segunda-feira, 30 de março de 2009

Formula 1 - Ronda 1, Austrália (Revista da Blogosfera)

O GP da Austrália de 2009 era o inicio de uma nova Formula 1, nem que fosse devido às novas regras em relação ao design dos carros, à introdução de novos dispositivos como o KERS, ou então o regresso dos "slicks" sem rasgos. Mas o dia 29 de Março de 2009 vai ficar na história da Formula 1 devido a Ross Brawn, Jenson Button e Rubens Barrichello: a Brawn GP tornou-se na primeira equipa em 55 anos a conseguir uma dobradinha na sua primeira corrida oficial (a unica até agora tinha sido a Mercedes, com Juan Manuel Fangio e Karl Kling, no GP de França de 1954) e a conseguir uma vitória em 32 anos, desde Jody Scheckter no GP da Argentina de 1977.
Eis algumas das declarações que se podem ver na blogosfera em português (com uma excepção espanhola) acerca deste dia histórico para a Formula 1:


E não era blefe. A Brawn dominou o GP da Austrália, algo que ninguém poderia imaginar há menos de um mês.

Fico contente pela equipe, mas principalmente por
este molequinho, que - como pode ser visto aqui, aqui e aqui - simpatizou com a Brawn desde o começo. E vibrou com a corrida de ontem. Passou até a gostar de Rubens Barrichello, para quem nunca havia torcido. Uma corrida marcante, da qual o guri certamente vai se lembrar para sempre.

"Nova Fórmula 1"? Infelizmente, não. A punição a Sebastian Vettel (US$ 50 mil de multa e perda de dez posições no grid de largada do GP da Malásia, no próximo domingo) mostra que a mentalidade dos comissários desportivos continua a mesma: piloto não pode disputar posição, não pode tentar evitar uma ultrapassagem, não pode ser arrojado. Ridículo
.

Luiz Alberto Pandini, Pandini GP


As histórias fabulosas sobre o cálice sagrado diziam que quem dele bebesse rejuvesneceria de imediato. Na F1 esta imagem do Santo Graal encaixa que nem uma luva ao Ross Brawn, responsável máximo pela maior ressurreição da história do desporto automóvel.

As emocionantes imagens do Button a sair do carro aos pulos para se dirigir de imediato ao Barrichelo para se abraçarem de alegria, dizem muito do estado de espírito destes dois pilotos, que foram lentamente enterrados vivos nestes últimos dois anos de inferno japonês "made by Honda" e que em pouco mais de um mês se viram renascidos pelo Ross Brawn, ao ponto de terem feito a dobradinha no GP de estreia. É raro ver uma imagem de tanta união e sintonia como se viu hoje entre a equipa da Brawn GP.

A figura da corrida é sem dúvida Brawn GP, pois colocou o melhor carro em prova e geriu a corrida de forma imaculada. Dos seus pilotos pode-se dizer que o Button esteve imperial não errando em nada e que o Barrichelo foi guerreiro, mesmo se teve uma ponta de sorte ao conseguir o segundo lugar teve também muito de mérito, pois o brasileiro, após o erro da partida, fez uma corridaça.

Se não fosse a Brawn o protagonista da equipa seria o Hamilton, que partindo do fim da grelha galgou lugares até à terceira posição, numa exibição agressiva, como habitual no campeão do mundo, mas sem qualquer erro, o que já não é tão habitual. Para além do show de condução ainda mostrou a toda a gente que o KERS funciona e que faz diferença, principalmente nas ultrapassagens.

Em oposição esteve a Ferrari, que voltou a envergonhar qualquer tiffosi que se preze desse nome. Triste, paupérrima, patética, tudo adjectivos que serviam bem à equipa italiana, que não só viu o Massa abandonar com problemas no carro, como ainda teve o Raikkonen de encontro a um muro quando seguia sózinho, sem qualquer pressão de adversários. Absolutamente vergonhoso.

Realce para a FIA que mesmo sem saber parece que conseguiu criar as condições para voltarmos a ter corridas bem renhidas. Ultrapassagens não faltaram e até os pneus macios da Bridgestone (feitos de borracha de apagar lápis) que só duravam até saírem da linha de boxes, ajudaram à festa.

Referência final para o Japão onde pelos lados da Honda se devem estar a afiar as Katanas de Samurai para fazer alguns sacrifícios na reunião de direcção de amanhã.


Treino é treino e jogo é jogo. A velha máxima do futebol foi inapelavelmente trucidada no GP da Austrália de 2009.


Ross Brawn e sua equipe dominaram todo o fim de semana na terra dos coalas. Treinos e corrida.Ganhamos nesta prova um capitulo novinho da história sendo escrito na tela de nossas TV´s. Dobradinha na largada e dobradinha -ainda que daquele jeito- no pódio de uma equipe estreante.


Assim como foi bonito ver a primeira vitória de Kubica e de Vettel ano passado, também foi emocionante ver a festa de Ross com seus pilotos após a prova. É impossível não gostar dele. Seu comprometimento com a F1 é algo raro. Tomara que continue bem e com fundos para o resto do ano. Porém espero que as outras equipes todas melhorem. Para o bem da nossa diversão.


O fato é que definitivamente parece ter embaralhado tudo de verdade.


A antiga ordem estabelecida foi por água abaixo e se os antigos senhores dos grids quiserem fazer algo para voltarem apenas a serem competitivos – e não mais superiores – terão de remar muito, trabalhar para caramba e, claro, contar com a sorte que teve a Brawn. Que tirou um carro das telas do computador sem um teste sequer e funcionou como se a maquina tivesse sido testada a exaustão. Normal isto, não? (...)


Ron Groo, Blig Groo


Foi um pódio de desacreditados. Trulli, porque ninguém acreditava que um bom resultado seria possível saindo da última fila. Barrichello desfrutava de uma dupla desforra: por pensarem que a carreira dele havia terminado e por pensarem que a corrida dele terminaria na primeira curva após a largada. Button era o símbolo do triunfo da Brawn GP, aquela equipe pobre, surgida do espólio de uma equipe horrível.

(Mais tarde foi decidido que a desforra de Trulli caberia a Hamilton, vá lá, esse é outro que está desacreditado na temporada. O italiano teria feito uma ultrapassagem em bandeira amarela- ok Race Control, vou fingir que não estou questionando dessa vez.)

Impossível não sentir apreço por essa equipe que não pode mais ser chamada de ex-Honda, assim como foi impossível não reparar em como Button cumprimentou Barrichello após a prova. Ou como os dois conversavam paralelamente durante a entrevista coletiva. Nota-se que são cúmplices no resultado, que correm como equipe.

No mais, além de uma desforra, o que foi o GP da Austrália? Foi a prova de que o pacote aerodinâmico funciona. Os carros ultrapassam com mais facilidade, algo tão estranho à Fórmula 1 que por mais de um momento parecia uma corrida de kart.

Se as ultrapassagens voltaram a ser viáveis, a categoria também perdeu um pouco daquele ar racionalista, de jogo de xadrez, e se partiu para o corpo-a-corpo. Que o diga Kubica, com pneus duros, versus Vettel, com pneus de classificação que resolveram chamar de "moles".E após todos os cálculos, todas as estratégias de pit stop, os dois se encontraram na pista. E a Fórmula 1 voltou a ser o que era. Pois somos todos acidentes, esperando para acontecer. (...)



(...)

Primeira etapa do ano.

Não sei se foi o longo jejum, mas pareceu mais emcocionante que o de costume. E, acho que preciso de mais umas tres ou quatro dobradinhas da Brawn para acreditar que isso realmente está contecendo.

A pré-temporada prometia uma primeira corrida espetacular.

E essa primeira corrida promete um campeonato digno dos Deuses.~

Que venham os Heróis, Quimeras e Sátiros.

Seremos coroados com a glória de mais 16 tarefas como esta.

Que comecem os trabalhos, e ao que parece o Olimpo nunca mais será o mesmo.

Ingryd Lamas, ding!

Ainda que muita gente esperasse um resultado como esse, acredito que ninguém imaginava o que se viu na madrugada de hoje, com a Brawn GP praticamente fazendo o que quis na pista. Apesar da largada ruim de Rubens Barrichello, o domínio da equipe foi evidente, com Jenson Button dominando a prova do início ao fim, eliminando assim qualquer dúvida que se tenha sobre o potencial do time inglês. Repetindo o que escrevi aqui ontem, a Brawn GP chegou para incomodar. E continuará a fazê-lo se algumas das equipes rivais não tomarem providências o quanto antes.


Entre elas destaco a Ferrari, que sofreu o quanto pôde com o desgaste excessivo dos pneus macios, levando Felipe Massa a apresentar uma atuação medíocre e bem abaixo de seu potencial, abandonando em seguida. Kimi Räikkönen fechou o péssimo fim de semana para o time italiano da pior forma possível: beijando o muro do circuito de Albert Park. Sai prejudicada com nenhum ponto na tabela.


Lewis Hamilton, com uma aparente sobrevida depois de ter largado na 16ª posição, teve seus méritos por não desistir da briga e fazer uma série de ultrapassagens sobre os demais, como de costume. Com a punição de Jarno Trulli, terceiro colocado na prova, Hamilton sai de Melbourne no lucro, com seis pontos na classificação geral, contrariando todas as previsões.


O que vimos durante esta madrugada foi um claro sinal de que, se o desempenho que as equipes mostraram em Melbourne se repetir em outras etapas, teremos certamente um dos campeonatos mais inesquecíveis dos quase 60 anos de história da Fórmula-1. A fantástica dobradinha da Brawn GP, que desde os testes de inverno vem conquistando uma considerável quantidade de fãs, representa um daqueles momentos mágicos que adoramos guardar na memória para contar aos netos daqui a alguns anos.Esta corrida, sem dúvida alguma, é para nunca mais esquecer.


Alexandre Carvalho, Almanaque da Formula 1


Me ha gustado… Me ha gustado para ser Australia, quiero decir, porque cada año que pasa Melbourne se parece más a una lotería. Y me ha gustado por Jenson y por Ross; porque desde 1977 no se veía que una escudería nueva le metiera un paquete de órdago a lo más granado de la parrilla en la primera prueba del calendario (Wolf, en Argentina); y porque el señor Fukui habrá descubierto de una puñetera vez que metió la pata a finales de noviembre cerrando Honda.


Bonita, con todos los ingredientes y sobresaltos, Melbourne me ha encantado a pesar de que el ornitorrinco no ha sido profeta en su tierra como ya aventuraban algunos de los lectores de este blog, y aunque el 5º puesto final logrado por el Nano sabe a gloria después del triste fin de semana y la cochambrosa disciplina de carrera impuesta por Renault (al diablo se le ocurre meter a boxes y a la vez, a Piquet y a Alonso)…


Me quedo con Vettel por soberbio, con Kubica por peleón, y con Rosberg por no ceder al desaliento. Con Nelson, que ha estado a la altura de las circunstancias hasta que ha dejado de estarlo; y con Lewis, que como se muestre igual de atemperado y consistente que hoy, puede suponer un auténtico peligro durante lo que queda de año.


En el lado negativo, pongo a la dirección de carrera que ha tardado dos vueltas completas en sacar el Safety Car tras el accidente de Nakajima, y que ha deslucido el final de carrera volviéndolo a sacar cuando no hacía puñetera falta.


Os leo, que voy a ver si consigo encalomar a algún incauto el KERS que me había comprado.

Orroe, N U R B U R G R I N G


(...)

O circo ruma à Sepang, onde a Ferrari acredita que poderá superar os concorrentes, com exceção da Brawn. A escuderia italiana teve um péssimo começo e não cansou de comentar que a peculiar pista de Albert Park lhe desfavorece.

Se de fato teremos uma mudança nas forças até a próxima corrida, somente iremos descobrir dentro de uma semana. Sebastian Vettel chega na Malásia ciente de que perderá dez posições no grid devido ao desastre na Austrália. A Brawn dispara como favorita. Williams e Toyota demonstraram motivos para manterem-se otimistas neste princípio de temporada. McLaren e Renault pontuaram bem mas não convenceram.

Esses e outros fatores indicam que a Fórmula 1 se tornou um esporte altamente imprevisível e tem tudo para construir um campeonato sem igual. O pacote de mudanças surtiu um bom efeito, ainda assim não custa esperar uma prova tradicionalmente mais monótona, como a de Sepang, para ratificar essa conclusão.

Felipe Maciel, Blog F-1.

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