saia sangue de tão sensacionalista que era...
nas suas palavras: "cômico... se ñ fosse trágico"
Nossa, de arrepiar essa história. Speeder, depois dá uma lida no texto que publiquei no sábado. Vc gostará com certeza,,,
ResponderEliminarClaro que foi apenas coincidência, já que o carro da Simtek era o mais frágil da temporada.Pena um piloto tão carismático ter perdido a vida tão estupidamente.
ResponderEliminarIncrível...
ResponderEliminarAssustador mesmo.
Grande historieta. Parabéns ao autor dela.