domingo, 3 de maio de 2009

O final do Grupo B, 23 anos depois.

No meio de todo o trabalho que andei a fazer sobre os 15 anos da morte de Ayrton Senna, quanse me esqueci que ontem, dia 2 de Maio, passaram-se 23 anos sobre a morte de Henri Toivonen, um dos pilotos mais espectaculares que o mundo dos Ralies jamais conheceu.

A sua morte também marcou o final de uma era: a dois carros do famigerado Grupo B, autênticos "caixões voadores", carros onde a relação peso/potência estava nitidamente desiquilibrado. Só para terem uma ideia, alguns dos modelos tinham motores a roçar os mil cavalos, contra carros que raramente pesavam mais de 500 ou 600 kgs, pois muitos dos chassis eram feitos de fibra de vidro...

Neste video que coloco aqui, a maior parte das imagens foram retiradas do Rali de Portugal. Em 1985/86, o rali era dos mais populares eventos num Portugal pré-entrada na União Europeia. Milhares de pessoas ficavam em cada lado da estrada, numa multidão muito dificil de controlar por parte das autoridades. Há aqui imagens do pessoal à espera do carro no famoso "salto" em Fafe/Lameirinha. Era a classificativa mais marcante do rali, logo, a mais concorrida.

Mas mais concorrida era a Lagoa Azul, nos arredores de Sintra. As multidões tinham o mesmo comportamento do que nos outros lados, e todos imaginavam quando é que iria acontecer um acidente. Não pensaram muito: o Ford RS 200 de Joaquim Santos perdeu o controle do seu carro e bateu nos espectadores. Matou três e feriu cerca de 40. No final daquele dia, os pilotos de fábrica (Lancia, Audi, Peugeot, MG, Ford) decidiram boicotar o resto do rali, em nome da segurança. O comunicado foi lido á imprensa pelo vencedor do Rali de Monte Carlo... Henri Toivonen.

No dia a seguir ao acidente mortal de Toivonen, Jean-Marie Balestre, o então presidente da FISA, convocou uma reunião de emergência em Paris e decidiu banir os Grupo B, com efeito no final da temporada. Outro Grupo, o S, que aparentemente iria ter motores ainda mais potentes, foi também abolido, previlegiando os Grupo A e os Grupo N, e os chassis de fibra de vidro foram também abolidos. pode-se dizer que a 2 de Maio de 1986, na Córsega, não morreu só Henri Toivonen e Sergio Cresto. Foi também uma era no mundo dos Ralies.

3 comentários:

  1. Acabaram, com muita razão, com a categoria mais incrível que existia.

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  2. Bem lembrado! Carros que eram verdadeiras usinas de força.

    É de arrepiar o público no meio da pista aguardando os carros passarem, que loucura!


    abs

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  3. Sempre achei um absurdo as pessoas ficarem no meio do caminho dos rallyes. Mas eu nunca tinha visto um carro passar por cima de uma multidão como neste vídeo. Impressionante Speeder.
    Muito boa a sua lembrança também.
    Grande abraço.
    SAVIOMACHADO

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Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...