Esta, decerto, alguns deverão saber. E se houver algo mais, por favor, digam. Mas quem conta isto é o próprio empregado, portanto...
Estamos no inicio de 1980. A Fittipaldi compra os restos da Wolf (consta-se que por 700 mil dólares), e com ele, um conjunto de boas cabeças, como Harvey Postlethwaithe, e o piloto da marca, o finlandês Keke Rosberg. A Copersucar sai e eles arranjam o patrocicio da cerveja Skol. E na primaira prova do ano, Rosberg consegue um pódio, ao acabar a corrida na terceira posição. Era o segundo pódio da história da marca, o que lhes dava boas perspectivas para a próxima prova do campeonato, no circuito de Interlagos.
Durante a corrida, Rosberg, nitidamente mais rápido (devido a situação de duplo vácuo, como explica mais em baixo o Pandini), passa Emerson Fittipaldi numa das principais zonas do circuito, o que enraiveceu o brasileiro. Depois da corrida, o finlandês foi convocado para uma reunião de emergência para discutir a manobra. Emerson acusa Rosberg de o ter humilhado à frente do seu próprio público, e tinha vontade de o despedir, quando foi salvo por... Wilson Fittipaldi, o seu irmão.
Eis o relato dessa reunião: "Quando o Emerson começou a acusar-me, o Wilson disse que tinha visto as imagens e que ele devia calar-se! Começou então uma enorme discussão em português entre os dois, mas o Wilson defendeu-me e fiquei com o lugar até ao final do ano!"
De facto, apesar de Emerson ter conseguido mais um pódio em Long Beach, e um sexto lugar no Mónaco, Rosberg foi melhor do que o brasileiro, com mais um quinto lugar em Imola, e a ser bem mais rápido do que o "patrão". Isso levou a que no final do ano tenha decidido retirar-se da Formula 1 com 33 anos de idade, e após onze temporadas na competição, para cuidar da equipa, juntamente com o irmão Wilson.
Speeder, só uma correção: a manobra aconteceu na corrida e não nos treinos. E foi mostrada pela TV... Aconteceu no antigo Retão de Interlagos (onde não havia "tribunas" propriamente ditas, mas uma grande quantidade de pessoas que assistiam à prova acampadas nos barrancos). E o que aconteceu foi o seguinte: entraram no retão John Watson, Emerson e Rosberg, juntos. Até ali, Rosberg seguia obedientemente ao patrão, sem fazer qualquer menção de ultrapassagem.
ResponderEliminarSó que Rosberg estava no vácuo de Emerson, e este entrou no vácuo de Watson... Ou seja, o finlandês se viu em um duplo vácuo. Quando Emerson fez a ultrapassagem sobre Watson, Rosberg aproveitou o embalo, pois estava muito mais rápido que os dois da frente. E ultrapassou Emerson também, por dentro, na freada da curva 3.
O mais lógico é que, com ambos andando juntos, houvesse uma ajuda de equipe para se aproximarem de quem estivesse à frente. Só que Emerson não conseguiu acompanhar o ritmo de Rosberg. E sua corrida ficou definitivamente comprometida quando o carro começou a apresentar problemas que obrigaram Emerson a parar no box.
Nessa história, o que eu não sabia era da defesa de Rosberg feita por Wilsinho. Quem viu afirma que Emerson estava realmente irado na discussão pós-corrida. Para os jornalistas brasileiros, ele repetiu várias vezes: "Ele deve estar daltônico. Me passou como se nossos carros fossem de cores e equipes diferentes". Mais tarde, já em casa, mais calmo e conversando com um jornalista amigo, Emerson admitiu que as preocupações com a equipe estavam desviando sua atenção daquela que deveria ser sua única função: pilotar.
Gracias por este gran artículo sobre la historia de este gran deporte.Siempre esta bien recordar los viejos tiempos.Un saludo
ResponderEliminarO Emerson deve ter se tocado mais tarde que Rosberg era um jovem inspirado. Em toda a temporada de 80, Rosberg só não largou na frente do 'chefe' em apenas 3 GPS.
ResponderEliminarCuriosamente, justamente os 3 GPs em que ele não obteve tempo para se classificar (o que leva à hipótese de que a equipe dava o equipamento mais confiável a Emerson).
Beleza Speeder!
ResponderEliminarMuito legal essa história. Òtimo comentário do Pandini também.
E não se esqueça que o Rosberg já tinha aprontado com o Emerson em 78, quando que, de Theodore (!) venceu Emerson no International Trophy por pouco mais de 1 segundo.
Foi a 1ª vitória com um F1 de Rosberg, que, ná época, disputava apenas seu segundo GP.
Abraços Speeder!
Rianov