Apesar da hora marcada, estou a escrever o texto algumas horas mais tarde, pois foi a hora que descobri o texto que o Ivan Capelli escreveu, logo, a minha mente resolveu abrir o texto para, depois de uma noite de sono, poder reflectir nisso.
Aparentemente, ao mesmo tempo que existem potenciais comparadores para o que resta da Honda, existem também em Fóruns de discussão na Net a questão de, caso seja comprada, não poderia retomar um dos nomes que a estrutura já teve: a Tyrrell.
Como sabem, a equipa fundada no final de 1968, e que começou a correr com chassis próprio no final de 1970, conheceu o sucesso nos tempos de Jackie Stewart, entre 1971 e 1973, altura em que ganhou dois títulos de pilotos e um de construtores. Após a saída do escocês (e a trágica morte do seu companheiro de equipa, Francois Cevért), a Tyrrell continuou a ganhar corridas, mas nunca foi um contendor sério para o título mundial, apesar de terem passado por lá nomes como Jody Scheckter, Patrick Depailler, Ronnie Peterson, Didier Pironi, Michele Alboreto, Martin Brundle, Eddie Cheever, Stefan Bellof, Jean Alesi, Andrea de Cesaris, Satoru Nakajima, Mika Salo, Ukyo Katayama, Mark Blundell e Jos Verstappen, entre outros.
No final de 1998, Ken Tyrrell, velho e doente, vendeu a equipa para a BAT (British American Tobacco), para daí fundar a BAR, com Jacques Villeneuve ao comando. Prometia muito mas foi um flop, conseguindo... zero pontos em 1999! O resto da história sabem mais ou menos bem.
Hoje, com a retirada de cena da Honda, fala-se que há mais de uma dezena de potenciais investidores para a compra das instalações e dos chassis. Nomes como Carlos Slim, Tony Teixeira (dono da A1GP) e até... Nick Fry, numa complicada operação de engenharia financeira chamada "management buyout", com investidores árabes. Cada um tem as suas ideias, e caso um deles faça a compra, tem um obstáculo livre: não tem de pagar um extra para o nome, pois as restantes equipas, alinhadas na FOTA (Formula One Teams Association) concordaram com a mudança de nome.
Qual é a vantagem do regresso de um nome do passado? Há o óbvio: atrairia simpatia e publicidade para o novo projecto, quem sabe, novos investidores e fãs para a Formula 1. Uma mina de ouro! O Capelli defende essa tese num extrato do seu post: "Pode ser uma oportunidade para gerar midia espontânea, empatia com torcedores, honrar e homenagear o passado da categoria num momento de crise aguda. Imagino o arrepio entre os torcedores mais antigos ao verem um carro azul marinho rasgando as retas de Silverstone". Quanto aos direitos de uso, devem pertencer ao filho do "Tio" Ken, já que ele próprio não está mais entre nós (partiu para o Grande Autódromo do Céu em 2001). Podem nem valer muito, mas acho que o filho quereria uma boa maquia pelo uso do nome...
Se me perguntarem pessoalmente: "Gostaria do regresso de um nome do passado?", a minha resposta seria positiva. Mas o meu lado pragmático tem sérias dúvidas. Um exemplo: imaginem que a estrutura de Brackley era comprada pelo Tony Teixeira, o dono da A1GP. Achariam que ele iria colocar o nome da Tyrrell nos seus chassis? Ou quereria promover a sua categoria, com os melhores nomes provenientes da A1GP, com motor Ferrari? Acho que a segunda hipótese seria mais provavel...
Talvez veria isso se a estrutura fosse comprada por David Richards, mas esse já renunciou à compra. Nick Fry e Ross Brawn, com os árabes como "silent partners"? Talvez fosse possivel, talvez... mas acho que veria mais facilmente o regresso do nome Lotus, ou a Brabham, à Formula 1 do que a Tyrrell.
Mas há algo que fica implicito: por muito fã que seja dos nomes do passado, e sabendo bem as vantagens do regresso de nomes do passado (ontem falei da BRM), sou céptico acerca dessa hipótese. Esta Formula 1 apaga muito rapidamente os nomes do passado, e só respeita os que ainda estão no meio, como a McLaren e a Ferrari. E só a Ferrari (apesar da tal sondagem dizer o contrário) é que tem uma verdadeira claque de apoio nos circuitos... Claro, há excepções: a BMW, quando comprou a Sauber, manteve-o oficialmente, pois a equipa se chama de BMW Sauber. E o próprio Peter Sauber, já reformado, aparece nas boxes da marca alemã, ora para aconselhar Mario "Ned Flanders" Thiessen, ora para matar saudades.
Em jeito de conclusão: a ideia deixa-me dividido. O meu coração diz que sim, a minha mente e a minha experiência afirmam que não acreditam muito nisso... E vocês?
Hermosa rememoración del equipo con que me aficioné a la F1. Ken Tyrrell, un gran tipo ;)
ResponderEliminarUn abrazo
Jose
Grande Speeder,
ResponderEliminarSinceramente gostaria do renascimento ao menos no nome dessa equipe simpática que foi a Tyrrell.
ah propósito,já faz muito tempo que deveria ter adicionado seu blog aos favoritos,está feito desse modo passo por aqui com mais frequencia.
grande abraço