Sem Formula 1 para nos entreter no fim-de-semana, tivemos outras competições para ver. WTCC, A1GP, Formula Renault… enfim, como não comemos sempre carne, um pouco de peixe não faz mal nenhum, não é? Até é saudável para o nosso corpo. Mas o facto de não termos tido competição não implica que esta tenha ficado esquecida. Muito pelo contrário. Nunca os bastidores estiveram tão escaldantes como agora…
A1GP: Esteve perto, mas…
O último fim-de-semana da A1GP 2008/09, que ocorreu em Brands Hatch tinha três concorrentes em disputa, mas a Irlanda tinha a mó de cima, pois era o que liderava na tabela de pontuação. Suiça e Portugal espreitavam por uma oportunidade, mas nestas duas corridas de fim-de-semana, Adam Carrol não deu qualquer hipótese a ninguém: fez a pole-position e venceu em ambas as corridas, decidindo ali mesmo a questão do título. Filipe Albuquerque foi quinto em ambas as corridas, e ficou com o terceiro lugar final. De facto, as hipóteses eram remotas, e mesmo em caso de igualdade, tinha desvantagem em termos de vitórias em pista.
Mas deve-se tirar o chapéu ao “nosso” piloto de Coimbra, pois ele fez uma temporada deveras excepcional. Julgava que com o Álvaro Parente, não haveria ninguém perto que pudesse defender a honra nacional, mas Filipe Albuquerque mostrou ser ainda melhor do que o actual piloto da Ocean na GP2. Quando é que há uma equipa nessa categoria (ou noutra) que o coloque os olhos nele e o aproveita?
WTCC: A paragem exótica não compensa o mau circuito
O WTCC teve pela primeira vez na sua curta carreira uma paragem em Africa, no circuito citadino de Marrakech. Um circuito rápido, mas apertado, com longas rectas. E ao ver aquilo, pergunto a mim mesmo como é que um conceito que resulta bem na América é um fracasso noutros continentes? Enfim, acho que é altura de repensar a ideia dos circuitos urbanos, pois não acho bem que um sitio que tenha muito espaço para construir, não o faça por comodismo ou por “aproximação ás pessoas”…
Enfim, na corrida deste fim-de-semana, por fim, Tiago Monteiro pontuou, e os Chevrolet Cruze dominaram o fim-de-semana marroquino, aproveitando o lastro de 30 kg que os Seat Leon TDi tinham. Robert Huff e Nicola Larini subiram ao lugar mais alto do pódio, mas os Seat deram um ar da sua graça, principalmente com Gabriele Tarquini. Com seguiu boas classificações e segurou a liderança no campeonato. Mas no final do dia, a FIA decidiu suspender a classificação para analisar os Seats, vendo se existe alguma irregularidade… veremos, pois até agora não ouvi nada.
Mas francamente, este circuito marroquino deixa muito a desejar.
Formula 1 à beira de um divórcio litigioso?
Já se sabia que o Max Mosley iria voltar à carga com este caso, mas a coisa agora aparenta ser oficial: a FIA decidiu que em 2010 será implantado o sistema "vencedor leva tudo", que queria colocar em acção este ano, mas que foi travado graças ao próprio regulamento da FIA, que afirma qualquer alteração só entra em vigor depois do acordo das equipas. Agora, a regra voltou em força, e Max Mosley decidiu satisfazer a vontade de Bernie Ecclestone, colocando esta cláusula ridícula.
Francamente, não acredito muito que esta coisa vá para a frente. Creio que é mais um "bluff" do Mosley para levar por diante as suas intenções acerca do tecto orçamental que quer impor às equipas, a tal “Formula 1 a duas velocidades”. E digo isto pelo "timing" da medida: acontece quase um ano antes do começo do próximo campeonato do Mundo, logo tempo mais do que suficiente para ser banido de vez.
Agora... será que as equipas vão aceitar este jogo do gato e do rato? Ora, esse é a grande questão do momento. Primeiro em tudo, A FOTA reuniu-se ontem em Londres para discutir as últimas medidas da entidade, e delinear a estratégia a seguir. Ainda não se sabe os resultados dessa reunião, e com as notícias sobre a tragédia pessoal que o Max Mosley foi atingido, não sei se saberemos alguma coisa antes deste fim-de-semana, em Barcelona. A FOTA não pode dar nenhuma abébia a esse senhor…
Uma coisa é certa: todas as cartas estão em cima da mesa, e a FOTA pode dizer a qualquer momento que estão fartos de Mosley e avançar para um campeonato alternativo. E ainda por cima, parece que arranjaram um aliado improvável: Bernie Eccelstone! A ideia pode ser um pouco louca, mas vendo bem as coisas, dizem que Ecclestone passou para esse lado pelo simples facto de Max Mosley ter atacado o presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo nas suas recentes declarações. Quando o presidente da FIA disse que "A Formula 1 passa bem sem a Ferrari" parecia que, para muitos, o "Whipmaster Max" tinha perdido o contacto com a realidade. Desconheço verdadeiramente, mas sei que o Tio Bernie "não passa para o outro lado" por mera solidariedade...
Em suma, estes são tempos agitados, e prometem ser ainda mais. Quando as equipas começam a pensar seriamente na ideia de uma cisão e criar uma GP1, é porque tem a consciência de que retirar Max Mosley do poder através de um método democrático parece ser pouco provável, pois quem elege Mosley no topo da hierarquia da FIA são as federações nacionais e não as equipas ou os construtores de Formula 1. Agora que a Formula 1 chega este fim-de-semana a paragens europeias, veremos como será que as coisas irão parar. Nada, neste momento, é descartável!
Mas no fim-de-semana quero ver outras coisas, como adepto: uma corrida em seco e boas disputas em pista. Ver também como as equipas mais tradicionais irão reagir à ofensiva inicial da Brawn GP, pois fala-se que a Ferrari vai apresentar uma versão B do seu F60. Se assim for, e der resultados, poderá dar razão a aqueles que dizem que a temporada começa verdadeiramente em Espanha.
E Espanha também será a corrida de estreia da GP2 europeia, com Álvaro Parente e a sua Ocean Racing Tech em disputa pelos lugares na frente. Será que estão prontos para uma temporada dura? E será que repetirá o feito do ano passado, ao ser o primeiro “rookie” a ganhar na sua corrida de estreia? Veremos. Até lá!
A1GP: Esteve perto, mas…
O último fim-de-semana da A1GP 2008/09, que ocorreu em Brands Hatch tinha três concorrentes em disputa, mas a Irlanda tinha a mó de cima, pois era o que liderava na tabela de pontuação. Suiça e Portugal espreitavam por uma oportunidade, mas nestas duas corridas de fim-de-semana, Adam Carrol não deu qualquer hipótese a ninguém: fez a pole-position e venceu em ambas as corridas, decidindo ali mesmo a questão do título. Filipe Albuquerque foi quinto em ambas as corridas, e ficou com o terceiro lugar final. De facto, as hipóteses eram remotas, e mesmo em caso de igualdade, tinha desvantagem em termos de vitórias em pista.
Mas deve-se tirar o chapéu ao “nosso” piloto de Coimbra, pois ele fez uma temporada deveras excepcional. Julgava que com o Álvaro Parente, não haveria ninguém perto que pudesse defender a honra nacional, mas Filipe Albuquerque mostrou ser ainda melhor do que o actual piloto da Ocean na GP2. Quando é que há uma equipa nessa categoria (ou noutra) que o coloque os olhos nele e o aproveita?
WTCC: A paragem exótica não compensa o mau circuito
O WTCC teve pela primeira vez na sua curta carreira uma paragem em Africa, no circuito citadino de Marrakech. Um circuito rápido, mas apertado, com longas rectas. E ao ver aquilo, pergunto a mim mesmo como é que um conceito que resulta bem na América é um fracasso noutros continentes? Enfim, acho que é altura de repensar a ideia dos circuitos urbanos, pois não acho bem que um sitio que tenha muito espaço para construir, não o faça por comodismo ou por “aproximação ás pessoas”…
Enfim, na corrida deste fim-de-semana, por fim, Tiago Monteiro pontuou, e os Chevrolet Cruze dominaram o fim-de-semana marroquino, aproveitando o lastro de 30 kg que os Seat Leon TDi tinham. Robert Huff e Nicola Larini subiram ao lugar mais alto do pódio, mas os Seat deram um ar da sua graça, principalmente com Gabriele Tarquini. Com seguiu boas classificações e segurou a liderança no campeonato. Mas no final do dia, a FIA decidiu suspender a classificação para analisar os Seats, vendo se existe alguma irregularidade… veremos, pois até agora não ouvi nada.
Mas francamente, este circuito marroquino deixa muito a desejar.
Formula 1 à beira de um divórcio litigioso?
Já se sabia que o Max Mosley iria voltar à carga com este caso, mas a coisa agora aparenta ser oficial: a FIA decidiu que em 2010 será implantado o sistema "vencedor leva tudo", que queria colocar em acção este ano, mas que foi travado graças ao próprio regulamento da FIA, que afirma qualquer alteração só entra em vigor depois do acordo das equipas. Agora, a regra voltou em força, e Max Mosley decidiu satisfazer a vontade de Bernie Ecclestone, colocando esta cláusula ridícula.
Francamente, não acredito muito que esta coisa vá para a frente. Creio que é mais um "bluff" do Mosley para levar por diante as suas intenções acerca do tecto orçamental que quer impor às equipas, a tal “Formula 1 a duas velocidades”. E digo isto pelo "timing" da medida: acontece quase um ano antes do começo do próximo campeonato do Mundo, logo tempo mais do que suficiente para ser banido de vez.
Agora... será que as equipas vão aceitar este jogo do gato e do rato? Ora, esse é a grande questão do momento. Primeiro em tudo, A FOTA reuniu-se ontem em Londres para discutir as últimas medidas da entidade, e delinear a estratégia a seguir. Ainda não se sabe os resultados dessa reunião, e com as notícias sobre a tragédia pessoal que o Max Mosley foi atingido, não sei se saberemos alguma coisa antes deste fim-de-semana, em Barcelona. A FOTA não pode dar nenhuma abébia a esse senhor…
Uma coisa é certa: todas as cartas estão em cima da mesa, e a FOTA pode dizer a qualquer momento que estão fartos de Mosley e avançar para um campeonato alternativo. E ainda por cima, parece que arranjaram um aliado improvável: Bernie Eccelstone! A ideia pode ser um pouco louca, mas vendo bem as coisas, dizem que Ecclestone passou para esse lado pelo simples facto de Max Mosley ter atacado o presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo nas suas recentes declarações. Quando o presidente da FIA disse que "A Formula 1 passa bem sem a Ferrari" parecia que, para muitos, o "Whipmaster Max" tinha perdido o contacto com a realidade. Desconheço verdadeiramente, mas sei que o Tio Bernie "não passa para o outro lado" por mera solidariedade...
Em suma, estes são tempos agitados, e prometem ser ainda mais. Quando as equipas começam a pensar seriamente na ideia de uma cisão e criar uma GP1, é porque tem a consciência de que retirar Max Mosley do poder através de um método democrático parece ser pouco provável, pois quem elege Mosley no topo da hierarquia da FIA são as federações nacionais e não as equipas ou os construtores de Formula 1. Agora que a Formula 1 chega este fim-de-semana a paragens europeias, veremos como será que as coisas irão parar. Nada, neste momento, é descartável!
Mas no fim-de-semana quero ver outras coisas, como adepto: uma corrida em seco e boas disputas em pista. Ver também como as equipas mais tradicionais irão reagir à ofensiva inicial da Brawn GP, pois fala-se que a Ferrari vai apresentar uma versão B do seu F60. Se assim for, e der resultados, poderá dar razão a aqueles que dizem que a temporada começa verdadeiramente em Espanha.
E Espanha também será a corrida de estreia da GP2 europeia, com Álvaro Parente e a sua Ocean Racing Tech em disputa pelos lugares na frente. Será que estão prontos para uma temporada dura? E será que repetirá o feito do ano passado, ao ser o primeiro “rookie” a ganhar na sua corrida de estreia? Veremos. Até lá!
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