domingo, 10 de maio de 2009

Formula 1 - Ronda 5, Espanha (Corrida)

O Grande Prémio de Espanha era a primeira prova a decorrer na Europa, e de uma certa forma, era a primeira chance para as equipas que estavam na mó de coma para aguentar o impacto daquelas que estavam na mó de baixo, e que queriam recuperar. E ainda por cima, este ano, essas que estão na mó de baixo são a… McLaren, Ferrari, BMW Sauber e Renault.


Os treinos demonstraram duas coisas. Que a Brawn GP continua forte, muito forte, com Jenson Button na pole-position, e que a Ferrari deu já um ar da sua graça, com Felipe Massa a chegar á quarta posição da grelha de partida. E hoje, dia de corrida, a minha incógnita era saber se Barcelona, que é considerada como um Grande Prémio “burocrático”, ou seja, chato e hierarquizante, iria ser assim, mesmo com as novas regras?


Bom, a resposta foi sim... e não. Num ambiente “normal”, com céu limpo, Jenson Button não deu hipóteses a ninguém, e os Brawn GP até levaram dobradinha, pois Rubens Barichello acabou na segunda posição. Contudo, nesta quarta vitória de Button, que praticamente lhe dá cada vez mais a condição de favorito ao título mundial, houve elementos fora desta normalidade. Primeiro que tudo, um acidente na primeira volta da corrida, envolvendo o Toyota de Jarno Trulli, que eliminou mais três carros: o Force India de Adrian Sutil e os Sebastiões da Toro Rosso, que levou à implementação do Safety Car, neutralizando a corrida nas primeiras voltas.

Recuperado o ritmo da corrida, Rubens Barrichello e Jenson Button foram para a frente, como brasileiro a liderar a corrida, numa estratégia de três paragens, que ambos seguiam sem pestanejar. Mais atrás, os finlandeses do pelotão ficavam pelo caminho. Heiki Kovalainen na oitava volta, Kimi Raikonnen dez voltas depois. Com a chegada dos reabastecimentos, o génio de Ross Brawn veio ao de cima, mas... prejudicando Rubens Barrichello. Nitidamente mais rápido, Brawn decide que Button só pararia duas vezes, com o veterano brasileiro a continuar com as três paragens. Deu resultado, pois o inglês passou para a liderança e não mais o largou, rumando para a sua quarta vitória do ano.

Mas isso fez prejudicar Barrichello, que queria (e tinha carro para) ganhar, mas foi prejudicado pelo chefe. Isso faz pensar: já há hierarquia na Brawn GP, onde Barrichello iria voltar a ser mais uma vez o escudeiro, agora de Jenson Button? Parece que as teorias de conspiração na cabeça do Rubinho tem desta vez razão...

Voltando mais atrás, Felipe Massa estava a fazer a melhor corrida do ano, mostrando que finalmente, em termos de carro, a Scuderia tinha corrigido o pé. Era terceiro, segurava os red Bull de sebastien Vettel e de Mark Webber, conseguia acompanhar os Brawn GP, estava a fazer uma estratégia de três paragens, o que poderia correr mal?


O factor humano. Primeiro que tudo, conto o fim: a dez voltas da bandeira de xadrez, a boxe da Ferrari informa-o que o seu quarto lugar é falso: não tem gasolina suficiente para chegar ao fim. A luta, nessa altura com Sebastien Vettel, tinha prazo, e na melhor das hipóteses, se fizesse um "splash and go", acabaria na oitava posição. Massa decidiu então aguentar o mais que pode. Ouviu-se em directo, para todo o mundo, o lameto do piloto: "Mas o que posso fazer?" mas a quatro voltas do fim, teve de abdicar do quarto posto para conseguir chegar ao fim com algum ponto. E depois os “tiffosi” ficaram com o coração nas mãos: Massa aguentaria? Aguentou. Mas acabou na sexta posição, atrás de Fernando Alonso.

Mas porquê este sofrimento de Felipe Massa? No último reabastecimento, um erro de calculo da bomba de combustivel fez com que Massa tivesse menos gasolina no depósito daquela que fora calculada normalmente para terminar a corrida num honroso quarto lugar. Mas um erro de boxe a comprometer uma boa corrida do brasileiro, sempre em alturas que mais necessita. Se no ano passado era por causa da luta pelo título, este ano, era para recuperar algum do dominio perdido a favor dos Brawn GP. No final, salvou três pontos, mas o fim de semana da Scuderia, e do brasileiro, ficou estragado.


No final, uma dupla da Brawn GP, com Mark Webber a ficar com o lugar mais baixo do pódio, para a Red Bull, que desta vez ficou à frente de Sebastien Vettel. Nas duas últimas posições pontuáveis ficaram o BMW Sauber de Nick Heidfeld e o Wiliams-Toyota de Nico Rosberg, que conseguiram deixar de fora dos pontos o McLaren-Mercedes de Lewis Hamilton, nono classificado, a uma volta.


E assim passou Barcelona. Com Button a dizer “Hasta la Vista, baby!” á concorrência, a temporada de 2009 mostra que a Brawn GP veio para ficar. Definitivamente! Dentro de 15 dias, a Formula 1 vai para outro circuito clássico: Mónaco. Será mais do mesmo?

4 comentários:

  1. Não sei... Mônaco é uma pista de características únicas... mas é bem capaz da Brawn andar na frente de novo, e pior, com Button novamente... passeio alá Schumacher hein... q F1 é essa?!

    abs!!

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  2. Parabéns pelo blog, venho o acompanhando há uma semana e já é leitura obrigatória!

    Bem, torço para que em Mônaco tenhamos uma surpresa. Talvez a primeira vitória do Rosberg, ou uma vitória de redenção para Massa, Raikkonen ou Hamilton... Vejamos!

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  3. Ross Brawn é um cara obssessivo. Mal começou o campeonato e a sabotagem para com o Rubinho já é visível na equipe. Bons tempos aquele dos duelos Piquet X Mansell e Senna x Prost em suas respectivas equipes. Neste caso, méritos a Frank Williams e Ron Dennis, que permitia que seus pilotos disputassem entre si, marcando época na F1.

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  4. É incrível como tem gente que acredita na "sabotagem" para com o Barrichello, como o amigo acima... será que não percebem que um cara do quilate de Ross Brawn tem mais o que fazer do que se preocupar em sabotar um "brasileirinho contra esse mundão todo"?

    Haja paciência... tem coisas que só acontecem no Brasil, mesmo. Ainda tem gente que acredita nesses papos furados do Barrichello.

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Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...