quarta-feira, 27 de maio de 2009

GP Memória - Monaco 1979

Depois de Zolder, a Formula 1 chegava às ruas de Monte Carlo para disputar o GP do Mónaco, naquele que provavelmente era a corrida mais sinuosa do ano, mas o que apresentava uma conjunção imprevisível: o glamour encontrava a mecânica, a febre da velocidade se cruzava com malas Louis Vuitton e Chanel Nº5… e ainda por cima, nesse ano comemorava o seu cinquentenário!


No Mónaco, havia uma pequena alteração: Arturo Merzário comprara o chassis da Kahusen, que tinha encerrado as suas actividades após o GP da Bélgica, e decidira que o carro seria guiado por Gianfranco Brancatelli, já que o próprio Merzario não se encontrava em condições para guiar, devido a uma lesão sofrida entre os odis Grandes Prémios. Mas numa prova onde apenas vinte carros poderiam concorrer, e um carro que era fracamente mau, Brancatelli nem passou da pré-qualificação…


A qualificação só permitia 20 vagas para os 25 que estavam inscritos (daí a pré-qualificação). Algumas equipas decidiram não aparecer, casos do Alfa Romeo de Bruno Giacomelli e do Lótus privado de Hector Rebaque, logo, as coisas ficaram muito facilitadas para alguma da gente que costumava ficar mais aflita em situações semelhantes… Mas no final da segunda sessão de qualificação, no Sábado à tarde, os Ferrari dominavam a primeira fila, com Jody Scheckter a ser melhor do que Gilles Villeneuve. Na segunda fila estava o Ligier de Patrick Depailler e o Brabham-Alfa Romeo de Niki Lauda, enquanto que na fila atrás estava o segundo Ligier de Jacques Laffite e o Tyrrell de Jean-Pierre Jarier. O sétimo era o seu companheiro, Didier Pironi, que tinha a seu lado o Arrows de Jochen Mass e para fechar o “Top Ten” estavam o Williams de Alan Jones e o Wolf de James Hunt.


Quatro pilotos falharam o crivo da qualificação: o McLaren de Patrick Tambay, que falhava pela segunda vez consecutiva, os Shadows de Elio de Angelis e Jan Lammers (foi a única vez na sua carreira que o piloto italiano falharia um Grande Prémio) e o Ensign de Derek Daly.


Vinte e sete de Maio de 1979 era o dia marcado para a corrida monegasca, que comemorava as suas bodas de ouro, com a presença habitual de Ranier e Grace no palanque, para assistir à maior realização desportiva do ano por aquelas bandas. Na partida, Scheckter vai para a frente, com Niki Lauda a superar Gilles Villeneuve e Patrick Depailler na Ste. Devote. O piloto da Brabham andou na segunda posição durante três voltas, até que Villeneuve foi capaz de o superar. Depois, Lauda andou nas voltas seguintes a sofrer a pressão de Depailler pela terceira posição.


Mais atrás, o outro Ligier de Jacques Laffite sofria a pressão do Tyrrell de Didier Pironi para a quarta posição. E na volta 16, Pironi tentou passar Laffita, mas bateu na traseira do francês, forçando-o a ir para as boxes. Três voltas mais tarde, Pironi tentou a mesma gracinha no gancho do Hotel Loews, no carro de Depailler, mas os franceses sobreviveram. Toda a gente começava a não gostar deste pequeno francês… e mais irados ficaram quando na volta 22 “assaltou” o terceiro lugar de Niki Lauda. Mas desta vez, a sorte de Pironi acabou, e ambos colidiram e abandonaram a corrida. Com isso, o terceiro lugar ficou para Alan Jones, que ficou tranquilamente nessa posição até à volta 47, altura em que desistiu, com a coluna de direcção danificada.


Isso fez com que quem herdasse esse lugar fosse o veterano Clay Regazzoni, no outro Williams. Tinha acabado de superar Jochen Mass, que batalhava com problemas na caixa de velocidades, e parecia que a corrida estava terminada. Mas na volta 54 Villeneuve tem problemas de transmissão e desiste, enquanto que Regazzoni aproximava-se rapidamente de Scheckter. O veterano piloto suíço pressionou o sul-africano, esperando que cometesse um erro, e à medida que se chegavam as voltas finais, a emoção aumentava.


Na última volta, Regazzoni estava a menos de um segundo do líder, e pressionava-o, mas o piloto da Ferrari manteve-se impassível e conseguiu a sua segunda vitória do ano, e a sua segunda da carreira nas ruas de Monte Carlo, dois ando depois de o ter conquistado pela Wolf. No terceiro lugar, a lua entre o Lótus de Carlos Reutmann e o Tyrrell de Patrick Depailler acabava com o motor do Ligier a esfumar-se na penúltima volta, mas o francês conseguia a quinta posição final. John Watson foi o quarto e Jochen Mass ficou com o último lugar pontuável.


Fontes:


http://en.wikipedia.org/wiki/1979_Monaco_Grand_Prix
http://www.grandprix.com/gpe/rr320.html

2 comentários:

  1. Bons tempos. Quantos nomes, quantas estrelas. Creio que o meu filho não dirá o mesmo quando conhecer a F1 atual.

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Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...