terça-feira, 26 de maio de 2009

O piloto do dia - Silvio Moser

Volto a esta esta rubrica pelo simples facto de hoje passarem 35 anos sobre a morte de um dos muitos pilotos privados que abraçaram uma carreira eclética no automobilismo. No caso deste piloto suiço, tinha duas caractreristicas que o distinguiam dos outros: o seu tipico boné xadrez, que ás vezes o fazia pensar que ele era escocês, e o facto de ter corrido no projecto Bellasi de Formula 1, o projecto suiço que ajudou a desenvolver, sem sucesso. Hoje é dia de falar sobre Silvio Moser.




Nascido a 24 de Abril de 1941 na cidade de Zurique, filho de pais vindos do cantão italiano de Ticino, Moser começou a sua carreira nas provas de montanha, dado que na Suiça, as corridas em circuitos eram proibidas desde 1955. Ao volante de um Volvo, e depois de um Jaguar XK120, Moser começou a dar nas vistas, em 1962 compra um Lotus 20, onde começa a ganhar corridas de montanha, na Suiça e no estrangeiro. No final de 1963, começa a participar em provas de pista.


Em 1964, com um Brabham BT06 pertencente a Charles Voegler, compete na Temporada Argentina de Formula Junior, que contra todas as expectativas, vence a competição, e depois na Formula 3, onde fica em segundo lugar no GP do Mónaco de F3, para além de algumas provas de montanha. Em 1965, combina a Formula 3 com a Formula 2, onde tem como auge uma vitória em Monza.




Em 1966 faz uma temporada mais consistente na Formula 2, a bordo do Brabham BT6 de Charles Voegler. Numa das provas, em Nurbrugring, participa na corrida de Formula 1, mas o carro tinha problemas irresoluveis que não permitiram alinhar na corrida. No ano seguinte, começa o ano na Temporada Argentina de Formula 2, sem resultados de relevo. Quando chegou à Europa, vence em Hockenheim, e Voegle adquiriu um chassis Cooper, com motor ATS, para competir em algumas provas de Formula 1. Foi sexto em Siracusa, numa prova extra-campeonato, e entreou oficialmente em Silverstone, para o GP de Inglaterra. Partindo do último posto da grelha, abandonou na volta 29 com uma fuga de óleo.




No ano seguinte, Voegler decide comprar um Brabham BT20 Repco, ex-carro de fábrica, para Moser, e usou o carro a partir do GP do Mónaco, onde não conseguiu qualificar. Mas na Holanda, Moser leva o carro para a sétima posição da grelha e termina a corrida na quinta posição, a três voltas do vencedor. No final do ano, foi 23º classificado, com dois pontos. Em 1969, Voegler decidiu comprar um Brabham BT24, ex Hulme e que pertencia a Frank Williams, que corria com Piers Courage na Tasman Series.

Foi-lhe colocado um motor Cosworth no chassis e tanques extra para tentar matar a sede do motor de 3 Litros, que consumia mais do que os Repco instalados anteriormente. Tinha asas dianteiras e traseiras, e correu em sete das onze provas do campeonato. Acabou em sétimo em Rouen e em sexto no circuito de Watkins Glen, conseguindo o melhor resultado do ano. Esse ponto conquistado deu-lhe o 16º lugar final.



Em 1970, Moser ambicionou um pouco mais e pediu a Gugliermo Bellasi, um construtor suiço de chassis, que tinha tido algum sucesso na Formula 3, para construir um carro baseado no Brabham BT24, com motor Cosworth. O Bellasi era um carro original em termos de chassis, mas o resto tinha como base o Brabham BT24, como a caixa de velocidades, jantes e suspensões. O carro só ficou pronto em Junho, por alturas do GP da Holanda, mas moser não conseguiu qualificar-se. A mesma coisa aconteceu em França, no GP de Charade, e na Alemanha, em Hockenheim. Somente na Austria, no recém-inaugurado circuito de Zeltweg, é que Moser levou o seu carro para a grelha (no último lugar), mas somente cumpriu treze voltas, devido ao sobreaquecimento do motor. Não tinham um radiador suplente, rachado devido a um acidente no warm-up, e este teve de aguentar até onde pode...

Tentaram de novo em Monza, uma corrida marcada pelo acidente mortal de Jochen Rindt, e a equipa, com pouco dinheiro, não correu nas últimas corridas do ano. No ano seguinte, correu no GP da Argentina, então uma prova extra-campeonato. Moser foi 11º e desistiu na segunda manga da corrida. O Bellasi correu mais uma prova, em Itália, onde apesar de se ter qualificado, não terminou a corrida.


Desiludido com a Formula 1, virou-se para a Formula 2, onde conseguiu algumas boas prestações, incluindo uma boa prestação em Monza. Aliás, o circuito italiano sempre foi a sua "casa" automobilistica, tendo uma atracção por ela. Que o destino se revelou fatal...




No final de 1973, Moser arranja um patrocinador, a Bretscher, e com isso planeia um regresso a tempo inteiro à Formula 1 para 1974, usando um chassis Brabham BT42, que tinha sido usado no ano anterior por Rolf Stommelen. Apoiado pela equipa Bretscher, com uma temporada completa de Formula 2, com um chassis March. A sua corrida de regresso seria em Jarama, palco do GP de Espanha, mas antes disso, a 21 de Abril de 1974 (três dias antes do seu 33º aniversário), iria participar nos 1000 km de Monza, a bordo de um Lola T292, para o Mundial de Endurance. Porém, durante a corrida, a sua sorte acaba e sofre um acidente, ficando gravemente ferido na cabeça e no torax. Transportado para Milão, fica em coma durante mais de um mês até morrer, vitima dos seus ferimentos, a 26 de Maio de 1974, um mês depois de fazer 33 anos.

Fontes:


http://www.silviomoser.ch/
http://en.wikipedia.org/wiki/Silvio_Moser
http://www.grandprix.com/gpe/drv-mossil.html
http://forix.autosport.com/8w/bellasi.html (Bellasi)

2 comentários:

  1. Esse Speeder....ótima homenagem, eu mesmo sempre simpatizei com os pilotos independentes da Formula 1 e Moser certamente teria tido muito mais sucesso de dispusesse de um carro competitivo.
    abraço

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  2. Caro César:

    Agradeço a homenagem. Quando tiver tempo para analisar com mais calma os meus posts passados, verá que tenho dezenas de biografias semelhantes a essa, pois acredito que a Formula 1 é muito mais do que campeões do mundo e vencedores, pois esses, para chegarem onde chegaram, tiveram que superar alguém... a História também é escrita por eles.

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